As palavras têm poder!

Nicolas de Souza
Editorial 20 21

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Quando começamos a imaginar o Editorial 20 21, nós percebemos que estávamos criando algo totalmente fora de moda. Afinal, quem ainda lê em 2021?!

Vamos voltar um pouquinho no tempo para eu contextualizar você, novo leitor. O Editorial 20 21 tem o objetivo de mudar a história com o conhecimento de jovens estudantes, permitindo que nossos escritores se tornem referências em seus cursos e no percurso criem um conteúdo capaz de ajudar outros estudantes. Mas agora você deve estar se perguntando qual a problemática aqui, pois ao que tudo indica, deixando a modéstia de lado, a ideia é maravilhosa.

E todo nosso problema está na forma como queremos criar conteúdo. Não queremos criar vídeos, ou imagens, ou dancinhas — nada contra, no nosso Instagram também tem esse conteúdo. Mas nós queríamos que nosso conteúdo carregasse um ar de imortalidade, então nossa decisão foi criar conteúdo na forma de texto e isso não é uma decisão preguiçosa ou um caminho mais fácil, é uma estratégia.

Na minha opinião e curta vivência, nada se mostra mais eficaz para o aprendizado do que ler e escrever. Quando precisamos aprender algo é comum recorrermos, hoje em dia, a vídeos no YouTube. Estes vídeos nos entregam rapidamente a solução dos nossos problemas, o pulo do gato que precisávamos para resolver uma determinada questão, uma visão diferente para um assunto enfadonho, mas não são tão eficientes para que tenhamos pleno domínio daquilo que está sendo falado.

Tanto que os vídeos não referenciam outros vídeos e sim livros e artigos

Para que o vídeo seja eficiente em nosso propósito de estudo é necessário recorrer ao bom e velho papel, anotando as ideias, praticando os conceitos, até como uma forma de nos concentrarmos nos mínimos detalhes e não nos perdermos com uma propaganda do TikTok, ou ainda para que não fiquemos distraídos com a cor da parede do fundo.

Entrar no YouTube é como entrar numa loja de doces querendo fazer dieta, torna a missão muito mais difícil. Tudo ali é feito e pensado para que você fique horas dentro do aplicativo, em apenas um clique você já terá recomendações personalizadas, com vídeos muito mais interessantes do que o seu estudo e isso com certeza não vai te ajudar. E aqui começa a aparecer a nossa vocação.

Diferentemente de assistir a um vídeo, a leitura é um método mais ativo de aprendizagem, pois faz com que nós, estudantes, tenhamos total atenção ao que estamos fazendo, permitindo que não sejamos meros espectadores. Até aqui você talvez já tenha entendido o motivo que nos leva a acreditar que ler é uma forma melhor de estudar. Mas onde entra a escrita?!

A escrita é o que proporciona a virada de posição no processo de aprendizagem. Seja lendo ou assistindo a um vídeo, ficamos presos em uma posição de consumidores do conteúdo, e no momento que passamos a criar este conteúdo, a pensar numa forma de comunicar aquele assunto, nós ampliamos de maneira considerável nosso conhecimento sobre o tema.

A primeira vez que eu percebi essa diferença entre consumir e criar conteúdo, foi ainda no ensino médio. Eu sempre gostei muito de estudar em grupo, e nesses estudos, percebi que quanto mais eu ensinava, mais eu aprendia. Já na graduação, dentro de um projeto de pesquisa, percebi que ao escrever os problemas que eu estava tendo, a solução começava a se desenhar a cada detalhe que eu adicionava. Escrever nos ajuda a aumentar o poder de abstração, entregando resultados incríveis.

Com toda a modernidade, temos a tendência de achar que tudo o que é antigo, está obsoleto ou antiquado, mas escrever e ler, continuam sendo fundamentais para nosso crescimento e desenvolvimento.

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Nicolas de Souza
Editorial 20 21

Um engenheiro por formação se aventurando no mundo do desenvolvimento de software!