Game of Thrones: análise dos episódios 1 e 2 da 7ª Temporada

Arthur Ferraz
Água de Salsicha
Published in
8 min readJul 30, 2017

Shall We Begin?

Todos nós amamos Game of Thrones, aqui no Água de Salsicha não seria diferente. Para te manter sempre atualizado, vamos lançar todo domingo aquela análise/resumo para você estar preparado para o episódio da noite. Como já tivemos dois episódios nessa temporada, essa postagem vai falar de ambos. Então vem com a gente relembrar o que está rolando em Westeros!

(Tan Tan Tanana Tan Tananãaaaa)

Bran/Muralha:

Mesmo que o menino prodígio tenha aparecido pouco até então, várias especulações sobre seu papel na grande guerra vêm surgindo. Na única cena mostrada pra lá da muralha podemos ver a extensão do exército dos Outros e, pela primeira vez, vemos gigantes Walkers (saudades Wun Wun). A montagem dá a entender que Bran estava assistindo a mesma cena que nós espectadores e, portanto, ele teria alguma forma de ver o exército inimigo. Meera segue carregando o menino Stark até chegar na muralha. Edd Doloroso, o novo comandante da patrulha, desconfia um pouco da origem da dupla mas acaba deixando-os entrar.

Cão/Irmandade sem Bandeiras:

Uma das grandes surpresas da temporada passada foi a volta do nosso querido Cão de Caça. O personagem se juntou a Irmandade sem Bandeiras e segue rumando para o Norte. O inverno chegou e eles encontram uma casa para passar a noite, porém Cão logo reconhece aquele local. Na terceira temporada o personagem roubou todo dinheiro e comida daquela família alegando que eles não iriam sobreviver ao inverno de qualquer forma. Thoros e Beric sugerem que ele observe as chamas para entender o que está por vir. Após resistir um pouco, o grandalhão consegue enxergar o real inimigo atravessando, ao que tudo indica, o castelo de Atalaialeste (ver Norte). Por fim, somos coroados com uma belíssima cena do Cão enterrando aquela família e falhando ao tentar fazer uma oração aos sete. O arco de Clegane em busca de sua redenção, e falhando, tem se tornado um dos mais interessantes da série.

Norte:

Jon Snow é coroado como Rei do Norte e logo de cara ele tem que tomar algumas decisões bem complicadas. A primeira delas é a de enviar o exército selvagem para defender os castelos vazios da muralha, dentre eles, Atalaialeste (sentiu a treta?). Outra decisão, a que causou mais tensão, foi a de perdoar os descendentes Karstark e Umber. Sansa não gostou nem um pouco disso e questionou Jon na frente dos vassalos, garantindo um merecido esporro do bastardo. Ainda que seja muito legal as frases de efeito da Lyanna Mormont, o mais interessante desse núcleo tem sido tensão entre os irmãos Stark. Enquanto Jon tem como grande inspiração o honrado Ned, Sansa parece ter aprendido muito com os métodos de Cersei (esperamos que não tenha aprendido como seduzir o irmão). Ainda nesse episódio vemos que Sansa não está pra brincadeira, a personagem conseguiu peitar e calar o ardiloso Mindinho.

Já no segundo episódio, Jon recebe as cartas de Daenerys, pedindo para ele se apresentar para a rainha, e de Sam, contando que Pedra do Dragão está sobre um montanha de vidro de dragão. Sabendo que vidro de dragão pode matar os Walkers, ele decide se encontrar com a rainha dos dragões. É importante lembrar que o Norte se autodeclarou independente e Dany quer ser rainha de todos os sete reinos, portanto há um conflito de interesses. Mais uma vez Snow é questionado sobre essa decisão já que muitos nortenhos consideram os Targaryen loucos, ainda assim ele deixa o Norte e declara Sansa como sua interina. Mesmo que Sansa parece estar bem mais esperta no jogo dos tronos devemos recordar que Mindinho é um grande jogador. Não acredito que a Stark irá propositalmente prejudicar seu meio-irmão, porém não podemos subestimar a capacidade de articulação de Petyr Baelish.

Daenerys:

No primeiro episódio temos a aguardada chegada da Rainha dos Dragões a Westeros em uma das cenas mais bonitas da série. Após tirar a bandeira de Stannis, ela passa direto pelo trono e vai para sala de reuniões terminando o episódio com a marcante frase: “Podemos começar?”. Já o segundo episódio inicia com uma discussão entre Varys e Daenerys (meio tarde, mas ok). Seguido disso temos a reunião do conselho, Ellaria e Yara querem atacar logo Porto Real, porém Dany decide seguir o conselho de Tyrion e montar um cerco enquanto os Imaculados iriam tomar Rochedo Casterly, o lar dos Lannister. Após a reunião, Olenna Tyrell aconselha Daenerys a ser um dragão, tentando passar um pouco da desconfiança que ela tem sobre Tyrion. Aliás, é muito bom voltar a ver o anão no seu ápice.

