Sua própria voz na ilustração

Hoje em dia, praticamente todos os aspirantes a ilustradores (ou às vezes até mesmo artistas já consagrados) questionam seu próprio estilo, ou a suposta falta do mesmo.

Amanda Pierantoni
2mldesign
3 min readSep 13, 2017

--

Desenho que fiz em abril de 2017

Eu mesma vivo numa constante batalha para encontrar meu traço. Costumo ouvir que tenho sim um estilo, e volta meia escuto um “isso é tão você!”. Ainda assim, sinto que meu desenho varia muito, e me sinto muito verde em relação aos ilustradores em que me inspiro, porque eles tem uma marca; só de bater o olho se pode identificar quem é o artista por trás da obra.

Ilustrações por Dinara Mirtalipova, Mark Conlan, Lisk Feng e Karl J Mountford, respectivamente.

Mas será que devo me fixar a um estilo? Ainda não encontrei um com que eu plenamente me identifique, mas acho que isso tem a ver com a minha personalidade e minha idade. Tenho apenas 19 anos; há menos de três anos atrás ainda estava na escola, e desde então mudei e cresci e hoje me sinto muitíssimo diferente do que era. Sinto que lentamente estou assentando e me encontrando, descobrindo minha voz e minhas ambições, e isso reflete na minha arte.

Alguns desenhos que fiz a partir de 2016

Existe o lado positivo de ter a sua marca como ilustrador, porque clientes o procurarão porque querem exatamente aquele estilo de desenho. Pelo outro lado, isso pode limitar seu mercado, e talvez um artista mais versátil e plural ganhe preferência.

Mickael Brana

Certa vez li um comentário do ilustrador francês Mickael Brana em que ele dizia que preferia usar a palavra “universo” ao invés de “estilo”: ele diz ter um universo e diversos estilos, porque usa técnicas, suportes, materiais e formas diferentes para produzir o que sempre faz: monstros e animais esquisitos. Acho sábio esse pensamento e consigo me identificar. Facilmente percebo meu universo (animais, mulheres e flores), mas as variáveis dentro dele ainda são muitas.

Acredito que para encontrar sua voz na ilustração é importante buscar inspirações e referências de onde você quer chegar. Sobretudo, deve-se entender a si mesmo. O que você ama? O que te move? Quem é você? Deve-se ter em mente, também, que somos seres em constante mudança e desenvolvimento, e a nossa arte deve ter permissão de se modificar e crescer também.

Por fim, devemos lembrar que um estilo não surge da noite para o dia e requer dedicação. Devemos acreditar em nós mesmos, e ouvir a nossa intuição. Promise Tangeman, designer americana, certa vez disse: “Não perca tempo procurando pelo seu estilo. A verdade é que você já o tem, e provavelmente só precisa criar mais para poder enxergá-lo”.

Deve-se ter em mente, também, que somos seres em constante mudança e desenvolvimento, e a nossa arte deve ter permissão de se modificar e crescer também.

Quer conferir mais desenhos meus? Dá uma olhada no meu Instagram!

Se você se identificou, comente nesse post para trocarmos uma ideia. Adoraria ouvir opiniões e histórias!

Interessado em saber mais por User Experience? Então fique ligado no texto da próxima semana, de Antonio Salgado!

--

--