Protestos, arquibancada virtual e mais: a volta da ‘nova’ NBA na Disney
A NBA voltou de um jeito diferente. Após quatro meses de paralisação por conta da pandemia do novo coronavírus, a melhor liga de basquete do mundo retomou as atividades na “bolha” da Disney, em Orlando, na Florida. Nos dois primeiros jogos do retorno, o Utah Jazz venceu o New Orleans Pelicans por 106 a 104, e o Lakers bateu o Clippers por 103 a 101 no clássico de Los Angeles.
Apesar da falta de ritmo — nenhuma das equipes acertaram mais de 44% dos arremessos de quadra — , todos demostraram muita vontade e os jogos foram equilibrados. Nem mesmo LeBron James escapou e mostrou que foi afetado pela paralisação, e fez somente 16 pontos com 31% dos arremessos de quadra convertidos (seis de 19 tentativas). Mesmo assim, o ‘King’ compensou na defesa e foi essencial para o triunfo dos Lakers.
A volta da NBA teve muitas novidades. Mesmo com os jogos sendo realizados no complexo da Disney e sem público, não significa que os torcedores não se fizeram presente. Através de vídeo, alguns fãs apareceram nos telões da arquibancada virtual — destaque para a presença do ex-jogador Chris Bosh durante o duelo entre Lakers e Clippers, no ‘The Arena’.
Já dentro de quadra os jogadores protestaram antes e durante os jogos. Antes da bola subir nos dois jogos do dia, os atletas se ajoelharam durante o hino nacional dos Estados Unidos, em protesto contra a injustiça racial no país — durante a pandemia, o assassinato de George Floyd, asfixiado por um policial branco em Minneapolis, gerou uma onda de protestos nas ruas que contaram com a presença de diversos jogadores da NBA.
Em quadra, alguns jogadores abriram mão do nome na camisa para colocar mensagem social no espaço. “Black Lives Matter”, “I Can’t Breath”, “Justice”, “Peace”, “Equality”, “Freedom”, “Respect Us”, “Liberation”, “Anti-Racist”, entre outras mensagens aprovadas pela NBA foram utilizadas. LeBron James, principal estrela da liga e nome ativo nas lutas de causa social, optou por não utilizar nenhuma das mensagens, mas o seu sobrenome “James” esteve embaixo do número 23, não acima como o normal.
Do lado de fora das quadras, além da arquibancada virtual, outra coisa que chamou a atenção foi o distanciamento entre os jogadores no banco. Embora a NBA não tenha registrado casos positivos nos últimos testes, os bancos foram posicionados com espaço de um metro para evitar contato entre os atletas, como de costume nas arenas em situações normais. Algumas cadeiras possuíam nomes, como de LeBron James.
A NBA demonstra estar preparada para lidar com o retorno mesmo em meio ao crescimento de casos de novo coronavírus na Flórida. Com uma estrutura extraordinária no complexo da Disney, a liga dá sinais que é possível realizar os jogos com segurança e tem lidado de forma rigorosa com os atletas que tentam furar a “bolha”, e não registrou casos positivos nas últimas três baterias de exames realizados em mais de 300 pessoas.
Já dentro de quadra, os jogadores corresponderam de forma positiva durante os amistosos de “pré-temporada” e nos primeiros jogos da retomada. Com oito jogos pela frente, os atletas tendem a recuperar o ritmo e chegar com força máxima nos playoffs. No caminho até as finais, a NBA promete muita emoção e grandes histórias.
Em breve espero contar mais delas por aqui.
