Fatos importantes sobre o Merge do ETH
Em 12 de agosto, o fundador do Ethereum, Vitalik, twittou que “a dificuldade total do terminal foi definida em 58750000000000000000000. Bordel.wtf prevê que a fusão acontecerá por volta de 15 de setembro, embora a data exata dependa do hashrate”. O merge, que foi adiado várias vezes, representa um grande ponto de virada para todo o ecossistema Ethereum.
O Merge combinará a atual mainnet do Ethereum (a camada de execução existente) com a Beacon Chain, e seu mecanismo de consenso mudará de proof-of-work (PoW) para proof-of-stake (PoS). No entanto, o Merge é apenas o começo, e será seguido por “the Surge”, “the Verge”, “the Purge”, “the Splurge”, etc.
O que levou ao Merge?
O PoW sempre foi criticado devido seu alto consumo de energia, e o Ethereum deve romper com esse problema se quiser se tornar um super ecossistema no mercado de criptomoedas. Como tal, a rede decidiu mudar para PoS, o que reduzirá o consumo de energia em cerca de 99,95%.
Em segundo lugar, sob o PoW, o Ethereum não conseguiu processar rapidamente as solicitações de interação da rede. Inicialmente, o Ethereum 2.0 era um plano que visava escalar a rede dividindo a mainnet em 64 shards.
No entanto, lutando com a complexidade do sharding, a equipe do Ethereum optou por concluir o sharding de dados através da solução Rollup para melhorar o TPS da rede.
A segurança do consenso é outra preocupação. Sob PoW, os mineradores podem interromper a mineração e sair da rede a qualquer momento. Além disso, os pools de mineração centralizaram o poder de computação do Ethereum, o que representa uma ameaça a toda a rede.
Ao mudar para PoS, se os nodes (nós) lançarem um ataque malicioso contra o Ethereum, a rede confiscaria seus ativos, o que cria um custo que todos os invasores devem arcar.
O Ethereum também introduziu o “comitê validador” da Beacon Chain, que em breve será incorporada à mainnet. Esse comitê selecionado aleatoriamente pode verificar facilmente o estado da Beacon Chain por meio de “autenticação” baseada em votação.
Além disso, os validadores serão alterados periodicamente, o que aumentará a segurança do consenso da rede Ethereum.
Fatos básicos sobre o Merge
Existem dois tipos de nodes Ethereum:
● produtores de blocos
● não produtores de blocos
Apenas nodes produtores de blocos precisarão “stake 32 ETH”, enquanto outros não, seja antes ou depois do Merge.
Por que os nodes precisam apostar 32 ETH? 32 é um número quadrado — 2⁵. Como as mensagens do nodes são exponenciais, reduzir o requisito do validador ETH de 32 para 16 quadruplicaria a quantidade de mensagens em todos os nodes.
O 32 foi escolhido como a quantidade mínima de participação que também pode apresentar “finalidade” dentro de 768 segundos (2 épocas). Dito isso, 32 não é permanente e pode ser alterado em atualizações futuras.
O Ethereum estabeleceu uma fila de retirada/depósito, o que limita a velocidade ao depositar e retirar. Isso garante que a rápida flutuação da camada de aplicação não comprometa o desempenho de segurança da rede. Como tal, espera-se que as retiradas dos participantes do Ethereum sejam desbloqueadas de 6 a 12 meses (ou até mais) após o Merge.
Quais mudanças o Merge trará?
O Merge reduzirá a taxa de inflação anual do ETH de 4,3% para 0,43%. Com o PoS, a emissão do ativo é reduzida em mais de 90%, o que será visto como uma boa notícia se a demanda do mercado permanecer a mesma. Também haverá deflação porque a emissão de ETH será reduzida e a taxa de queima aumentará ao mesmo tempo.
Quando as taxas de GÁS no Ethereum são de 7 gwei ou mais, a taxa de ETH sendo queimada é maior do que a taxa sendo emitida, fazendo com que a oferta diminua.
Aqui, deve-se notar que essas taxas de GÁS (7gwei) são raras tanto durante a alta do mercado quanto na baixa.
Após o Merge, o tempo de bloqueio do Ethereum passará da média de 13,6 segundos para 12 segundos, o que representa um aumento de 12% na capacidade de transações e, portanto, também uma redução de 12% no custo do GÁS.
Enquanto isso, o Ethereum consumirá 99,95% menos energia após o Merge. Com o PoS habilitado, o custo de energia do Ethereum será igual ao necessário para executar um node — cerca de 2,6 MWh ao ano.
Quais são os impactos do Merge?
O Merge será um grande golpe aos mineradores. Com o Ethereum mudando de PoW para PoS, que tem mais prós do que contras a todo o ecossistema, os mineradores de ETH terão que lutar para encontrar o próximo destino.
