Crie um protótipo antes de um MVP

Renato Haidamous Rampazzo
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3 min readFeb 9, 2020

No texto anterior, já vimos que existem muitos riscos na criação de um produto (veja aqui). Assim, sempre vale a pena tentar atacar esses riscos de uma maneira barata e rápida, antes de gastar seu tempo criando um produto que ninguém se importe.

Você está disposto a criar produtos que ninguém se importa? Sem chance. Fonte: Giphy

Se você não quer passar por essa situação, tenho uma dica prática. Crie um protótipo antes de um MVP.

Qual a diferença entre um protótipo e um MVP?

O protótipo deve te ajudar a descobrir o produto que deverá ser construído, isto é, testar as hipóteses que você possui sobre o produto e seus usuários.

Já o MVP (Minimum viable product — produto mínimo viável) deve ser de fato um produto, ou seja, você deve conseguir vendê-lo, seus clientes dependerem dele e seus engenheiros fazerem sua manutenção com confiança. Caso contrário, você colocará em risco a imagem do seu produto e da sua empresa. Ou terá de lançar o produto sob o título “Beta” (versão pré-lançamento), no qual será difícil cobrar dos clientes e será, na verdade, o teste mais caro que você poderia ter feito.

O custo e tempo para produzir um protótipo deve ser menor do que um MVP na ordem de grandeza de pelo menos 10 vezes. Ou seja, se para produzir o MVP você demoraria 10 meses, o protótipo não deveria levar mais do que 1 mês.

Tipos de protótipo

Dependendo das hipóteses do seu produto e usuários que você precisa testar, pode ser suficiente um protótipo de baixa fidelidade. Isso seria um PowerPoint, desenho ou landing page representando a solução pretendida, mas com baixa possibilidade de interação.

No entanto, em muitos casos pode ser necessário um protótipo de alta fidelidade, no qual os possíveis clientes sentirão que estão utilizando a solução efetiva, porém construída de uma maneira muito menos custosa. Por exemplo, pode ser feito por um designer no Adobe XD ou até mesmo pelos engenheiros de software, mas com dados falsos e sem salvá-los em banco de dados.

Na maioria das vezes que se constrói um MVP para testar os riscos do produto, poderia ter sido feito um protótipo em muito menos tempo. Seria possível aprender as mesmas lições de uma forma muito mais rápida e barata. Sempre tente analisar se é esse o cenário no qual você se encontra.

Fazendo um MVP para testar uma hipótese quando o protótipo seria suficiente. Fonte: Giphy

Esse é o fim do MVP?

Isso retira a importância do MVP? Certamente não.

Em um universo de recursos limitados e com uma realidade complexa, ainda é essencial a produção de um MVP (produto mínimo) para te ajudar a encontrar o product-market fit. Product-market fit é o menor produto possível que satisfaz as necessidades de um mercado específico de clientes.

O MVP será essencial para ir descobrindo e ajustando o seu produto para atingir essa meta. Construir um MVP depois de um protótipo testado com clientes reais já será um bom caminho andado no percurso do product-market fit.

Uma vez alcançado o product-market fit, chega o melhor momento para investir pesado em crescimento do seu produto ou startup.

Acelerando seu aprendizado com um protótipo e depois um MVP.

E você? Já viu algum MVP demorando meses para ser concluído para testar algum ponto, quando um protótipo feito em poucos dias seria suficiente? Comente abaixo para compartilhar a sua experiência ou complementar com alguma informação!

Em um próximo texto, falaremos mais sobre técnicas de prototipagem e ferramentas que podem ser utilizadas por equipes de produto.

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Renato Haidamous Rampazzo
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Estamos todos aprendendo. Atuo hoje como product manager e desenvolvedor de software na Voe Tranquilo.