Conheça, com o empresário Flavio Maluf, alguns mitos e verdades a respeito de ser um empreendedor
Ser dono do próprio negócio é algo atrativo para muita gente, principalmente para quem não está satisfeito com o próprio emprego ou sonha em não precisar mais “prestar contas” ao chefe. Para ajudar os aspirantes à categoria, o portal de economia da Uol publicou diversos mitos e verdades quando o assunto refere-se a abrir o próprio empreendimento — quem reporta a matéria é o presidente das empresas Eucatex, o empresário e executivo Flavio Maluf.
Para começar, é preciso deixar claro que um erro muito comum de quem almeja virar empreendedor é achar que vai trabalhar menos e ganhar mais do que quando era empregado — é o que afirma a coordenadora do Centro de Empreendedorismo e Inovação do Insper, Cynthia Serva, e o coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios (GVCENN) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Tales Andreassi. “O empreendedor tem que cuidar de todo o negócio, ele não tem horário de trabalho porque precisa estar disponível o tempo todo, não pode tirar férias quando quer e, muitas vezes, não ganha de acordo com sua dedicação”, diz Cynthia Serva.
O dinheiro também é outra questão. Claro que ninguém abre um negócio sem algum planejamento financeiro, mas a crença de que é necessário ter muito dinheiro para começar um empreendimento é mito, reporta Flavio Maluf. Hoje em dia, já existem diversos modelos de negócio que não exigem do novo empreendedor um grande capital, além disso, o mercado possui muitos investidores que buscam boas ideias e ótimos executores — basta saber onde procurar.
Contudo, uma verdade que não se pode negar é o fato de que abrir uma empresa no Brasil não é algo muito ágil. O empresário Flavio Maluf explica que, conforme informações do Banco Mundial, a média de dias para abrir uma companhia aqui é de 107 dias, enquanto que nos Estados Unidos o tempo de espera é de apenas cinco dias. Caso seja preciso certificados ou regulamentações específicas, a demora é ainda maior, conta Tales Andreassi.
Acredita-se também que só é possível abrir um empreendimento se a ideia em questão for algo completamente inovador, o que não é totalmente verdade.
Claro que a novidade irá fazer com que você se diferencie da concorrência, no entanto, a coordenadora do Centro de Empreendedorismo e Inovação do Insper salienta que o mais importante é ter pessoas dispostas a pagar e consumir o seu produto — que pode, sim, não ser nenhuma grande novidade.
A ideia de que quem abre um negócio corre altos riscos é outro mito. Bons empreendedores, na verdade, até correm riscos, entretanto, eles são calculados. De acordo com Tales Andreassi, da FGV, “riscos sempre existem, mas é necessário minimizá-los” — e, para isso, a saída, segundo Andreassi, é “monitorar a concorrência, analisar o mercado, avaliar o impacto das ações que pretende tomar e considerar cenários negativos e positivos”, reporta Flavio Maluf.
Já no caso dos impostos, esses, no Brasil, são complicados e caros, sim. Verdade. O empresário Flavio Maluf ressalta a declaração do coordenador do GVCENN da FGV — “A grande dificuldade é para a média empresa. A grande tem benefícios fiscais, a pequena pode estar no Simples (um regime tributário diferenciado). Tem empresa que evita crescer muito porque não consegue sobreviver quando muda o regime tributário”, sobressai Tales Andreassi.