Uma opção é mudar para outras criptomoedas baseadas em PoW. No entanto, considerando os retornos medíocres de outras redes, além de custos como eletricidade e taxas de manutenção, será difícil obter lucro. Outra saída é vender suas máquinas de mineração GPU agora e interromper as perdas a tempo.
Por fim, os mineradores também podem optar pelo “fork do Ethereum”, que gerou debates acalorados recentemente.
Quando se trata do fork, Vitalik disse que as stablecoins são importantes no desenvolvimento do ecossistema do protocolo e as opções centralizadas como USDT e USDC podem se tornar “um divisor de águas para futuros e controversos hard forks”.
Em seguida, vamos verificar como o mercado reagiu a esse fork em potencial.
Proponentes:
Em 4 de agosto, a Poloniex, exchange de criptomoedas baseada em TRON, anunciou que apoiará a atualização do ETH 2.0 e o potencial fork e lançará os dois possíveis tokens ETH (futuros), bem como os mercados correspondentes, em 8 de agosto.
Em 8 de agosto, a MEXC apresentou os pares de negociação ETHS/USDT e ETHW/USDT. Se o hard fork falhar, os usuários da exchange devem trocar os tokens ETHS e ETHW por ETH na proporção de 1:1.
Em 9 de agosto, o Gate.io lançou a função de swap de ETH para ETHS e ETHW. Na página de swap da exchange, os usuários podem converter ETH em dois tokens fork em potencial (ETHS e ETHW) na proporção de 1:1 ou trocar os tokens em ETH na mesma proporção.
Em 9 de agosto, a BitMEX lançou na testnet o ETHPOWZ22, um contrato futuro ETHPoW com margem USDT (ERC-20), com alavancagem de até 2X.
Em 10 de agosto, a APENFT anunciou que apoiará a atualização do ETH2.0 e o possível hard fork. O APENFT Marketplace, sua plataforma NFT, oferecerá suporte à negociação NFT na nova rede após o fork. Além disso, a plataforma acolhe todos os projetos NFT a favor do fork.
Partes neutras:
Em 8 de agosto, o f2pool, segundo maior pool de mineração de Ethereum, disse: “Os mineradores Ethereum são os heróis desconhecidos do ecossistema. Não importa mais se apoiamos ou não o fork do ether, deixaremos a comunidade de mineradores decidir.”
Em 9 de agosto, a Deribit, exchange de derivativos de criptomoedas, anunciou sua política sobre o Merge e o possível fork e disse que premiará os usuários com os token(s) do fork, se o valor do ativo exceder 0,25% do ETH PoS e o nova rede estiver estável e funcionando normalmente.
Em 10 de agosto, a Binance disse em um anúncio que estava monitorando de perto o ‘Merge’ que deve ocorrer no 3º/4º trimestre de 2022 e que esse incidente pode resultar na criação de certos tokens.
Em 11 de agosto, a OKX anunciou que “no caso de um hard fork e de novos tokens, a OKX avaliará e apoiará o airdrop e a retirada dos tokens do fork”.
Em 12 de agosto, Kevin Como, CEO da BitKeep (uma carteira multi-chain Web3), disse que a carteira consultará os usuários antes de decidir se suportará a rede do fork.
Oponentes:
Em 9 de agosto, a Circle, emissora do USDC, afirmou que só suportará a rede Ethereum PoS depois que passar pelo Merge.
Em 9 de agosto, a ETC Cooperative explicou em uma carta aberta por que eles acreditam que o fork do Ethereum PoW não funcionaria ou até se tornaria algo difícil de lidar.
Em 8 de agosto, a carteira de contratos inteligentes Argent declarou oficialmente que não tem planos de oferecer suporte a nenhum fork.
Em 8 de agosto, o protocolo do oráculo Chainlink disse em seu site oficial que não suporta forks da rede Ethereum, incluindo forks PoW.
Em 9 de agosto, a carteira DeFi one-stop DeBank anunciou que todos os seus produtos não oferecerão suporte a nenhum serviço para as potenciais redes de forks.
Em 9 de agosto, a FTX afirmou que seus contratos futuros e perpetuos de Ethereum acompanharão o preço do ether PoS.
Em 9 de agosto, a comunidade Aave apresentou a “Nova Proposta: Somente a rede PoS do Merge”.
Em 9 de agosto, o NFTScan anunciou que não suportara o fork PoW da rede Ethereum.
Além disso, o fundador da TRON, Justin Sun, Hongcai Guo (conhecido como Baoerye), a comunidade aWSB e a 33 Foundation decidiram iniciar o primeiro hackathon global do Ethereum PoW, preparando-se para o crescimento do ecossistema após o fork bem-sucedido.
Respondendo à controvérsia do fork, Vitalik Buterin descreveu que aqueles defendem um hard fork do Ethereum no intuito de manter o PoW como “apenas uma tentativa de ganhar dinheiro rápido” em uma coletiva de imprensa fechada durante a Semana Blockchain da Coréia do Sul.
