De carro e barraca pelo Uruguai
Essa história é sobre nossa viagem de carro de Sata Catarina até o Uruguai em Janeiro de 2017. Dessa vez não fui com as amigas, mas sim, com meu namorado.
A ideia era fazer uma viagem low cost. Então nós planejamos o roteiro com antecedência, estimamos os custos de combustível, compramos mantimentos e optamos por hospedagem em camping na maioria das paradas.
Partimos de Florianópolis e passamos uma noite na ida e outra na volta em Porto Alegre, na casa dos meus familiares. Em 10 dias, percorremos 3.507 km, visitamos 11 cidades uruguaias a um custo total de menos de R$ 5.000,00 para o casal.
Chuy - Punta del Diablo
Chegamos no Chuy por volta do meio-dia, almoçamos e trocamos Reais por Pesos ali mesmo. Foi sugestão do Glênio trocar dinheiro no Chuy, e valeu a pena, pois a cotação estava boa. Como a nossa intenção era vistar o Forte de Santa Teresa e ficar hospedados no camping que tem lá, partimos logo depois do almoço.
Nesse primeiro dia eu já comecei a entender porque tem um sol na bandeira do Uruguai. Realmente os sol foi intenso, constante e forte nessa viagem toda. O filtro solar é tão indispensável quanto a água.
O Forte de Santa Teresa é bacana, mas o camping que é mantido pelo exército lá dentro estava bem cheio. Nós também achamos meio desorganizado e optamos por não ficar lá. Visitamos a praia La Moza que fica dentro do parque e é linda, e partimos para procurar um camping em Punta Del Diablo.
Optamos pelo Camping Punta Del Diablo que tem uma ótima infraestrutura, mas tem que ir de carro para a praia e o centrinho da cidade.
Adorei Punta Del Diablo! À noite, badalada, cheia de restaurantes, lojinhas e gente diferente. Durante o dia, as praias são lindas! Nós gostamos da praia de La Viúda e visitamos um camping com o mesmo nome como opção para a próxima vez. Mas parece ser bem menor e com menos infraestrutura do que o camping Punta del Diablo.
Punta del Diablo - Punta del Este
No dia seguinte, no caminho para Punta del Este, nossa primeira parada foi em Cabo Polônio, como sugestão da Sylvia, e sem saber direito o que iriamos encontrar.
Grata surpresa! Cabo Polônio é demais. Entramos no parque onde se paga o estacionamento e compra-se o ingresso para fazer um safári, de caminhão 4x4 até o cabo propriamente dito. A viagem de caminhão por si só já é uma aventura e é quase inacreditável que existe um vilarejo naquele lugar tão distante, onde só se chega de 4x4. É um lugar diferente com muita gente alternativa.
Nós subimos no farol e vimos muuuuitos lobos marinhos.
Dali, continuamos o trajeto rumo a Punta Del Este e, à tardinha, resolvemos entrar em La Paloma. É uma cidade maior e também tem um farol, só que dessa vez nós não subimos. O pôr do sol é incrível em vários pontos de La Paloma.
De volta ao trajeto para Punta del Este, descobrimos que não é possível seguir pela Ruta 10 como o mapa estava sugerindo. Tivemos que voltar pela R15 e pegar a R9. Entramos para Punta por Manatiales, seguimos por La Barra e ficamos no Camping San Raphael (ótimo!).
No dia seguinte passeamos de carro pela cidade mesmo com chuva. Visitamos o Museo del Mar e o Insectarium. No meio da tarde o sol já estava “bombando” de novo e nós fomos até José Ignácio, a uns 40 km de Punta. É um vilarejo pequeno, arrumadinho, bem simpático e charmoso. Como de costume, também tem um farol.
No camping San Raphael nós conhecemos um casal que estava iniciando uma viagem de volta ao mundo com uma Land Rover. Muito simpáticos, o casal @hajachao, enquanto eu escrevo essa história já passou por uns 40 países e agora deve estar na Turquia.
Punta del Este - Montevidéo
No caminho para Montevidéu visitamos a Casa Pueblo em Punta Ballena. Adoramos! O museu de Vilaró é incrível e a construção ainda mais. Como chegamos pela manhã não vimos aquele pôr do sol tão famoso da Casa Pueblo, mas a visita valeu cada minuto. A construção do arquiteto Carlos Páez Vilaró abriga, além do museu, uma galeria de arte, um restaurante e um hotel, e lembra aquelas construções da Grécia na costa mediterrânea.
