Bitcoin: desafios e impacto no mercado

Guilherme Escouto
2018/2
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4 min readNov 23, 2018

Por Guilherme Escouto

Bitcoin é uma das criptomoedas mais utilizadas no mundo (iStockphoto/Getty Images)

Imagine não ter mais preocupações ao sacar dinheiro em algum estabelecimento bancário. Ou até mesmo ao andar pelas ruas estando com a carteira cheia de cédulas monetárias. Infelizmente, por conta da falta de segurança que assola a população, diariamente, essas inquietações são constantes.

Pense que, futuramente, não tenha mais estabelecimentos bancários, caixas eletrônicos e até mesmo dinheiro em papel. Pense que elas não são mais físicas, mas sim virtuais. Hoje já estão sendo utilizadas essas moedas virtuais, ou criptomoedas, como são mais conhecidas, como por exemplo, o Bitcoin, uma das moedas que tem mais evidência no mercado.

Sérgio Mylius da Silva - Foto: Reprodução

É no que acredita o pesquisador, coaching, educador em finanças pessoas e administrador de empresas, Sérgio Mylius da Silva, 64 anos, natural de Porto Alegre, sobre a influência da criptomoeda. “O principal impacto do Bitcoin na economia é o desaparecimento do banco como elemento intermediário. As relações de troca de moeda ficam de pessoa para pessoa.”

Entretanto, o pesquisador não tem certeza se o Bitcoin tem potencial para ser a principal moeda digital do futuro. “Eu diria que a tendência de ser criptomoedas e de serem não físicas é muito grande”, comenta. “Hoje, na China, nem se usa mais o cartão plástico. Lá as transações são feitas através de celular. Então acredito realmente que essa é a tendência”, completa.

Gustavo Inácio de Moraes - Foto: Reprodução

O economista, professor e coordenador do curso de Ciências Econômicas da PUCRS, Gustavo Inácio de Moraes, 42 anos, natural de Santos — SP, vê que o Bitcoin possui grandes desafios pela frente. “Acredito que os principais desafios sejam criar um mercado estável e líquido o suficiente para que mais investidores se juntem”, afirma. “Principalmente, para que órgãos de regulação financeira confiem suficientemente permitindo maior participação das criptomoedas nos fundos de investimento”, conclui.

Mesmo com desafios, Mylius e Gustavo acreditam que possa se obter sucesso neste segmento, mas que é preciso saber investir. Mylius diz que o segredo para ter um bom resultado no ramo é estudando cada vez mais para conhecer as características do mercado.

“Esse é um mercado que, diferente de outros, exige atenção permanente, ou seja, dada a sua grande volatilidade a compra de grandes quantidades pode resultar em prejuízo de uma hora para outra”, afirma Gustavo. O economista continua dizendo que ‘’se o investidor estiver disposto a permanecer por um longo tempo, tal como a bolsa, pode ser significativamente vantajoso”.

E sobre viver neste segmento, hoje, no Brasil, Gustavo diz que infelizmente não é para todos. “O mercado de Bitcoin está disponível especialmente para aqueles que já possuem um grande patrimônio. Assim, para esse segmento é possível viver sim de Bitcoin ou de outras criptomoedas. Para se obter lucro significativo sempre será necessário escala ou, nesse caso, patrimônio significativo’’.

Mylius, o educador em finanças pessoas, tem um pensamento parecido com o de Gustavo, pois ele afirma que é necessário ter um capital para começar o investimento. Ele complementa sua fala dizendo que também é preciso ‘’ter mecanismos de segurança para guardar essas criptomoedas”.

Como em todos os lugares existem riscos, o coordenador do curso de Ciências Econômicas da PUCRS diz que é possível evitar cair em golpes, para tanto é necessário estar “rastreando todas as operações e certificando-se da idoneidade do operador junto a pessoas do seu círculo, bem como autoridades responsáveis”, explica.

A CORAGEM PARA VIVER DE BITCOIN

Márcia Quintana de Souza, 49 anos, natural de Bagé — RS, conheceu o mercado das criptomoedas através de um testemunho. “No ano de 2016, em novembro, comecei a investir no outro dia após assistir uma palestra sobre criptomoeda”, comenta.

Ela diz que o que lhe chamou atenção foi a facilidade e a rapidez dos resultados e investimentos. Márcia declara que não tem medo dos risos. “Isso temos em todos os setores. E se não arriscarmos não temos como conhecer o novo”, afirma.

Hoje, Márcia só trabalha neste segmento. “Bitcoin é meu trabalho 100% há mais de um ano. Quando conheci esta moeda, me encontrava desempregada há três anos, mesmo tendo quatro formações acadêmicas”, declara.

Para Márcia, o segredo do investimento é ‘’estudar o local correto para o investimento conversando com pessoas que já estão neste mercado”.

Atualmente, Márcia trabalha no AirBit Club, um dos maiores clubes de investimentos em Bitcoin do mundo, com mais de 4 milhões de associados em mais de 150 países.

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