#4TheWin — Divisão Noroeste da NBA 18–19

Pedro Henrique Quiste
4theWin
Published in
7 min readOct 16, 2018

A NBA está, finalmente, de volta! Com ela, chega também o 4TheWin, novo projeto que será inaugurado com seis guias separados sobre cada divisão da maior liga de basquete do mundo, mostrando o contexto e os destaques de cada equipe.

Aqui, o assunto é a Divisão Noroeste, que faz parte da Conferência Oeste e é uma das mais equilibradas. Nela, estão agregados Utah Jazz, Denver Nuggets, Oklahoma City Thunder, Portland Trail Blazers e Minnesota Timberwolves.

Utah Jazz

Depois de uma temporada muito boa, o Jazz ainda aparece como uma das grandes forças do Oeste. Liderado pelo segundanista Donovan Mitchell, a equipe teve muito destaque durante o ano, conseguindo até eliminar o desfalcado Thunder nos playoffs e lutar até o final contra os superiores Rockets.

Agora, contando com a manutenção de seu núcleo de jogadores e a evolução de seus jovens, a intenção é repetir o feito. É improvável que a franquia tenha sucesso em 2019, ainda mais com a falta de reforços no banco, mas o ótimo trabalho de Quin Snyder é um dos motivos que possibilita os torcedores a sonhar.

Foto: Reprodução / NBA / Twitter

Destaques:

  • Ricky Rubio (armador): teve um bom fim de temporada, se mostrando bastante confiável no ataque e muito eficiente no ataque. Distrubui bem o jogo, se movimenta bem e, além disso, pode causar problemas para a equipe adversário quando na quadra de defesa.
  • Donovan Mitchell (ala-armador): apesar de não ter sido coroado novato do ano, ele teve uma temporada sensacional e tem futuro extremamente promissor. Rápido e ágil, sua facilidade para pontuar no perímetro e no garrafão impressiona.
  • Joe Ingles (ala): um atleta bastante subestimado atualmente. Mesmo com sua falta de atleticismo, o australiano tem um bom arremesso de três pontos (sendo o dono do recorde da franquia de cestas do perímetro), além de ser um defensor razoável.
  • Rudy Gobert (pivô): basicamente, ele representa a mentalidade do Jazz — consistência e foco defensivo. O melhor defensor da liga na última temporada é também uma grande força defensiva dentro do garrafão, conseguindo dominar boa parte de seus adversários e pontuando com certa facilidade.

Denver Nuggets

Após cinco anos consecutivos sem chegar aos playoffs, essa temporada pode levar os Nuggets de volta à fase decisiva do campeonato. Mesmo o elenco sendo, no geral, bastante jovem, há também um grande equilíbrio entre o nível dos principais jogadores e que pode causar trabalho para qualquer adversário.

Outro ponto positivo foi a boa offseason da franquia, que conseguiu assinar com Isaiah Thomas — que busca, desesperadamente, provar que pode voltar a atuar em alto nível — e draftou Michael Porter Jr, que pode começar a render imediatamente. É bastante provável que, finalmente, a equipe fique entre as oito melhores do Oeste.

Foto: Bart Young/NBAE via Getty Images

Destaques:

  • Jamal Murray (armador): ainda muito jovem, teve uma temporada bastante boa e pode evoluir ainda mais. Não é um primor defensivo e precisa se provar como um jogador que consegue criar mais jogadas para seus companheiros, mas tem pontuado com boa eficiência em várias regiões da quadra.
  • Paul Millsap (ala-pivô): apesar de já estar começando a cair de rendimento devido à idade, ainda pode ajudar muito a equipe. Esforçado na defesa, também é boa opção no ataque, inclusive com certa facilidade de acertar arremessos de longa distância.
  • Nikola Jokic (pivô): extremamente talentoso e eficiente no ataque, pontuando com facilidade e com enorme capacidade de passar a bola. No entanto, apesar de seu tamanho, não é um grande defensor e ainda precisa evoluir nesse quesito.

Oklahoma City Thunder

Essa pode ser a melhor temporada do Thunder depois da saída de seu melhor jogador, Kevin Durant, em julho de 2016. O elenco montado em volta de Russell Westbrook e Paul George, com bons atletas complementares e um banco reforçado, pode surpreender a muitos — e há motivos para ser otimista.

Apesar do comando técnico ser ruim, a força do time nos dois lados da quadra deve ser fundamental para um eventual sucesso. Vale lembrar também da aquisição de Dennis Schröder, titular em sua época de Atlanta Hawks, reforçando aquele que foi um dos piores bancos da liga nos últimos anos graças à offseason praticamente perfeita. É preciso notar que Andre Roberson, no entanto, está lesionado e pode demorar alguns meses para voltar.

