Diniz, Cano, Arias, Marcelo, a volta à final da Libertadores e o resgate do orgulho do tricolor
Todo tricolor está, neste momento, no dia 5 de outubro de 2023, em estado de êxtase. O motivo é simples: o Fluminense Football Club está de volta à final da Libertadores da América.
Mas passa por muito mais do que isso. É a volta à decisão de uma competição com a possibilidade de decidir dentro do Maracanã. Nossa casa. E, de quebra, corrigir uma das maiores injustiças que os deuses do futebol já cometeram, 15 anos atrás, nessa mesma casa, com o mesmo time.
Muito mais do que um time vencer pela primeira vez o maior título do continente sul-americano, é uma coisa que pega no coração e no sentimento de milhões de pessoas, que sonham com isso mais do que tudo na vida.
Porque Fluminense não é só futebol. Quem não é torcedor de estar sempre junto, de não acompanhar sempre, de não respirar e viver Fluminense, pode até não entender. Mas quem viveu a tragédia de 2008, passou pelos anos terríveis de 2013 a 2019, quando parecia que se caísse, não voltaria mais pra Série A, sabe do que eu tô falando.
O Fluminense é, pra além do futebol, uma forma de cada pessoa ali escapar um pouco da sua realidade. Os problemas da vida ficam do lado de fora quando se entra no Maracanã de verde, branco e grená. Ali, tudo que é importa é o clube e a bola rolando.
É um espaço em que alguém pode resgatar sua autoestima, ganhar um grão de felicidade em meio a vários problemas cotidianos pelos quais todos nós passamos. O trabalho pode irritar, os relacionamentos também, a família pode dar dor de cabeça… Aí você chega no Maracanã e esquece de tudo isso por algumas horas.
O futebol também é um meio de criar, estreitar, ou resgatar relações. Quem nunca se aproximou de um amigo ou amiga porque ia ao Maracanã junto? Quem nunca teve, com o pai, a mãe, um avô, o time pelo qual torcem como maior ligação entre vocês? Às vezes é isso que faz familiares brigados voltarem a estar juntos: compartilhar o mesmo sentimento. O amor pelo mesmo time, pelas mesmas cores.
O orgulho do torcedor tricolor estava no fundo do poço. Foram times terríveis em sequência, momentos em que você não conseguia nem sonhar direito, porque tinha consciência de que o time não conseguiria te entregar nada demais.
Falei pro meu pai ano passado, no 5 a 3 contra o Atlético-MG, que eu finalmente tinha voltado a sentir TESÃO de ver o Fluminense jogar, porque parecia que o Fluminense conseguiria ganhar de qualquer um. Não porque era um trator, melhor time do mundo, mas teria capacidade pra brigar contra qualquer um. E é o que tem se provado.
Foram anos de Orinho, Renato Chaves, Junior Dutra e tantos outros jogadores que definitivamente não ficaram marcados positivamente. Hoje temos Cano, Arias, Fábio, Marcelo, André, Diniz, entre outros nomes, que dão ORGULHO pro torcedor que vê esse time jogar.
Independente do que acontecer na final da Libertadores, o trabalho mais importante esse pessoal já conseguiu: trouxe a autoestima e o orgulho do torcedor do Fluminense de volta.
Eu espero que o Gabriel de 26 anos de idade tenha um desfecho melhor na final de 2023 do que o Gabriel de 11 anos teve na de 2008. Mas esse texto não é sobre isso. Não é sobre a final. É sobre o resgate de um torcedor que não deixava de apoiar, não saía do lado do time, não abandonava, mas se via sem rumo. E agora tem.
Só por isso eu já sou grato a todos os envolvidos nesse processo desde o ano passado.
Dito isso: chegou a hora. Vamos, tricolores!