Top 10 Filmes de 2017

Água de Salsicha
Água de Salsicha
Published in
8 min readJan 13, 2018

Como de costume, trazemos nossa singela opinião sobre os melhores filmes lançados no Brasil do ano que passou. Um ano com grande destaque para os filmes de ação, mas que ainda traz inovações entusiasmantes! Confira essa lista:

10 — Mulher Maravilha

O filme da DC mais aclamado de todos os tempos não poderia estar fora dessa lista. “Mulher Maravilha” chegou para quebrar todos os recordes: maior bilheteria de filme de herói, maior bilheteria em um filme dirigido por uma diretora, ganhador de Melhor Filme de Ação no Critics Choice Awards. Apesar do peso sobre as costas e da chuva de críticas, Patty Jenkins acertou em cheio ao colocar Gal Gadot como a maior super-heroína de todos os tempos. A atriz conquistou a todos e logo se tornou o rosto do empoderamento feminino no mundo dos heróis. Apesar de não ter um vilão forte, erro comum nos longas da DC, “Mulher Maravilha” tem frases inspiradoras, cenas lindas de arrepiar, uma protagonista forte e destemida e é um filme de origem para reclamão nenhum colocar defeito. A representatividade que as fãs esperavam há muito tempo — que a Marvel até o momento não se prestou a nos oferecer — em um formato que incendiou os cinemas do mundo. Que venham os próximos!

9 — Baby Driver: Em Ritmo de Fuga

Aclamado pela crítica e pelo público mundo afora, “Baby Driver” é um daqueles filmes que chegam pra atualizar a cultura pop. O thriller conta a história de Baby, um jovem viciado em música e habilidoso motorista que usa seu talento para ser piloto de fuga em assaltos a bancos. O filme merece destaque pela inovação trazida pelo diretor Edgar Wright que, apesar de contar com um grande elenco (inclusive Kevin Spacey em um dos últimos papéis de sua vida), optou por dar o protagonismo à trilha sonora, criando um musical não-musical. O filme inteiro é sincronizado com a música que está tocando e as cenas servem para compor a trilha sonora, e não o contrário. O resultado é histórico e coloca “Baby Driver” no nosso top 10.

8 — Star Wars: Os Últimos Jedi

Depois do retorno de Star Wars aos cinemas, os fãs da maior série de ficção científica de todos os tempos se dividiram em uma diversidade de sentimentos. Ansiedade. Entusiasmo. Decepção. Êxtase. Infelizmente, o segundo episódio da nova trilogia ainda não unificou a opinião de seus devotos seguidores, mas foi capaz de consertar grande parte das críticas feitas ao “Despertar da Força”. Trazendo um enredo mais original que aceita que nem sempre os mocinhos devem ser vitoriosos e nem todo vilão é unilateral, “Os Últimos Jedi” inovou em diversos pontos em relação ao conteúdo original. Ainda contou com uma participação mais digna e impactante de personagens antigos, respeitando seu legado. Uma parada certa para os amantes do gênero!

7 — Logan

Após 17 anos de demorada espera, “Logan” alcançou todas as expectativas dos fãs do carcaju, conseguindo ainda quebrar as barreiras dos quadrinhos e da cultura geek. Além de ser a redenção do personagem mais injustiçado em adaptações ao cinema, o longa é uma perfeita história de sobrevivência em um futuro distópico. Ainda traz um elemento western aos cinemas que perdura apenas nos filmes de Quentin Tarantino. Essa mistura de gêneros conseguiu equilibrar todos os seus elementos em um filme de ação com grande peso emocional, ainda mais contando com a última atuação de Hugh Jackman e Patrick Stewart na franquia X-Men. Independente do seu gosto, “Logan” é uma escolha excelente para conferir ainda nesse fim de semana.

6 — Blade Runner 2049

Talvez o filme mais desejado da história, uma continuação para o aclamado, porém conflitante, “Blade Runner” de Ridley Scott. Indubitavelmente, um pilar para a cultura cyberpunk e para a ficção científica atual, a obra original deixou sua legião de fãs perplexos com os desdobramentos de seu final. Mesmo contando com cerca de 7 versões diferentes com cortes de direção e adições, nunca houve um sentimento de desfecho para seus amantes. Apesar de ter oscilado em seu enredo por essa necessidade de desfecho, “Blade Runner 2049” consegue captar todo o clima do primeiro filme, com visuais e personalidades únicas desse universo. Com atuações contidas, o longa conseguiu imprimir nas telas toda a sensação que os fãs gostariam de ver.