Foto: Reprodução / NBA / Twitter

Destaques:

  • Russell Westbrook (armador): ele vem de duas temporadas com médias de triplo-duplo, algo nunca antes feito. Ótimo passador, infiltrador e muito atlético, ainda precisa melhorar no arremesso de três e na decisão de jogadas, mas é um dos melhores atletas do planeta.
  • Andre Roberson (ala-armador): bastante subestimado, mas extremamente importante para o time. Passou boa parte da temporada passada lesionado, impactando muito o desempenho da equipe, já que é um dos melhores defensores de perímetro da liga. Apesar de ser um péssimo arremessador, ainda consegue alguns poucos pontos infiltrando no garrafão. Atualmente, se recupera de lesão.
  • Paul George (ala): destacando-se como um grande jogador two-way, ele tem muita facilidade para pontuar em todas as regiões da quadra e ainda defende muito bem. Seu maior problema é a deficiência em momentos importantes, como nos playoffs, mas é um atleta cujo estilo de jogo complementa o de Westbrook.
  • Steven Adams (pivô): o neozelandês teve boa evolução na última temporada, se tornando uma opção confiável no ataque e na defesa. Apesar de não ser arremessar de média e longa distância, tem capacidade de dominar o garrafão e facilitar a vida de seus companheiros de equipe.

Portland Trail Blazers

Parece ficar ainda mais claro que os Blazers não vão ter grande sucesso com o elenco atual, que é bom, mas não suficiente para brigar pelo título. Na temporada passada, conseguiram avançar para os playoffs na terceira colocação, mas foram derrotados logo na primeira rodada — o que só não aconteceu uma vez nos últimos quatro anos.

Em relação às mudanças na offseason, somente o banco foi reestruturado, mas sem uma mudança de nível grande. Seth Curry e Nik Stauskas chegaram e devem ser os substitutos diretos da dupla de backcourt. Assim, a probabilidade é de que Portland lute pelas últimas posições disponíveis para avançar à pós-temporada — ou até fique de fora.

Foto: Divulgação / NBA

Destaques:

  • Damian Lillard (armador): é um dos melhores jogadores da liga e foi eleito o que melhor jogou na posição na última temporada regular. Tem um repertório ofensivo impressionante, extremamente competitivo e muito confiável em momentos decisivos dos jogos.
  • CJ McCollum (ala-armador): outro atleta de bastante destaque e que forma uma dupla muito interessante no backcourt. Apesar de não ser muito físico e ter certas dificuldades no setor defensivo, é uma enorme força no ataque, com muita facilidade em arremessos de longa distância.
  • Jusuf Nurkic (pivô): vem de duas ótimas temporadas nos Blazers, sendo a terceira opção e destaque da equipe. Não é uma grande força longe do garrafão, mas nessa região tende a pontuar bem e conseguir muitos rebotes.

Minnesota Timberwolves

Depois de 13 anos sem ir aos playoffs, a equipe finalmente mostrou que o núcleo jovem pode, sim, dar algum resultado. Mas, atualmente, clima pesado e um relativo pessimismo ronda os Wolves.

Depois dos problemas com Jimmy Butler na offseason, a pressão sobre o técnico Tom Thibodeau chegou a um nível altíssimo. Muitos pedem sua demissão urgente e criticam a própria administração da franquia. O elenco é bom e deve conquistar vaga na pós-temporada caso tudo seja resolvido, mas ainda há uma grande incógnita sobre o futuro.

Foto: Reprodução / Twitter / Minnesota Timberwolves

Destaques:

  • Jimmy Butler (ala-armador): protagonista de um dos episódios mais polêmicos dessa pré-temporada, ele pediu para ser trocado e, vendo seu desejo não realizado, brigou com jogadores e comissão técnica em um treino. Ainda não se sabe seu futuro na equipe, mas é um jogador extremamente competitivo e muito talentoso, sendo destaque na liga toda.
  • Andrew Wiggins (ala): havia muita expectativa sobre ele quando draftado em 2014–15, mas ainda não conseguiu se provar completamente. Apesar de ser um bom jogador, bastante atlético e técnico, ainda tem momentos de falta de concentração e pouco esforço em quadra.
  • Karl-Anthony Towns (pivô): extremamente técnico e dominante dentro do garrafão, além de ser uma ótima opção em arremessos de média e longa distância. Precisa, no entanto, ser mais consistente defensivamente — mas ainda há muito tempo para evoluir, visto que tem apenas 22 anos.

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Pedro Henrique Quiste
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Estudante de jornalismo, amante de esporte e política. Twitter: @ph_quiste