Quer parar de procrastinar? Negocie consigo mesmo
Ouvi essa ideia pela primeira vez do professor de psicologia clínica de Havard Jordan Peterson. O psicólogo estava descrevendo como vários de seus clientes se propõem a alcançar uma meta e falham miseravelmente por autosabotagem. Por que somos nossos piores inimigos quando estamos buscando nossos sonhos? Você está em casa, tem uma prova ou concurso importante para fazer, e ao invés de estudar você está no celular vendo a vida de pessoas que você gosta — ou não — no instagram.
O ser humano é um animal verdadeiramente complexo, e nossa consciência muito provavelmente está dividida em muitas partes e camadas. A percepção consciente é em si mesma, é apenas a ponta do iceberg de um universo infinito. Sendo assim, não impressiona que todo o restante do seu Eu seja mais poderoso que a vontade mesquinha que uma pequena parte sua tem de perseguir um objetivo arbitrário. Talvez te falte sinergia porque você não ama o que você faz. Talvez te falte coerência porquanto você esteja triste, sozinho, ansioso, ou sua vida pessoal e familiar esteja completamente desestruturada.
Seja como for, há certos aspectos da vida que não podem ser mudados. E você vai continuar sentindo suas paixões e sentimentos mais profundos para o resto da sua vida. E eles continuarão brigando pela sua atenção. O que fazer então?
A alternativa mais óbvia é seguir suas paixões. Fazer com cada minuto da sua vida aquilo que preenche e fornece significado. Porém, a vida tem seus caminhos complicados e esquisitos. Muitas vezes se está em um emprego que não se gosta por pura necessidade. Às vezes você entrou em uma faculdade que não gosta para impressionar seus amigos, ou devido a pressão social da família. Seja como for, às vezes somos obrigados a fazer o que não queremos para sobreviver.
Quando é assim, uma ideia interessante pode mudar suas perspectivas. É a noção de negociar consigo mesmo. No meu caso, eu entrei no curso de medicina querendo ser um cientista bioquímico e no meio do caminho me apaixonei pela psiquiatria — não é de se estranhar uma vez eu já possuía uma graduação em filosofia.
Então meu dilema durante a graduação por muito tempo foi o de que eu estudava uma dezena de assuntos os quais eu não gostava e nem me pareciam especialmente úteis. Eu estava errado, uma vez que aprender sempre é útil. Nunca sabemos quando vamos usar ou precisar de um conhecimento. De toda a sorte a formação médica não preenchia minha existência.
Eu até queria ter um hobby, mas tinha medo de não estudar o suficiente, perder o foco e piorar meu desempenho na faculdade. Com o passar do tempo aprendi métodos de organização. E com um novo método de estudos — assunto que irei abordar em outras postagens. Comecei a ter certo tempo livre mantendo um bom desempenho na faculdade. Nesse momento eu aprendi a noção de: “negociar consigo mesmo”.
As vezes, procrastinamos, e ao invés de fazer um bom trabalho em 3 horas, levamos um dia inteiro, fazendo café, conversando nas redes sociais, olhando para o nada, etc. Então, aprendi a seguinte noção. Prometi para mim mesmo: “todos os dias, pelo menos uma vez por dia, vou fazer algo divertido ou significativo”.
Então, sempre que eu tenho um trabalho para fazer, ou uma rotina de estudos para seguir, eu me programo para fazer tudo no tempo certo, até que sobre uma hora no meu dia para eu fazer o que eu quiser. É uma espécie de prêmio que eu dou para mim mesmo por ter feito a coisa certa. E quer saber, estou muito mais produtivo!
