A arte urbana no Brasil

João Henrique Sol
1–800-JOAO
Published in
5 min readJan 19, 2021

Saudações, estudantes do liceu Herriot! Hoje temos um tema já conhecido por vocês, pois é muito presente na França e na cidade de Lyon. O que poderia ser? Vejam a imagem abaixo e façam hipóteses.

Sim, esta é uma imagem feita em Croix-Rousse, mas do que se trata?
Para os que pensaram em arte urbana, meus parabéns, acertaram! Falaremos deste tema no dia de hoje, mas deste tipo de arte no Brasil.

Vejamos alguns exemplos de arte urbana nos espaços brasileiros:

Aqui temos a Escadaria Selarón, um espaço incontornável no bairro da Lapa, muito conhecido pelos turistas.

Acima, o Boulevard Olímpico, um espaço onde encontramos muros repletos de arte urbana em grafite e feito especialmente para as Olimpíadas de 2016.

Vocês já devem ter conhecido as favelas brasileiras. Bem, esta aqui é um pouco diferente, pois participou do projeto Favela Painting, que levou cores vivas a suas casas.

Enfim, há muitos exemplos no Brasil e devemos ter em mente que este tipo de arte, a arte urbana, não se faz com grafite, há na verdade diversas técnicas para compô-la. Vejamos-nas abaixo:

Repetindo o que já vimos, o grafite, que é encontrado em construções, muros, espaços públicos, sempre muito coloridos, podendo formar mosaicos.

Há também o stencil, que é igualmente feito em muros e espaços públicos, porém costuma ter apenas uma cor. Outro detalhe é que não é feito diretamente nos muros, mas deve ser primeiramente feito em um papel ou cartolina, para ser, em seguida, cortado e, finalmente, pintado nas paredes.

Também podemos encontrar os poemas urbanos, que tendem a apresentar um teor crítico-social por relatar a vida nas ruas.

Frequentemente encontrados em cada esquina, temos os adesivos, ou arte em adesivos, que consiste em decorar paredes e placas com diversos adesivos e significados.

Não muito diferente, os lambe-lambes, que podem apresentar críticas, poesias, convites a debates, desenhos, diversos tipos de arte. Este em específico, “MAIS AMOR POR FAVOR” é bem conhecido e presente no Brasil.

Por fim, as estátuas vivas. Aqui, os artistas devem se pintar de uma única cor, vestir-se de acordo com um personagem conhecido e fazer uma pose. Por vezes podem se mexer para interagir com o público, mas o objetivo principal é de ficarem forçosamente parados.

Mas de onde tudo isso vem? Como tudo começou? Bem… estas são perguntas que serão respondidas abaixo. Confiram:

No Brasil, tudo isto começou nos anos 70 com Alex Vallauri, precursor da arte urbana brasileira. Não foi um movimento simples, visto que o país sofria nesta época com a ditadura militar, além disso a arte urbana ainda não era tão apreciada, sendo muito mal vista e marginalizada.
Hoje em dia as coisas mudaram e temos muitos artistas focados no espaço urbano. Vamos ver abaixo alguns exemplos destes e suas obras!

Otávio Pandolfo e Gustavo Pandolfo, mais conhecidos como Os Gêmeos, são uma dupla de grafiteiros paulistas. Eles ajudaram a definir o estilo de grafite brasileiro e são conhecidos por seus personagens, que costumam se parecer uns com os outros, sempre com olhos tristes, narizes abatatados, lábios largos e pele amarela.

Personagem amarelo contido na parede lateral de uma construção

Um dos mais importantes grafiteiros do Brasil, Crânio, é conhecido por seus repetidos grafites de indígenas na cor azul. Suas obras possuem um teor bem crítico, que pode ser percebido no exemplo abaixo.

Indígena azul puxando um animal sem cabeça com uma bandeira do Brasil ao fundo escrito “sold”

Eduardo Kobra, que foi responsável pelas artes do Boulevard Olímpico, que vimos no início desta publicação, também é um importante grafiteiro do país. Conhecido pelo projeto Muro das Memórias, de 2007. Por vezes suas obras podem misturar representações realísticas com a pintura em mosaicos, como vemos neste exemplo de Chico Buarque e Ariano Suassuna.

Chico Buarque e Ariano Suassuna, figuras da cultura popular brasileira, pintados em mosaico

Alex Hornest, também conhecido como ONESTO, é igualmente um importante grafiteiro brasileiro. Além disso, ele é pintor e escultor. Trabalha, além da pintura de personagens, a escrita em grafite.

ONESTO pintando e escrevendo em um estúdio em Bogotá

O que acham de tudo isso? Gostam da arte urbana brasileira? Possuem alguma técnica preferida? Comentem!

--

--

João Henrique Sol
1–800-JOAO
0 Followers
Editor for

Assistente de língua portuguesa na França 2020–2021.