Game of Thrones: análise do episódio 3 da 7ª Temporada
Esse episódio foi marcado por um dos encontrados mais aguardados de toda a saga Game of Thrones, gelo e fogo finalmente se encontraram. E se você achou pelo título, Queen’s Mercy, que teríamos algum tipo perdão nesse episódio, Cersei mostrou que estávamos muito enganados. Mesmo com cenários estonteantes e encontros marcantes o que marcou mesmo foi o roteiro preguiçoso. Mas cola ai que vamos falar do terceiro episódio da sétima temporada:
Pedra do Dragão:
O episódio já começa com a chegada de Jon a Pedra do Dragão, o rei do Norte e Davos foram recebidos por uma comitiva na praia. Criou-se toda uma especulação sobre o estranho diálogo da Missandei com sor Davos, de que ela estaria mentindo o tempo todo. De fato, a conversa foi meio esquisita, mas não há maiores indícios de que Missandei estaria tramando contra a rainha dos Dragões. A série começou a fazer uma coisa muito interessante que é resgatar momentos antigos e o diálogo que o Anão tem, tanto com Jon quanto com Davos, fazem isso de forma muito interessante. Outro detalhe interessante foi o dragão passando justamente no momento em que Jon fala: “Mas eu não sou um Stark”.
O diálogo do Varys com a sacerdotisa vermelha também foi muito bom, ver ela deixando-o com a cara no chão foi demais. Essa cena também sugere que Melissandre ainda tem um papel importante na grande guerra, só não sabemos qual ainda. Muito tem se especulado se tem alguém passando informações sobre Daenerys, pois o movimentos de Cersei indicam isso. Se há alguém traindo, Varys seria o candidato mais forte. Porém, acredito que tudo não passa de uma forma bem tosca que os roteiristas arrumaram para a guerra ser mais equilibrada.
Outro momento do roteiro que me incomodou bastante também foi o diálogo entre Daenerys e Jon Snow. Não sei se estava esperando tanto por esse momento que a expectativa me tragou, porém achei a conversa entre eles muito forçada. Foram criadas várias deixas para o anão colocar suas frases de efeito. Ainda que eu tenha ficado muito satisfeito com o fato de que os dois estavam desconfiados, a pouca fluidez do diálogo me tirou um pouco da história.
Tyrion descobre que Jon tinha como objetivo pegar vidro de dragão (porque diabos ele não falou nada antes?). O anão sugere a Daenerys que ceda o minério a Jon e ela aceita. Temos então uma cena um pouco melhor dos dois na qual Dany fala que dará o vidro e as condições para que Jon possa minerá-lo. Mesmo mostrando uma atitude mais serena, as perdas que a rainha dos dragões teve nesse episódio, associado com o diálogo dela com Olenna no episódio anterior, sugerem que ela não terá mais tanta paciência no jogo dos tronos.
Porto Real:
Vemos Euron Greyjoy* sendo aclamado pelo povo de Porto Real e trazendo Ellaria, Tyene e Yara como prisioneiras, em uma clara referência a caminhada da Cersei. Ao entregar as dornesas para a rainha, Euron reafirma o seu desejo de se casar com a rainha, que rebate dizendo que só acontecerá após o fim da guerra. O Rei das Ilhas de Ferro dá novamente aquela provocada em Jaime, que está cada vez mais desgostoso dessa parceria. Ainda não sabemos o que será de Yara, só sabemos que não vai ser coisa boa. Cersei vem conseguindo cada vez mais apoio popular e acaba com duas casas de uma só vez, deixando a guerra cada vez mais apertada.
*acabei esquecendo de comentar, mas no episódio anterior Euron leva uma facada das serpentes da areia. Mesmo não sendo fatal, a arma provavelmente estaria envenenada, porém nada foi comentado. Mais uma bananada dos roteiristas?
Nenhuma cena tem mais sintonia com o nome do episódio do que essa. Cersei não deseja apenas a morte de Ellaria, ela quer vê-la sofrer. Após envenenar Tyene com o mesmo veneno que fora utilizado para matar Myrcella, a rainha manda os guardas manterem as tochas acessas para a dornesa assistir sua filha definhando. Após esse momento vemos Jaime quase rejeitando Cersei, porém ele acaba cedendo (vamo lá Jaime, força garoto). No dia seguinte chega um homem do banco de Bravos para discutir sobre a dívida da coroa. Cersei pede para confia nela e que em uma quinzena ela pagaria a dívida, adiantando o que estava por vir.
Winterfell:
Como é bom ver a família Stark voltando a se reunir! No começo temos Sansa organizando as coisas pelo castelo, muito similar ao que Catelyn fazia. Mindinho novamente coloca uma pulga atrás da orelha dela, porém ele parece estar cavando a própria cova. Daí temos a volta de Bran, ou do Corvo de Três Olhos, para casa. O que Sansa não esperava era que o pequeno Stark estaria tão diferente, ele parece que ainda está tentando assimilar o que está acontecendo, compreensível para quem tem tanto poder. Bran também demonstra estar perdendo um pouco da humanidade ao falar de forma tão fria sobre o terrível casamento de Sansa com Ramsay.
Vilavelha:
Dessa vez não vimos muita coisa da Cidadela, mas tivemos um dos momentos mais emocionantes de toda temporada: quando Sam estica a mão para cumprimentar Jorah. O tratamento para escamagris funciona e cavaleiro está curado e rumo a Pedra do Dragão. O arquimeistre fica impressionado com a habilidade de Sam e por isso não o expulsa da cidadela. Como punição ele deverá reescrever alguns pergaminhos velhos. Com certeza aí tem coisa.
*serei chato novamente: Sor Jorah deveria ter saído da Cidadela em um dia, porém parece ter passado um bom tempo até sua cura.
Rochedo Casterly:
Com certeza uma das coisas mais legais desse episódio foi a forma como a batalha na casa Lannister foi contada. Com Tyrion narrando um pouco da sua história no fundo, vemos os Imaculados invadindo e tomando Rochedo Casterly sem muito dificuldade. Verme Cinzento nota que deveria ter um exército muito maior defendendo a fortaleza e vê seus navios sendo destruídos pela frota Greyjoy. Ainda que tenha batido palmas pelo plano de Cersei, a sequência de conveniências necessárias para ele funcionar me incomodou. Caso ela não soubesse exatamente a movimentação do exército inimigo a estratégia estava fadada ao fracasso. Já sabem de quem da produção vou reclamar né?
Jardim de Cima:
Para fechar o plano da rainha, vemos o exército Lannister, aliado com os senhores da Campina, tomando o castelo de Jardim de Cima. Vale lembrar que a família Tyrell é uma das mais ricas dos setes reinos e, portanto, Cersei já planejava a invasão quando conversou com o banqueiro. Temos então o momento mais poderoso de todo episódio, a morte da Olenna. Após ter certeza de que não iria sofrer, a rainha dos espinhos bebe todo o veneno sem pestanejar. A Rainha dos Espinhos confessa que ela planejou a morte de Joffrey, ainda pede para que Cersei saiba disso. Mesmo perdendo o castelo, Olenna conseguiu frustrar parte da vingança da Cersei e ainda deixar Jaime desconfiado de sua irmã.
O grande problema desse episódio foram realmente as incoerências. Eu compreendo que a série tem que correr, porem ela não pode desrespeitar as próprias regras. Dito isso, foi um episódio razoável. Mesclou momentos excelentes, como as cenas da Olenna e da Ellaria, com momentos fracos, como quase todo arco de Pedra do Dragão. Esperamos que as coisas se acertem mais e que Daenerys esteja mais ligada no jogo pros próximos episódios.