Respostas super rápidas para problemas extremamente complicados (parte 3)

Daniela Kopsch
3Devi
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3 min readNov 30, 2017
Foto: Sandro Giordano

Toda semana um problema diferente com os homens... E mais: uma questão comportamental pós-moderna complexa relacionada a redes sociais e outro drama profissional resolvido com impressionante rapidez. Meu trabalho é totalmente inútil, mas é grátis. Mande sua pergunta anônima aqui.

“Meu namorado vive dando aquela olhada de rabo de olho para outras mulheres na rua. Como falar para ele que eu não gosto disso sem parecer ciumenta?”

Experimente dizer para ele como você se sente quando é olhada assim na rua, o quanto isso é desrespeitoso, desagradável e, acima de tudo, machista. Ele vai negar, vai dizer que você está louca, que ele não olhou para ninguém, que que é isso? Então você vai explicar que o que ele está fazendo é gaslighting e que começar uma argumentação dizendo que você é louca é apenas mais um indício de que ele é, acima de tudo, machista. Você pode perder a paciência e acabar desabafando que homem é tudo igual e etc e tal. Esteja preparada para ele interrompê-la, dizendo que nem todo homem… Neste momento, você talvez se pegue imaginando se existe cura hétero. Se existir, me avisa que eu também me inscrevo.

“Eu preciso comentar “linda” em toda foto de amiga minha que aparece no feed?”

Você não precisa comentar toda foto que aparece no feed.

“Meu trabalho às vezes exige que eu fale no telefone e fico muito tímida, nervosa e ansiosa. O que eu faço?”

Eu também odeio falar no telefone. Ele exige uma resposta rápida que eu não gostaria de dar e não me permite a mesma leitura não-verbal instantânea de uma conversa ao vivo. É uma conversa cheia de ruídos (literalmente, quando a operadora é TIM), o que dá muitas margens de erro e me irrita com profundidade. Eu preferiria andar na chuva com meia molhada do que atender a uma ligação. Eu enfiaria o meu pé descalço em uma rua alagada de Botafogo, correndo o risco de morrer imediatamente com uma descarga elétrica de um fio desencapado, se isso pudesse me fazer evitar um telefonema. Em resumo: te entendo completamente. Porém, existem situações em que é impossível escapar e você mesma deu um ótimo exemplo. Nos momentos em que você precisar falar ao telefone no trabalho, respire fundo, relaxe e pense que esse tormento só vai durar mais alguns anos e logo logo esse instrumento do mal cairá obsoleto para sempre — enquanto isso não acontece, atende o telefone, vai.

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