O que é a lógica?

Schola Scotistarum
2 min readMay 4, 2024

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A lógica versa sobre o discurso (sermonis), com a função de dividir e discernir algo, neste sentido, ela versa sobre a definição, divisão e argumentação. Pode-se dizer também que a lógica discerne o verdadeiro do falso.

As partes sujeitas à lógica são: a gramática, a retórica e a dialética; a primeira versa sobre o discurso adequado, ou seja, nem obscuro, nem bárbaro, mas íntegro e sem erros; a segunda orna o discurso e o torna elegante; a terceira distingue o verdadeiro do falso, partindo do conhecido ao desconhecido. É atribuído a este último também o discurso provável, daí Aristóteles dialeticae proprium esse, et maxime familiare de qualibet re probabiliter differere (top. cap 2).

Em que se divide a lógica?

São divididas em dois tipos, a saber: natural e artificial; a primeira diz sobre a capacidade natural das pessoas de raciocinar sem preceitos previamente concebidos; a segunda versa sobre o ato, ou hábito, na junção de preceitos que conhecemos sobre definir, dividir e argumentar.

A lógica artificial é duplamente dividida em docente e utens. A primeira se impõe segundo as boas regras de definição, de divisão e argumentação, e a segunda é aquela que faz o uso das regras imposta pela anterior, definindo, dividindo e argumentando.

Convém salientar que a primeira é ciência enquanto a segunda é arte em sentido amplo. Não é fácil distinguir o que é uma da outra porque constituem um mesmo hábito, porém são essencialmente distintas, pois a lógica docente não é reduzida ao uso, como um arquiteto que dorme sobre a construção de um edifício, por isso não são apenas essencialmente distintas, como também a lógica artificial é extrínseca por quem opera.

A lógica docente possui suas verdades como necessárias, pois a mesma é ciência, ainda que o hábito de ambas seja una, todavia são distintas ex natura rei.

Referências:

Nucleus disputationum in universam philosophiam. Ad mentem subtilis R. P. Doctoris Ioannis Duns Scoti, ordinis minorum. Disp. prima, Quaestio I, II, pag 1 e 2 — Carolus Rapinaeus.

Philosophia academica, Tomus primus — Quaestio prooemialis I, pag 40 — Claude Frassen.

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