Dali partimos para Piriápolis, onde caminhamos pela Rambla e almoçamos. Ficamos só no centro, mas deu para perceber que a cidade é bem servida de restaurantes, praias e pontos históricos. Um pouco fora da cidade, visitamos o Castillo de Píria onde funciona um museu que conta a história da cidade.
Em Montevidéu tivemos a nossa primeira experiência sem camping dessa viagem. Alugamos pelo Airbnb um quarto na casa de uma moça que mora com seu filho e um cachorro. Adotamos essa opção porque não encontramos camping em Montevidéu. À noite fomos seguir a sugestão tão recomendada pelo nosso amigo Glênio: comer um Marcianito no Bar Facal, na rua 18 de Julho, no centro da cidade.
Montevidéu, honestamente, não me surpreendeu tanto assim. Aproveitamos bastante o centro da cidade, a Plaza Independência, visitamos o Teatro Solis e fizemos uma visita guiada no Palácio Sávio, cuja história é bem legal. Nossa visita ao Cerro de Montevidéu também não foi lá essas coisas. A vista até que é bonita e tem uma fortaleza lá em cima, mas como estava fechado, não deu para visitar, e o trajeto até lá foi meio assustador, cheio de policiais fazendo segurança.
Gostei de comer no restaurante La Passiva, no centro da cidade, e também da pizza sem queijo no Il Mondo Della Pizza, no Shopping Montevidéu.
Montevidéu - Colônia del Sacramiento
Depois de duas noites em Montevidéu partimos para Colônia de Sacramento, nosso último destino planejado para esse roteiro. Chegamos por volta do meio-dia e, de cara, já gostamos da cidade colonial, com construções portuguesas e espanholas, ruas de pedra e bem arborizadas. Almoçamos, tomamos sorvete e compramos ingresso que dá direito a visitar todos os museus. Foi meio corrido devido ao horário de fechamento de alguns deles, mas visitamos 4 museus. À tardinha conseguimos contemplar o pôr do sol lindíssimo sobre o Rio da Prata.
Ficamos hospedados no Camping Los Nogales, o único na cidade. Um camping com uma área grande, mas um clima meio estranho. Não tinha muita gente hospedada e os banheiros eram bem ruins (privadas romanas) e tinha horário para usar água quente. Na área do camping há umas árvores bem altas e que, com o vento sempre presente no extremo do continente, as folhas fazem um barulho meio sinistro. Quando estávamos na barraca, eu fiquei um tempo observado esse barulho, sem conseguir pegar no sono, até que eu percebi que parecia estar muito próximo da barraca para ser barulho de folhas de árvores. Acordei meu namorado e, quando ele saiu da barraca, viu um moleque abrindo a caçamba de nosso carro e mexendo nas nossas coisas que estavam lá. O ladrão saiu correndo levando uma barraquinha pequena.
Isso aconteceu por volta das 2h da manhã no Uruguai, e foi o suficiente para a agente não conseguir dormir mais. Desmontamos o acampamento e partimos assim que amanheceu o dia.
Voltamos pelo interior do Uruguai, passando por Rosário, Passo de Los Toros, Durazno, até Riveira, onde a imigração se faz ali mesmo, no Shopping Sineriz.
No caminho para Porto Alegre, em Rosário do Sul, ficamos sem diesel, e só aí nós percebemos que esquecemos de abastecer em um dos pontos que havíamos planejado. Graças ao celular e a nossa sorte da internet estar funcionando naquele lugar na beira de estrada, conseguimos localizar um posto a 40 km e pedimos diesel por telefone. Em aproximadamente 1 h e 30 min recebemos o combustível de um motoboy e conseguimos seguir viagem.
O episódio no camping em Colônia de Sacramento nos deixou meio chateados, mas não foi suficiente para estragar nossa experiência nessa viagem, pois já era o último dia e o todos os outros haviam sido perfeitos. O Uruguai realmente vale a pena e, para nós que estamos na Região Sul do Brasil, é uma ótima opção para ir de carro.
