À guisa de conclusão
Às vezes o ovo flipa na panela. Noutras, a palavra-Wordle me escapa. Um “casa comigo” dito com boca de soslaio, meio entredentes, num dia qualquer de céu molhado desperta logo a tremedeira das mãos. Elas, com vontade própria, respondem mais que as palavras.
É a vida que cabe nas curvas, nos intervalos, seguindo um eterno ciclo de fatos idênticos, só que ligeiramente modificados a cada volta. Teoria do caos pessoal? Vá saber.
Ouço pedidos de desculpas. Peço e dou as minhas também, num contrafluxo que junta forças enquanto a engrenagem vira. O corretor, maroto escreve cura no lugar de “vira”. E vira-cura. Cura virada e revirada de um amor que começou quando a Terra era criancinha ainda.
E me pergunto: onde vão parar todos os eu-poéticos pela manhã? Escondidos atrás do pão? Tentam decifrar mensagens escondidas na borra do café? Ou ficam à espera do próximo “eu te amo”?
Num fôlego só, entendo: a vida é boa de ser sorvida, mesmo aos goles curtos.
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