5 — Bingo

O orgulho brasileiro de 2017. Com uma direção tecnicamente eficiente, cheia dos amados planos-sequência de Daniel Rezende, o editor de Cidade de Deus e uma atuação frenética de Vladimir Brichta, somos hipnotizados pelos bastidores da história do Bozo, o palhaço mais famoso de todos os tempos. O filme é extremamente nostálgico e oitentista, constrói com maestria esse contexto e é uma história muito bem contada. Entretém fácil com humor e convida a debater mais uma vez sobre a questão da fama e da satisfação pessoal do ator com seu trabalho. Tema evidenciado no celebrado Birdman, de volta com menos foco em Bingo, mas ainda sim muito presente. A atuação de Leandra Leal, diretora do programa é também sólida, digna da ótima atriz que é. O filme foi o escolhido brasileiro para concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro mas infelizmente não passou para os indicados. Pior para o Oscar.

4 — Get Out

Uma das grandes surpresas do ano. Ninguém sabia muito o que esperar de um filme dirigido por um dos grandes nomes da comédia norte-americana, Jordan Peele. Ainda, um thriller psicológico de primeira qualidade. Com um enredo que te enfeitiça, um roteiro que mescla no ponto certo comédia e horror, temos uma das obras mais criativas dos últimos tempos, que coloca a questão racial mais uma vez no foco, sem se preocupar muito em refletir e sim em criar conflitos que se multiplicam através do longa. A revelação do ator Daniel Kaluuya contribuiu para o sucesso do filme, de fato foi um protagonismo destacável. O diretor Peele se indignou quando soube que seu filme concorreria na categoria de Comédia ou Musical no Globo de Ouro. É hora de levarem mais a sério seus trabalhos.

3 — La La Land

Aclamado pelo público e pela crítica, La La Land é um sopro de esperança para os amantes de musicais. Além de renovar o gênero de romance em um momento em que o cinema foca em temas mais “sérios”, o longa de Damien Chazelle conta com uma equipe criativa brilhante sendo capaz de concorrer ao Oscar de Melhor Canção Original não apenas com uma, mas duas composições. Apesar de a atuação ter sido criticada por muitos, é de se admirar o empenho dos atores em aprenderem a sapatear, cantar e tocar piano em um breve período de tempo. Mais que apenas uma obra quase perfeita, La La Land já abriu a porta para mais filmes do seu gênero como visto com Rei do Show que ainda está tentando conquistar o público nesse início de ano. Um terceiro lugar mais do que justo!

2 — Mãe!

Se você não gostou e desistiu no meio do filme, talvez deva dar uma segunda chance. O novo longa de Darren Aronofsky, diretor de Réquiem para um Sonho e Cisne Negro, é um filme denso e cansativo, porém que traz uma bela metáfora em seu plano de fundo. Contando uma história de invasão tanto a casa quanto à privacidade da nossa protagonista, o filme trata também de cada relação da humanidade com a natureza. Diferente de Noé, o longa anterior de Aronofsky, “Mãe!” traz sua base de contos clássicos como uma segunda camada e não forçada para o espectador. Talvez a queridinha de Hollywood, Jennifer Lawrence, não tenha merecido seu Oscar de Melhor Atriz por “O Lado Bom da Vida”, mas é nesse filme que a atriz mostra todo seu talento ao lado do contido e, ao mesmo tempo, expressivo Javier Bardem. Um filme exaustivo para muitos, mas que merece a atenção de todos os amantes do cinema.

1 — Moonlight: Sob a Luz do Luar

O vencedor de Melhor Filme do Oscar 2017. “Moonlight” é uma experiência diferente. Uma direção indie de orçamento baixo que chocou e trouxe desconforto a quem assistiu. Takes impacientes de Barry Jenkins se alinhavam ao tremendo sofrimento que foi a jornada de Chiron, dividida em 3 partes no filme. Filme de belíssima fotografia e extremamente sensível, desbancou merecidamente o ultra favorito “La La Land”. A Academia foi sábia ao denotar que cinema não é só entretenimento. É também reflexão e empatia. “Moonlight” é um filme marcante, será lembrado para sempre e por isso leva a primeira posição da nossa lista.

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