História da agronomia no Brasil

Brena Tavares
Editorial 20 21
Published in
4 min readOct 19, 2021

Muitos historiadores consideram que a agronomia surgiu quando passamos a produzir na terra e criar animais para sustento próprio, desenvolvendo técnicas ao logo do tempo.

As invasões holandesas no Brasil ocorreram quando os holandeses ocuparam territórios no Nordeste brasileiro no século XVII. A atividade açucareira rendeu bastante lucro para Portugal e Holanda. Isso aconteceu durante a colonização dos portugueses no Brasil quando houve uma divisão sobre onde seria explorado. A agricultura brasileira se iniciou na região nordeste do Brasil, com o início cultivo da cana.

Era baseada na monocultura (cultivo de apenas um tipo de cultura ao mesmo tempo em um campo específico), na mão de obra escrava e em grandes latifúndios (grandes propriedades agrícolas pertencentes a um proprietário). Nesse período, grande parte da produção era cana-de-açúcar.

Em meados do Século XVII, foram expulsos do litoral do nordeste brasileiro e, depois de algumas tentativas frustradas de invadir o Brasil, os Holandeses conquistam a região do Caribe. Nesse momento param de comprar a cana dos portugueses.

Os produtores de álcool e açúcar da região nordeste entraram em decadência devido a concorrência holandesa e o desenvolvimento do setor cafeeiro na região sudeste, levando à crise do ciclo da cana-de-açúcar no Brasil.

No período imperial, mais precisamente no segundo reinado, em que o Brasil foi governado pelo imperador Dom Pedro II, entre os anos de 1840 a 1889 — a independência em 1822 trouxe mais transformações políticas do que sociais e econômicas para o Brasil — a economia permaneceu como agroexportadora (o envio ou venda de produtos agrícolas para o exterior), a exportação do café ocupou espaço na economia brasileira, gerando lucros para os cafeicultores. A mão de obra utilizada era a escrava.

A partir de 1850, a produção de café expandiu para a região do Oeste Paulista, que se tornou o maior produtor de café do Império. Ao contrário das lavouras do Vale do Paraíba, o café plantado no Oeste Paulista contou com a mão de obra imigrante. Inúmeros europeus vieram para o Brasil em busca de melhores condições de vida e estabeleceram-se em São Paulo. Essa mão de obra tinha mais qualificação.

As cidades começavam a receber maior número de habitantes, a agronomia surge, então, por uma ação do governo que estava sendo pressionado pela aristocracia agrária que o mantinha e que estava sofrendo grandes dificuldades na produção agrícola pela falta de mão-de-obra.

Deste modo, surge o agrônomo e a prática agronômica, que se refere ao ato de estudar a agricultura e contribuir para o seu desenvolvimento. Conforme foi havendo crescimento nas grandes cidades e veio o surgimento do êxodo rural, onde muitas pessoas saiam do campo para as cidades em busca de melhoria em sua situação econômica, a agronomia passou a ser oficializada e praticada com maior intensidade para o desenvolvimento e o aumento da produção de alimento, devido ao aumento populacional nas cidades.

Em busca de mão-de-obra mais qualificada e conhecimentos, foi criado, em 1859, o Imperial Instituto Baiano de Agricultura. Em 1875, no município de São Bento das Lages, foi fundada a primeira escola de Agronomia no Brasil, que hoje integra a Universidade Federal da Bahia.

Vale ainda ressaltar que, a formação de um profissional (agrônomo) estava mais ligado ao meio político, apenas com interesse econômico e pela falta de mão-de-obra, do que com a própria prática profissional e desenvolvimento de técnicas.

As primeiras tentativas de se instalar o ensino superior agrícola no Brasil enfrentaram a indiferença das elites e o desinteresse da população. Com retornos rápidos de lucros e uma crescente carência de diversidade de alimentos no país, foi gerada uma grande insatisfação popular, ocasionando mais interesse da população para resolver essa problemática.

A profissão de engenheiro agrônomo só veio a ser reconhecida no dia 12 de outubro de 1933 quando foi promulgado o DECRETO No 23.196, DE 12 DE OUTUBRO DE 1933, dia esse que passou a ser comemorado como “Dia do Engenheiro Agrônomo”.

A partir de 1950 com incentivo e a cooperação dos Estados Unidos da América, surge a extensão rural, primeiramente em Minas Gerais com a chamada ACAR (Associação de Crédito e Assistência Rural), e rapidamente se espalhando por todo Brasil com ABCAR (Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural) sendo que em 1973 foi restruturada e formada a EMATER (Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural), que ainda é atuante nos dias de hoje no Brasil.

A revolução verde foi um momento que mais incentivou e ajudou a expandir as práticas e estudos agronômicos no pais, caracterizada por fatores como o uso de sementes melhoradas, insumos agrícolas e a mecanização do campo. Hoje se mostra como uma das atividades mais rentáveis economicamente, sendo responsável por cerda de 26,6% do PIB brasileiro em 2020.

Referências:

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/segundo-reinado.htm

https://brasilescola.uol.com.br/historiab/invasoes-holandesas-no-brasil.htm

MELO, RICARDO CARVALHO ,A HISTÓRIA DA AGRONOMIA NO BRASIL: UMA BREVEANÁLISE, Instituto Federal Goiano Campus Avançado Ipameri, Goias, JUNHO/2020.Disponivel em: https://repositorio.ifgoiano.edu.br/bitstream/prefix/1309/4/tcc_Ricardo%20Carvalho%20de%20Melo.pdf

ROSA, E.J; LEAL, I.L, UMA BREVE SINÓPSE: HISTÓRIA DA AGRONOMIA NO BRASIL, Universidade Federal da Fronteira Sul. Disponível em:https://pt-static.z-dn.net/files/deb/223eda134fbe0b375fc4b1f40e2e94fd.pdf

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