5. ADRIANA JANACÓPULOS

(Petrópolis, 1897-Rio de Janeiro, 1978)

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54 Artistas Brasileiras
2 min readMay 10, 2019

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Nascida em Petrópolis, em uma família de imigrantes gregos, Adriana perdeu a mãe ainda criança e foi criada pela família materna. Aos nove anos, mudou-se para Europa com a irmã, Vera, e as tias Geni e Nenê. Logo, as irmãs demonstraram talento para as artes. Vera, para música, e Adriana, para as plásticas. E claro que isso não deixou a família feliz, mas que acabou cedendo para a vocação das meninas.

Em Paris, Adriana estudou escultura com diversos artistas, entre eles, Bourdelle. Era a belle-époque e a capital francesa respirava arte. A brasileira conheceu Modigliani, Lipchitz e o escultor recém-chegado da Rússia Alexandre Wolkowyski, com quem se casou. Nos anos 1920, Adriana se encontrou os artistas modernos brasileiros, como Brecheret e Di Cavalcanti.

A artista era conhecida como uma exímia retratista. Inspirada pela escultora Chana Orloff, usava recortes ousados, alongando o busto até altura da cintura e sugerindo movimento. O interesse em seguir por uma linha mais limpa economizando elementos a levaria, anos mais tarde, para composições abstratas.

“Linhas retas. Planos simples. Ser a escultura, no momento, o que foi para os egípcios e para os gregos: dentro, fora, absolutamente arquitetura (…) fugir do naturismo. Arte é a recriação da vida”

Em 1926, se separou de Wolkowyski e sua produção teve um hiato. A pesquisadora Marta Rossetti, supõe que talvez seja devido à separação aliada à crise econômica que europa passava. Decidiu, então, voltar ao Brasil em 1932. Onde encontrou apoio da família e amigos.

Fez sua primeira e única individual em junho, que foi muito comentada pela imprensa da época, e a ajudou a se firmar no cenário artístico carioca, expondo trabalhos em espaços públicos, como é o caso de Mulher, no Palácio Capanema. Participou I Bienal de São Paulo, em 1951, e do júri do Salão Nacional de Belas Artes. Tudo parecia que ia bem, mas Adriana foi se afastando da cena artística, fazendo apenas pequenos objetos e distante da questão nacional, em que estavam envolvidos os artistas. Adriana morreu aos 90 anos e sua morte foi muito pouco comentada.

Fonte: A Escultora Adriana Janacópulos, de Marta Rossetti.

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