Eduarda Nadaes
Editorial 20 21
Published in
3 min readFeb 10, 2021

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Relação entre meios de comunicação com a saúde mental dos internautas

Atualmente, os meios de comunicação, principalmente os digitais, cada vez mais estão sendo usados como “diários abertos”, transmitindo tudo o que uma pessoa comum, que séculos atrás não tinha tamanha voz, tem a dizer e sentir para o mundo inteiro, já que qualquer um que fale sua língua ou que tenha um “Google Tradutor” habilitado no seu dispositivo será capaz de entender.

Com isso, surgem os criadores de conteúdo, jornalistas independentes e internautas cheios de opiniões pra dar. O papel deles é passar alguma informação ou entretenimento para o publico, da forma que preferir, quando preferir, onde preferir. Isso vem seguido de más influencias, imperativos e ditaduras disfarçados de gatilhos, pressão e diversas outras coisas.

O problema é que maior parte das pessoas que têm acesso à essa mídia, principalmente redes sociais, são as que se encaixam na Geração Z, indivíduos entre 10 e 30 anos, que possuem pré-disposição a transtornos mentais, ou até mesmo já possuem algum transtorno, o que não é coincidência, visto que a maior parte desses transtornos são causados pelo próprio meio de comunicação. Essas pessoas são expostas a padrões surreais de vida na internet e, com a disseminação dele, acredita que aquilo é real.
Pessoas milionárias que compram mansões, carros, roupas e acessórios de grife como se comprasse água, que viaja para fora do país como se estivessem dando um simples passeio no shopping.

Tudo isso cria uma imagem na mente das pessoas de que aquele é o correto, que fora desse “padrão” está errado, então a pessoa adoece, porque não consegue proporcionar a si mesma esse padrão de vida, se sentindo, então, inferior.

Além disso, nos últimos meses, surgiu e se consolidou uma “pandemia” de cirurgias plásticas na internet. Com tantas pessoas influentes fazendo e recomendando tais cirurgias, que assim como todas as outras possuem graves riscos, acabaram se tornando romantizadas. Em seu perfil na rede social, a “Instagrammer” Maria Venture, por exemplo, já compartilhou mensagens que recebe de suas seguidoras, maior parte menor de dezoito anos de idade, falando o quanto querem se submeter a tais cirurgias por serem infelizes com o próprio corpo, por não terem o padrão de beleza que a internet expõe. O problema é que esse padrão não é real, é resultado de cirurgias estéticas, harmonizações, botox e outros demais procedimentos.

Um sociólogo uma vez disse que todas as perturbações mentais podem ser compreendidas como “doenças da comunicação”, apontando de fato que transtornos e doenças mentais são consequências da falsa comunicação, como o exemplo de ditaduras como falsos gatilhos, até como a comunicação é posta para o público.

Os meios de comunicação estão adoecendo cada vez mais a população, mesmo que inconscientemente. Com seus padrões surreais, bombardeios de informação, contradições infinitas, disseminação de informações falsas, as fake news, a mente humana fica sobrecarregada, passa a acreditar e se cobrar por uma coisa que pode não ser real, que é exposta por pessoas aleatórias decidindo o que é certo e o que é errado.

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