O sitcom que faz o meu mundo melhor.

Silicon Valley HBO — Review

ligia kempfer

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Ser casada com um venture capitalista meio nerd que vai sempre ao Vale do Silício ajuda. Ser fã de tecnologia há muitos anos também. É por isso que eu entendo todas referências (assim acho, porque as que não entendo não vou saber) e passo mal de rir a cada episódio do seriado Silicon Valley da HBO.

Esta semana não sei porque não passou. E eu senti falta. E já estou lamentando que falta apenas um episódio (#8) para acabar a primeira temporada.

O seriado conta a típica história que rola todo os dias no Silicon Valley. Uns nerds de encubadoras lançam um produto que tem dois caminhos: ser comprado por um Google da vida ou virar um Google da vida.

Pied Piper é a empresa do seriado criada por Richard (Thomas Middleditch), um nerd que inventou um algoritmo de compressão absurdamente mais rápido e melhor do que temos por aí. Para baixar arquivos em segundos e milhões de outras aplicações por aí afora.

O dilema inicial, entre vender sua criação para Gavin Belson (CEO da fictícia empresa Hooli — claramente uma referência ao Google) ou construir uma grande companhia com a ajuda do bilionário investidor Peter Gregory, é o começo de tudo.

A empresa nasceu na encubadora de Erlich (T.J. Miller), uma espécie de landlord tecnológico, que por isso só jura que tem 10% da empresa.

A casa dele é por enquanto o epicentro dos episódios, onde moram outros nerds que acabam trabalhando juntos na Pied Piper.

A medida que a startup ganha relevância, surge a clara transformação de Erlich em um verdadeiro Steve Jobs. Quem conhece a história do co-fundador da Apple vai entender as referências. Quem não conhece, é melhor ler os livros sobre o cara. Ou perder as melhores piadas do seriado.

É seriado só para nerd? Só para empreendedor de tecnologia? Só para investidores ou pessoas casadas com venture capitalistas? Nem tanto, porque os textos são inteligentes, divertidos e os atores são excelentes.

(Eu que não sou nerd, nem formada em física, por exemplo, amo o Sheldon do The Big Bang Theory. Imagino que seja a mesma coisa nesse caso. Entender e até adorar só depende do interesse de quem está vendo.)

Um dos episódios mais brilhantes foi sobre a escolha do nome da startup Pied Piper. Quem trabalha com publicidade e naming teve um bônus de risadas a mais.

Em outro episódio, mais risadas com o processo de design do logo. Não, não vou contar aqui. Na seção de contatos do site do Pied Piper tem um link para visualizar o logo antigo e um texto bem humorado, claro.

A grande piada que está em todos os episódios é sobre a filosofia da maioria dos nerds que criam empresas e apps: fazer um mundo melhor. O que eu posso dizer é que, com tantas risadas, o seriado está fazendo o meu mundo melhor. Tks. Tks. Tks.

O seriado é tão bacana que nem parece que não é do Chuck Lorre. Hahaha

Parabéns, Mike Judge.

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ligia kempfer

Creative advisor, redatora, cartunista e dona de 3 gatos loucos para comer o passarinho do Twitter.