O significado do fork
Devemos deixar claro que o fork se acontecer será um hard fork, o que significa que a blockchain será dividida permanentemente. Mas antes de grandes atualizações na blockchain, o Ethereum seria dividido em duas redes com blocos idênticos.
Dito isto, o Ethereum passou por um hard fork antes, quando foi atingido pelo hack de US$50 milhões de ETH contra a The DAO. Após o incidente, o fundador, Vitalik Buterin, decidiu lançar um hard fork no intuito de reverter a blockchain e recuperar as perdas.
Posteriormente, alguns usuários ficaram com a rede hackeada e se recusaram a atualizar, e é por isso que o Ethereum foi dividido em Ethereum Classic (ETC) e Ethereum (ETH).
Se esse hard fork for bem-sucedido, toda a rede terá que enfrentar um problema: como as duas redes compartilham o mesmo histórico, ativos (por exemplo, USDT, USDC etc.) e protocolos (como: MakerDAO, AAVE etc.) com a divisão o hard fork será inútil se a nova rede não fornecer uma solução decente à questão.
Além disso, incapaz de reproduzir totalmente seu ecossistema devido ao número de projetos que suportam o fork, o Ethereum pós-fork resultará em uma rede fragmentada. Desta forma, pode enfrentar um grande desafio em seu crescimento futuro.
Se a rede do fork for inteiramente para mineradores, sua existência produziria valor zero porque não haveria demandas, muito menos liquidez, e todo o ecossistema romperia.
Oportunidades apresentadas pelo Merge e o pelo provável fork
Vamos primeiro nos concentrar nas oportunidades apresentadas pelo Merge. Para investidores de varejo, o staking de liquidez representa um canal de investimento fácil e menos arriscado disponível em plataformas como Lido (LDO), Rocket Pool (RPL) e Stakewise (SWISE).
O investimento em DeFi constitui outra grande oportunidade. Com o staking de ETH e o possível hard fork, a demanda do ativo aumentaria e a taxa de depósito oferecida aos credores de ETH pelas plataformas DeFi também cresceria.
É claro que realizar esses depósitos carrega riscos: à medida que a demanda por empréstimos de ETH aumenta, os credores podem não conseguir retirar todos os seus ativos antes que os mutuários paguem seus empréstimos ou mais usuários façam depósitos em ETH.
Agora vamos nos voltar às oportunidades que o fork pode trazer. Nesse sentido, uma tática menos arriscada é lucrar com airdrops online. Em outras palavras, os investidores podem transferir todo o seu ETH para a mainnet do Ethereum ou emprestar ETH dando como garantia outras criptomoedas e transferir o emprestado para a mainnet para aguardar por airdrops após o fork.
Você pode obter lucros de arbitragem em exchanges. No momento, algumas plataformas já introduziram os pares de negociação ETHS/ETH e ETHW/ETH. Quando as taxas de câmbio combinadas excederem 1, você poderá comprar ETH, trocá-lo por ETHS e ETHW proporcionalmente, vender suas participações imediatamente e obter lucros de arbitragem.
Isso exigiria que você acompanhasse a taxa de câmbio ETHS/ETH. Se a taxa cair abaixo de 1, você pode comprar ETHS e converter sua participação de ETHS em ETH na proporção de 1: 1 e lucrar com as diferenças. No entanto, o volume de negociação dos pares no momento não permite tais táticas de arbitragem.
Enquanto isso, alguns investidores de criptomoedas propuseram uma estratégia mais arriscada e complicada: trocar WETH de volta para a mainnet antes do fork, emprestar ETH com garantia em moedas que podem zerar em valor após o fork e, em seguida, retirar o ETH emprestado para a mainnet.
É claro que, se você adotar essa estratégia, poderá ter que enfrentar taxas de juros disparadas no estágio inicial do fork. Você também pode retirar seus fundos de pools AMM com “moedas ETH zeradas após o fork” e evitar perdas temporárias.
É claro que, no caso de um fork bem-sucedido, muitos problemas imprevisíveis podem ocorrer. Além disso, os canais de ganhos acima também podem estar sujeitos a muitos riscos. Por isso, antes de fazer qualquer investimento, fique atento e mantenha seu patrimônio seguro.
Conclusão
O Merge é um marco importante na evolução do Ethereum e levará a um enorme progresso, tanto em projetos técnicos quanto em modelos econômicos.
Alguns podem argumentar que o hard fork não seria consistente com os princípios da blockchain, mas eles estão errados: é o espaço blockchain que criou a possibilidade desse hard fork, e somente o mercado terá a palavra final sobre se ele terá sucesso ou não.
Dito isto, não importa de qual lado você esteja, certifique-se de considerar os riscos antes de fazer qualquer investimento.
Isenção de responsabilidade: Este artigo não oferece conselhos de investimento e todas as estatísticas aqui mencionadas são apenas de referência. As informações aqui fornecidas não podem ser utilizadas em decisões de investimento, pelas quais você é totalmente responsável.