Melissandre surpreende a todos com uma visita a Pedra do Dragão. Com um tom bem mais ameno, a sacerdotisa fala um pouco sobre as profecias e sugere que Daenerys deveria se juntar a Jon Snow. Missandei corrige a profecia do príncipe prometido, dizendo que em Valiriano a palavra “príncipe” não tem gênero e, portanto, pode ser uma princesa prometida. Dany pede para Tyrion enviar uma carta a Jon mandando ele vir se ajoelhar, o anão espertamente manda uma carta bem mais simpática para o Norte. Os diretores tem brincado muito com a questão de Daenerys ser ou não uma rainha louca, colocando sempre uma pulga atrás da orelha do espectador. Ainda que haja a dúvida, acredito que a Rainha Louca seja outra.

Porto Real:

Cersei é a nova rainha dos sete reinos, pelo menos em teoria. A primeira cena que vemos em porto Real é uma discussão entre os irmãos Lannister, Jaime está muito preocupado com a falta de apoio das grandes casas. A cena do mapa é muito simbólica para os fãs do livro e sugere o cumprimento de uma grande teoria (quem quiser saber mais sobre isso procure sobre a Profecia do Valonqar). Jaime começa a desconfiar das atitudes de sua irmã e está aos poucos entrando em conflito. Cersei chama grandes senhores para se juntar à sua causa, dentre eles, Randyll Tarly (pai de Sam). A rainha espertamente usa o preconceito aos estrangeiros para tentar ganhar maior apoio.

Euron Greyjoy, atual rei das Ilhas de Ferro, pretende se juntar a Cersei para se vingar de seus sobrinhos. Ele pede a rainha em casamento, porém ela recusa dizendo que ele não tem o que oferecer em troca. Euron arma uma emboscada para os navios Greyjoy e Martell, decorrendo numa épica cena de batalha marítima. Após matar de forma brutal as serpentes da areia, ele sequestra Ellaria e Yara, que provavelmente serão os presentes para Cersei. Theon ao ver toda aquela matança e ser provocado por seu tio acaba retornado ao estado de pânico e pula do navio em uma atitude desesperada. Apesar de GOT não costumar ser muito maniqueísta, toda temporada temos alguém que é definitivamente mal e Euron está galgando esse espaço de grande vilão.

Vilavelha:

Finalmente Sam está treinando para se tornar um meistre e, por consequência, podemos conhecer mais da Cidadela. A montagem para mostrar o trabalho sujo dele mesclado com cenas de comida é muito bem feita, apesar de nojenta. Sam está procurando informação sobre os Outros, porém os livros do tema estão numa área restrita da biblioteca. Determinada noite ele entra furtivamente nessa área e pega alguns livros que parecem interessar. Ele descobre que Pedra do Dragão está construído sobre uma grande mina de vidro de dragão e envia uma carta para Jon falando sobre isso. Um encontro muito legal que acontece nesse núcleo é o de Sam com Jorah Mormont. O patrulheiro se sente na obrigação de retribuir os favores que Jeor Mormont, pai de Jorah e ex-comandante da patrulha, e está fazendo de tudo para curar a escamagris do cavaleiro.

Arya:

Deixei por último o arco que eu considero o melhor desenvolvido até então. Essa temporada está bem focado em estabelecer conflitos e tensões, não só em termos políticos mas principalmente os conflitos internos ou de personalidade. A dualidade da Arya já começa na primeira cena. Disfarçada de Walder Frey ela faz um discurso falando sobre o perigo da loba solitária, que entra totalmente em conflito com o trailer da temporada, no qual a Sansa diz que um lobo sozinho morre no inverno, mas a alcateia sobrevive. Outro detalhe, Arya mata todos os Frey pela traição cometida pelo patriarca, atitude oposta de Jon Snow para com os Umber e Karstark. Apesar de ter vibrado com a cena e o Norte se lembrar, a pequena loba parece estar se afastando de ser uma Stark.

A tão criticada cena com Ed Sheeran serviu para resgatar um pouco da sua humanidade, naquele momento ela começa a perceber que o mundo não é feito de vilões e mocinhos. Outro ponto interessante foi o Torta Quente comentar e se espantar com o quanto a personagem estava diferente, uma pista do que estava por vir. Após descobrir que seu irmão favorito, Jon Snow, era o novo rei do Norte, ela muda de rumo e decide voltar para casa. Daí temos uma das cenas mais interessantes e bonitas dessa temporada, o encontro de Arya com sua loba gigante. Muita gente ficou confusa se a loba era ou não a Nymeria, mas para mim ficou muito claro que era ela sim. Quando a Arya fala “Não é você”, ela está dizendo que a Nymeria não é mais aquela pequena loba que a seguia, as coisas mudaram. Isso é muito bonito porque tem um paralelo com a história dela própria, não só a loba mudou mas ela também não é mais Arya Stark. Finalmente a personagem está sentindo o peso de ser Ninguém.

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Arthur Ferraz
Água de Salsicha

Sagitariano que ignora qualquer informação sobre signos. Adora tecnologia e pensar sobre o futuro. Escritor do Água de Salsicha nas horas vagas