23 a 26 de Maio 2018: Festival de Cans — Cine con pedigrí

Filipe Silva
4 Ventos
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3 min readApr 12, 2018
Os famosos ‘chimpibuses’, desfilando pelas ruas de Cans. Retirado de: http://www.festivaldecans.gal/

Quinze anos depois, o festival de produção galega ainda ladra. A uma hora do Porto e a 15 horas do outro Festival de Cannes, a pequena paróquia de Cans, na Galiza, com uma superfície de 4km quadrados e onde habitam menos de 500 pessoas, recebe todos os anos este peculiar festival.

Peculiar porque, em primeiro lugar, tem um nome semelhante ao de Cannes. Em segundo, porque as datas já coincidiram e, este ano, são bastante próximas. Também porque se passa num meio rural, onde a organização do festival assume o transporte entre os diferentes espaços, com os seus próprios meios, os chimpibuses, que nada mais são do que pequenos tratores e motocultivadores com atrelados, decorados, que desfilam, todos os dias, pelas ruas de O Porriño. E, claro, não esquecer as exibições em adegas e concertos em galinheiros.

Sala Multiusos, antiga adega da ‘Casa do Pedreiro’. Retirado de: http://www.festivaldecans.gal/gl/sala-multiusos/

Novidades da XV Edição

A edição deste ano traz algumas novidades. Além das categorias premiadas em anos anteriores, ficção e animação, o festival terá uma nova categoria, ‘Furacáns’, que é centrada em obras de não-ficção. Apesar de terem estado presentes já no ano passado, as obras de não-ficção não foram premiadas.

Pela primeira vez e de forma gratuita, uma vez que as obras em concurso puderam ser enviadas através website do festival, os artistas e criadores, independentemente do formato, acabaram por ter uma maior liberdade para se inscreverem e, consoante o material recebido, a organização afirma que poderá exibir e criar novas categorias e secções.

Também foi criada uma secção internacional que contará com a presença de realizadores oriundos do Brasil, Libano, Itália e Portugal. A curta metragem do português Miguel Pereira chama-se ‘Claudia’ e conta com a direção de fotografia do santiaguês Sergio Boado.

‘Jaliñeiro Unplugged’, um dos espaços mais emblemáticos do festival. Retirado de: http://www.festivaldecans.gal/es/jalineiro-unplugged/

Há mais em Cans do que curtas-metragens

Uma vez que nem só de cinema se faz o festival, a música também tem um papel de relevo. Haverá pelo menos duas atuações diárias, de diferentes bandas e diferentes estilos. Do punk ao folk, passando pelo indie rock, estarão presentes diversas bandas e músicos, maioritariamente galegos.

O festival também dispõe de espaços relativos à restauração. Entre eles o ‘Cans Voulevar’, o bar oficial onde, e como diz a organização, “se pode beber uma cerveja, comer algo, ver concertos”. De igual forma, há uma loja oficial e outros pontos onde os visitantes podem adquirir merchandising.

Uma das mais famosas atrações da cidade, o ‘Can de Piedra’, sendo homenageado pelas ‘Pandereteiras de Cans’. Retirado de: http://www.festivaldecans.gal/gl/can-de-pedra/

Apesar de pequena, a aldeia apresenta ainda algumas pequenas atrações. Desde o ‘Can de Piedra’, um cão esculpido em pedra, em homenagem ao festival, ao ‘Monte Castelo’, conhecido como ‘Piedra de Beethoven’, uma pequena montanha de onde se tem uma visão panorâmica da aldeia, há muito para ver e viver.

A entrada no festival é gratuita e só algumas exibições são pagas, sendo o que o preço deverá exceder os 5€. O programa pode ser consultado aqui.

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