8. ZINA AITA

(Belo Horizonte, 1900 — Nápoles, 1967)

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54 Artistas Brasileiras
2 min readMay 31, 2019

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Embora tenha participado da Semana de 1922 e ser considerada a pioneira do modernismo em Minas Gerais, poucas pesquisas aprofundadas foram encontrados sobre Zina Aita nos bancos teses e dissertações online das universidades. Nascida em Belo Horizonte, Zina foi a primeira, de sua família de imigrantes italianos, que nasceu no Brasil. A artista fez toda a sua formação em Florença, na Itália. Em 1920, aos vinte anos, realizou sua primeira exposição individual em sua terra natal para mostrar o que havia aprendido fora. A mostra, que aconteceu nos salões do Conselho Deliberativo, na capital mineira, é considerada o pontapé inicial da arte moderna no estado. O trabalho de Zina, porém, não foi bem recebido. De acordo com o poeta Austen Amaro, que esteve na exposição:

“foi a primeira vez em que vimos obras em que as cores eram muito diferentes da realidade. Ela mostrou cores fortes, puras, acentuando a predileção pelos vermelhos. Um dos retratos mostrava uma moça com um vibrante chapéu de cor avermelhada. Mas não era só o chapéu, havia também manchas vermelhas, pinceladas rápidas, que construíam diferentes planos (…) Umas pessoas riam, debochavam, outros procuravam entender as obras que estavam ali, bem perto de nós”

Não achei registros sobre como a artista recebeu essas críticas de público, se de algum modo impactou sua produção. Mas seu talento reverberou sobre as montanhas e, à convite dos poetas Manuel Bandeira e Ronald de Carvalho, foi a única represente mineira da Semana de Arte Moderna de 1922, onde apresentou sete trabalhos. À respeito de A sombra, a crítica Aracy Amaral disse: “uma técnica pós-impressionista, a composição constante de manchas coloridas justapostas à Vuillard, essa pequena obra parece-nos uma das mais avançadas das presentes da Semana”. E ressaltou ainda que a artista era uma exímia aquarelista.

Sem títudo e A sombra

Em 1924, Zina retorna à Itália e nunca mais volta ao Brasil morrendo em Nápoles em 1967.

Fontes: AMARAL, Aracy (1998). Artes plásticas na semana de 22. São Paulo: 34. 109 páginas
Exposições de arte moderna no Brasil do século XX: a dialética dos ciclos, de Ivone Luzia Vieira

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