Órfãos da Terra: a magia por trás do processo de criação

Rede Globo
Órfãos da Terra
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3 min readJul 2, 2019

Por Nininha de Médicis

Da Síria à Londres, a trama que vem encantando o público, retrata países de realidades bem diferentes dentro dos Estúdios Globo ou em locações pelo Rio e por São Paulo. Em conversa com a equipe de Mídias Sociais da Globo, a produtora de arte Nininha de Médicis explicou tudo o que acontece para criar o que você assiste em casa.

Detalhes da cenografia de ‘Órfãos da Terra’

Para compor o universo da novela das seis, uma ampla pesquisa foi feita, de documentários a livros especializados, além do apoio de consultores culturais, que trouxeram uma rica referência sobre os países retratados na história. Foram três meses de pré-produção, da lápide de um cemitério a objetos típicos, tudo foi cuidadosamente pensado. Nininha define esse período inicial como um grande acúmulo de imagens, que é dividido em diversas categorias: louças, comidas, transportes, abrigos etc.

Detalhes da cenografia de ‘Órfãos da Terra’

Entre as externas gravadas no início da novela, não podemos esquecer de três momentos importantes e complexos em nível de produção: as ruas da Síria e do Líbano, a festa de aniversário do menino Kháled, onde ocorre o bombardeio que dá início a história, e o acampamento de refugiados. “O maior desafio é refazer a Síria e o Líbano aqui no Rio de Janeiro e ficar crível. E ficou! Tanto a festa como as ruas que produzimos, fora o campo, foram desafios que a gente viajaria para fazer isso, a gente fez aqui e ficou muito bom”, conta a produtora.

Campo de refugiados criado para novela

A sequência dos escombros, após o bombardeio da casa da família Faiek, foi gravada no centro do Rio e finalizada na computação gráfica. A equipe de efeitos visuais criou em 3D uma cidade fictícia de Fardús, uma locação real no bairro de Anchieta. Casas, carros e cada detalhe da cidade foram obras do trabalho dessa equipe. Um detalhe válido de citarmos e sugerido por Nininha nesse momento foi a participação dos Capacetes Brancos, coletivo de socorristas voluntários que se tornaram conhecidos por resgates nas zonas controladas pelos rebeldes sírios, que não estava no roteiro e foi adicionada. A recomendação foi resultado de um dos documentários assistidos pela produtora.

Explosão em Fardús, cidade fictícia criada para a novela — Foto: TV GLOBO/Gshow

Para o acampamento de refugiados, referências de diferentes tipos de abrigos foram utilizadas para causar a sensação de estar realmente dentro daquela situação. Das placas de sinalização até os kits de higiene, tudo foi preparado pela produção de arte, com exceção das tendas, que foram cedidas pelo ACNUR, da ONU, e já usadas por refugiados reais.

Detalhes do campo de refugiados

Além das externas, também temos a mansão do Aziz, que merece destaque na novela. Para mostrar o poder e o dinheiro do sheik, escolheram como locação um marco arquitetônico, o Palácio Quitandinha, na cidade serrana de Petrópolis, Rio de Janeiro.

Mansão do sheik Aziz — Foto: Gshow

Nininha de Médicis conta de onde tirou a inspiração para compor o cenário da casa de Aziz: “A gente se baseou muito nas referências de grandes mansões de Dubai. É tudo muito moderno e minimalista, então seguimos essa linha, com muitos tons de dourado, bege e ouro velho, além de flores em tons discretos como branco e verde”.

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