Aprenda “Satoshinhês” e mensure o mundo!
Uma dúvida pode aparecer na cabeça dos novatos que passam a imaginar um mundo onde o Bitcoin possa ser moeda: Sabemos que o bitcoin, enquanto unidade de conta, está muito caro para ser tratado como meio de troca. Como precificar as coisas com as ditas “frações” de bitcoin? Isso acontece porque o entendimento padrão ensinado é de que o Bitcoin pode ser dividido em casas decimais. Isso por si só dificulta a mensuração de tudo, uma vez que precisamos tomar por moeda base, números fracionados. Como abrir uma padaria e precificar o pão em 0,000008 BTC? Você gostaria de ir ao supermercado e ver a atendente do caixa precificando a mercearia em 0,00951 BTC?
Um meio de troca também precisa ser um bom meio de precificação, onde há fácil entendimento do quantitativo monetário. Isso diferencia, por exemplo, uma pessoa que possui ouro em pó de uma pessoa que possui moedas de cobre, prata e ouro, objetos muito mais fáceis de se calcular valor. Com o Bitcoin não seria diferente. Sendo assim, devemos enfatizar cada vez mais que a medição do Bitcoin enquanto moeda, não pode ser uma mensuração presa ao “padrão bitcoin”, e sim ao “padrão satoshi”.
Fracionando em 8 casas decimais, o satoshi, ou carinhosamente apelidado “sat”, é a menor unidade fracionária de 1 bitcoin. Os satoshis estão para o Bitcoin assim como os centavos estão para a moeda fiduciária, com a diferença de que uma moeda de R$ 1 representa 100 centavos, e 1 bitcoin representa 100 milhões de satoshis.
Entendendo-se que não são apenas frações, mas acumulados de satoshis, o calculo de produtos e serviços torna-se mais claro e objetivo. Fica muito mais fácil e rápido calcular e transferir valores quando migramos para esse modo de mensuração. Nossa padaria do início do texto, por exemplo, estaria vendendo seus pães por exatos 800 sats (0,000008 BTC) e a nossa compra do supermercado (0,00951 BTC) estaria custando 951mil sats.
Facilitando algumas terminologias, tornamos a rede menos complexa de ser compreendida, e trazemos a proposta do Bitcoin para mais perto de um público mais cético e leigo com novas tecnologias. O PIX foi um grande divisor de águas na vida do comércio brasileiro, e pode ter aberto portas para novas formas de aceitação. Enviar e/ou receber satoshis, seja via lightning network ou rede onchain, não é uma atividade difícil, porém alguns termos podem assustar pessoas desavisadas. Familiarizar as coisas pode dar um pequeno avanço em fazer o comerciante ou o cliente perder o medo ou o receio de envolver a moeda digital no seu dinheiro ou seu negócio.
Comece a precificar tudo em sua volta em satoshis. Com o tempo, verá com os seus próprios olhos a desvalorização das coisas frente ao bitcoin. Quando você menos perceber, estará pagando e recebendo muito menos satoshis por tudo em sua volta, um trajeto totalmente contrário ao que percorre a nossa moeda fiat. Em 2021, fiz um post relatando o preço de coisas que paguei com sats em determinados vídeos que fiz para a página em 2020. Em um desses vídeos, eu pago a conta de um barzinho no valor de R$ 90,74 por exatos 193.389sats, valor que, no momento que estou escrevendo, mesmo após uma forte queda no preço da moeda, custam quase o triplo do que paguei: R$ 218,00. Deixarei o link do vídeo abaixo para apreciação. Se você estiver lendo esse texto no futuro, provavelmente pode estar mais espantado ainda vendo o preço de atuais 193mil sats (haha!).
