Game of Thrones: análise do episódio 4 da 7ª temporada

Arthur Ferraz
Água de Salsicha
Published in
6 min readAug 13, 2017

O quarto episódio pegou fogo, literalmente. Com uma batalha a altura da batalha dos bastardos, Dany conseguiu sua primeira vitória militar relevante. Também tivemos a emocionante chegada de Arya a Winterfell e Jon conseguindo convencer Daenerys dos Walkers. Vem com a gente dar aquela relembrada no que rolou no último episódio!

Porto Real:

Nesse episódio vimos pouco a Rainha Cersei, porém tivemos uma referência que deixou os fãs de cabelos em pé. Ela reafirmou que pagaria a dívida ao banqueiro de Braavos, que prontamente se interessa em poder ajuda-la na guerra. O interessante foi a rainha ter mencionado a Companhia Dourada, um grupo de exilados apoiadores da causa Blackfyre*, gerando grande expectativa nos fãs dos livros. Infelizmente é muito improvável que a essa altura a série vá introduzir um arco tão grande. As maiores chances são de que Companhia seja apenas mais um exército que sirva Cersei, tornando a guerra ainda mais acirrada.

*os Blackfyre não foram citados até então na série, mas nos livros eles são muito importantes. Se quiser saber um pouco mais sobre o assunto, leia: http://www.gameofthronesbr.com/2013/08/historia-e-tradicao-a-rebeliao-blackfyre.html

Norte:

Em um primeiro momento assistimos um diálogo entre Mindinho e Bran, no qual Mindinho entrega sua adaga e relembra que aquela arma havia sido utilizada para tentar matar o Stark. Bran encerra o diálogo com a frase: “o caos é uma escada”, para quem não se lembra essa é um frase que o próprio Mindinho havia falado para Varys, temporadas atrás. Depois disso temos uma emocionante cena de despedida entre Meera e Bran, na qual ela se entristece ao perceber que Brandon Stark não existe mais, só o Corvo de Três Olhos. Desde o início da temporada os produtores vem dando dicas do que Bran havia se tornado, porém essa é a primeira vez que se fala explicitamente disso.

Arya finalmente retorna a Winterfell e entra no castelo do jeito mais Arya de ser. Vemos então o encontro das irmãs Stark nas criptas, em frente a estátua de Ned. Depois disso, temos a linda cena dos três irmãos se encontrando na árvore coração. Bran entrega a adaga do Mindinho para Arya afirmando que ele não poderia lutar de qualquer forma. Muito vem se especulando se ela vai utilizar a adaga para matar o próprio Mindinho, mesmo achando que isso seja possível, é mais importante lembrar que a arma é de aço valiriano, que mata Walkers. Por fim tivemos uma cena muito divertida de luta entre Arya e Brienne, na qual a pequena mostra muito sobre o que ela aprendeu por aí. Além de ser muito legal, essa cena serviu para Sansa entender que aquela Arya não existe mais, aquele Bran também não. Essa mistura, da nostalgia com a sensação de que os Stark não conseguem ser mais aquela família da primeira temporada, tem sido uma das coisas mais interessantes da série.

Pedra do Dragão:

Jon finalmente acha uma forma de convencer Daenerys sobre a existência dos White Walkers. Ele a convida para conhecer a mina de onde vai tirar o vidro de dragão, mas sua real intenção era mostrar o que tinha nos fundos da caverna. Jon mostra pinturas na parede que representam a história do momento que os Filhos da Floresta se juntaram aos homens para combater os Walkers. Dessa forma ele não só convence da existência dos Outros, mas também faz um discurso sobre oposto se unirem em momentos de dificuldade. Dany se convence da importância de sua luta e diz que vai apoiá-lo... assim que ele ajoelhasse. Mesmo em conflito, os dois vem trocando olhares e têm se tornado mais próximos, dando indícios de que eles podem se tornar uma casal.

Um detalhe que pouca gente notou foi que os símbolos da caverna já haviam aparecido na série em vários outros momentos.

A Rainha dos Dragões coloca Tyrion na parede ao confrontar suas decisões, relembrando que, apesar de tudo, ele ainda é um Lannister. Ela pede a opinião de Jon sobre a situação e acaba, de certa forma, seguindo seu conselho. Outro reencontro marcante da temporada foi o de Jon Snow com Theon Greyjoy. O eunuco fica extremamente assutado quando percebe quem está em Pedra do Dragão. Ele tenta fingir que nada aconteceu, porém Jon parte pra cima e diz que só não o mata pelo que ele fez pela Sansa.

Guerra:

Que saudades que estávamos do Bronn! O mercenário lembrou a Jaime que eles o haviam prometido um castelo. Jaime dá um monte de ouro para ele e responde que ao final da guerra ele poderá ter seu castelo. O exército dos Lannister junto o dos senhores da Campina estão escoltando a comida para Porto Real quando Bronn começa a ouvir um barulho estranho. Barulho que era nada menos do que um exército Dothraki vindo com tudo. Aliás, a cara de felicidade dos Dothraki indo para batalha foi impagável. Mas nem só de cara se ganha guerra, mas com dragões e cavalos sim. O exército Lannister, ao entrar em formação, é supreendido por Daenerys, que chegou chegando montada no Drogon.

Saindo um pouco do resumo para elogiar o primor técnico que foi essa batalha, Game of Thrones mais um vez mostrando porque é a maior série de todos os tempos. O plano sequência de Bronn no meio da batalha é incrível e ainda faz referência a cena do Jon na Batalha dos Bastardos, que é uma melhores cenas do seriado.

Com a batalha praticamente perdida, Bronn decide usar a arma do Qyburn, o escorpião. Na segunda tentativa ele consegue acertar a asa do Drogon, que cai machucado. Jaime identifica a oportunidade de matar Daenerys enquanto ela está tentando salvar seu dragão. Ao se aproximar bastante, Drogon vira para cavaleiro e dá uma baforada que, por muito pouco, não o queima. Jaime é salvo por Bronn e o episódio acaba com ele afundando no rio. Um detalhe que me escapou de primeira foi a reação de Tyrion assistindo a batalha. De início ele parecia preocupado com a rainha dos dragões, mas ao longo da batalha ele demonstra um conflito interno. É importante lembrar que o anão sempre gostou muito de seu irmão Jaime. Peter Dinklage é um ator fenomenal e certamente essa reação não foi um acidente, vamos ver como Tyrion lida com tudo isso.

Esse episódio me marcou por um motivo, ficou claro que a série está tentando deixar seus sub-textos mais evidentes. Por um lado é bom, porque facilita o entendimento do espectador médio, por outro é ruim porque empobrece o roteiro e tira aquela sensação de surpresa. No último episódio reclamei muito do roteiro, mas compreendi que a mentalidade da série mudou, cabe a mim aceitar. No mais, a fotografia, montagem, trilha sonora continuam fantásticas e mostram porque Game of Thrones é um seriado tão revolucionário.

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Arthur Ferraz
Água de Salsicha

Sagitariano que ignora qualquer informação sobre signos. Adora tecnologia e pensar sobre o futuro. Escritor do Água de Salsicha nas horas vagas