Watchlist — Ficções científicas filosóficas

Mais uma sexta-feria, mais uma watchlist. Como havíamos falado, agora a watchlist é escolhida por você. O primeiro comentário sugere o tema da próxima semana e nós nos viraremos para fazê-lo.

O tema da semana escolhido pelo salsicheiro Arthur Ferraz foi ficções científicas filosóficas. De uma certa forma, toda ficção científica abre espaço para a filosofia, aplicando realidades alternativas e gerando questionamentos sobre os seres humanos e suas relações sociais e materiais. Vamos então às recomendações :

Trilogia Matrix (1999–2002)

Começaremos com um filme que dificilmente ainda não foi assistido, mas sempre temos exceções. Em meio ao surgimento e aperfeiçoamentos da Internet, os Irmãos Wachowski vieram com essa obra clássica no fim da década de 90, passando-se em um mundo que a realidade não é aquela que vivemos. Na verdade, a nossa vida é um software, a Matrix, controlada por máquinas e todos os seres humanos estão presos a esta falsa verdade. No entanto, um hacker chamado “Neo” começa a perceber que existe algo de errado com este universo e, com a ajuda de outras pessoas que também entenderam a ilusão que viviam, passou a combater as máquinas que dominavam o mundo.

Com diversas influências na literatura, o roteiro foi baseado fortemente no Mito da Caverna de Platão, ao criar a história de um homem que acorda de sua falsa vida de impressões e caminha em busca da verdade. Inclusive frases inteiras da obra platônica foram usadas como falas dos personagens. Quer mais filosofia que isso? O filme é muito interessante e as cenas de ação são de tirar o fôlego!

Blade Runner (1982)

Nesse belo filme de 1982, Harrison Ford dá vida ao emblemático Rick Deckard, um ex-caçador de androides que está de volta à ativa para caçar três replicantes (androides) fugitivos.

O plot principal é a clássica jornada do herói, porém o charme do filme está no seu plano secundário. O universo baseado no livro “Os Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?” é muito rico e nos faz pensar sobre o consumismo e até mesmo sobre empatia. Porém, a cereja do bolo vem com a crescente dúvida se Deckard é ou não um replicante. Riddley Scott, diretor do filme, respondeu brilhantemente quando questionado sobre a humanidade de Rick: “O importante não é a resposta, mas sim a pergunta.”.

2001 — Uma Odisseia no Espaço (1968)

Para finalizar, este CLÁSSICO, em caps lock mesmo, do diretor visionário Stanley Kubrick, lançado 1 ano antes do homem pisar na lua, que faz as pessoas se questionarem sobre o seu significado até hoje. O filme possui na realidade em 4 diferentes momentos que ajudam a construir o processo de evolução do homem. As seções mais marcantes talvez sejam a dos macacos e a do computador HAL, um dos maiores vilões do cinema.

Muito ainda se discute sobre o significado de 2001, levando o próprio Kubrick a explicar a sua versão. Na minha visão, é um filme sobre os caminhos da evolução do homem, desde o que o leva a evoluir até as suas consequências. A trilha sonora é incrível e muito bem utilizada pelo diretor. O filme é lento, mas se tiver paciência será muito bem apreciado. Confiram.

E qual será o tema da próxima semana? Sugiram aí!

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