Taxa de desemprego cai para 11,9% no Brasil, segundo o IBGE

Gabriel Borba
2018/2
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3 min readNov 22, 2018

A taxa de desocupação, que mede o índice de desemprego no país, foi a menor registrada em 2018.

A população brasileira que está à procura de emprego atingiu 12,5 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no trimestre de julho a setembro. A taxa de desemprego é a menor registrada no ano, com 11,9% contra 12,4% do mesmo período de 2017.

Em dados divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), pela sexta vez seguida, desde o trimestre de janeiro a março, o percentual de desempregados no Brasil apresenta queda mensal. Porém, ainda assim, o índice é alto se comparado com outros países da América do Sul, como Argentina, Colômbia, Uruguai e Chile.

Mais de 137 mil empregos com carteira assinada foram gerados em setembro no Brasil. Foto: Gabriel Borba

Com desejo de mudança, os brasileiros buscam novas soluções para burlar a crise financeira. Foi o que fez o técnico em processamento de dados, Rogério Bitar Rocha, que há 22 anos abriu o seu próprio negócio em Porto Alegre. “Não é fácil ser empresário no Brasil, mas continuo trabalhando na esperança de um país melhor e mais justo para quem trabalha”, afirma. O aumento do interesse dos brasileiros pelo empreendedorismo se dá, em grande parte, pelo momento econômico vivido, além de trazer novas possibilidades de emprego a outros cidadãos.

Com cinco funcionários na NTC Tecnologia e Automação Comercial Ltda., Rogério ainda afirma que a qualificação e experiência são pontos cruciais para a admissão, independente da idade. “Um jovem bem qualificado e com vontade de aprender é um bom candidato, assim como uma pessoa mais velha, com vontade, e com bastante experiência”, completa. O número de empregados com carteira assinada no setor privado, hoje, chega a marca de 33 milhões de trabalhadores, índice positivo em relação ao último trimestre avaliado, crescendo 0,4%.

A perspectiva dos especialistas em relação ao nível de emprego no Brasil para o próximo ano é positiva, o que poderá acarretar em um menor índice de desemprego. O economista do Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento do Rio Grande do Sul, Alfredo Meneghetti Neto, diz que as mudanças nos governos estaduais e federais irão trazer uma renovação política, relacionadas com a industrial e fiscal. “Isso pode ter um impacto muito importante nos segmentos econômicos, no que se diz respeito às políticas e às expectativas dos economistas”, afirma. “Essas políticas são encaminhadas para o crescimento e desenvolvimento, e isso certamente vai ser a tônica de 2019”, reitera.

Mercado informal

Cidadãos que buscam uma nova ocupação como forma de sobrevivência ao desemprego, acabam, muitas vezes, se utilizando do trabalho informal. O índice de trabalhadores desta área está cada vez mais em crescimento, quando, em 2018, os brasileiros que estão na informalidade atingiram a marca de 35 milhões de pessoas, considerando quem não possui carteira assinada e quem trabalha por conta própria. “Nós tivemos uma queda de 2014 a 2016 do PIB, e quando isso acontece, existe uma desativação de empregos formais, e automaticamente, as pessoas procuram empregos informais para a sua subsistência”, sustenta Meneghetti.

Foi com base nisso que Marcelo — que preferiu se identificar somente pelo primeiro nome — resolveu criar um novo rumo para a sua vida. Há 30 anos no comércio informal, o vendedor ambulante, ex-fiscal de supermercado, adotou as ruas do centro de Porto Alegre como ambiente de trabalho. “Vim para o meio informal como uma espécie de alternativa ao que eu já sabia fazer, e hoje eu me sustento só com o dinheiro das vendas dos meus produtos”, avalia.

Rogério e Marcelo, seja através de iniciativas privadas ou da informalidade, estão entre os milhões de brasileiros que, com persistência, buscam novas soluções para mudar a situação do Brasil. Segundo o Ministério do Trabalho, o país gerou 137,3 mil empregos com carteira assinada no mês de setembro, além, também de ter saldo positivo entre os que não possuem.

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