Río arriba, Río abajo
3600km de barco pelos rios amazônicos — Epílogo
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Uma despedida
Esse final não estava nos planos. A história por si só já parecia escrita e bem desenhada: a parada do barco em Santarém, conforme contamos na terça parte, seria o fim da aventura sobre os rios amazônicos, 3500km em quase seis dias de viagem no total. Eu saí do Ana Beatriz naquela noite de sexta com o dever cumprido: me sentia feliz de ter chegado, sobrevivido e, o melhor, sem pés de marujo — aquela sensação da terra balançando depois de tanto tempo em embarcações. Via nas luzes de Santarém o fim da aventura, mas isso seria fazer uma injustiça ao Deivid. Então, pelo Deivid, encerremos essa aventura dos rios na terra do Pará.
Tudo virou metástase.
O celular, quebrado há dois dias, de repente deixou de fazer falta. Estou cansado há tanto tempo que não me importo mais. E a depressão de estar sozinho foi curada com David, Arturo, Glenda e Gerson, meus novos amigos de barco. Este último, um professor quarentão em Manaus, estava chegando a Santarém para fazer a mesma coisa que 9 em cada 10 presentes no ferry boat: conhecer a praia de Alter do Chão, a poucos quilômetros de Santarém, um verdadeiro santuário com praias de areia alvíssima e águas verdes às margens do Tapajós. A família de Testemunhas de Jeová que passou a viagem toda a meu lado está indo de férias pra lá.Faço parte dos que não vão pra lá.
Devido ao atraso do navio em sua chegada, ficou permitido a quem quisesse uma noite extra no navio atracado. Enquanto nos outros andares uma equipe cuidava da limpeza do Ana Beatriz V, uns 50 ou 60 últimos estendiam suas redes no segundo convés. Foi ali, naquele clima de fim de balada que eu e o Gerson aparecemos com uma pizza para brindarmos os novos amigos. Depois disso, dormimos nas redes — Arturo, o uruguaio, foi pro saco de dormir.
Quando eu acordo, 4h depois, nada faz barulho na madrugada santarenense. e é como se tudo estivesse em pause. Ao lado do porto, docas exclusivas para o embarque de soja são escondidas por silos igualmente gigantescos e iluminados por luzes amarelas. Estamos longe das avenidas, então não há o zumbido de carros ou buzinas. Santarém é uma cidade grande, mas ainda pode se dar ao luxo de dormir toda noite.
O dinheiro, de tão apertado, não nos permite um táxi para chegar até a rodoviária, que fica nessa mesma avenida a uns três quilômetros pra lá. Um mototáxi pirata, às 5h15 da manhã, cobrando R$7, pode não ser a melhor opção — mas, se você chegou até aqui nesse longo relato, pode notar que nada nessa viagem foi a melhor opção.
De Santarém até Altamira, pela BR-230 — conhecida nos livros de história pela alcunha “Transamazônica”: 558km em 13h16
Chega de lendas, vamos faturar!
(De uma propaganda da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia nos anos 1970)
Porque paulistano tem essa coisa de achar que move o país. Converse com um atendente daquele cartão roxinho, com um crossfiteiro que trabalha numa startup da Berrini e com um cara do TI que cheira cocaína escondido no banheiro da empresa: todos vão dizer que seus empregos e suas habilidades são o futuro, e que eles sim movem o país. Balela: o passado, presente e futuro do país continua passando longe do asfalto da Paulista, e sim escorrendo pelas estradas pouco cuidadas do centro-oeste e norte do país. De lá de cima, do avião que vai pra Miami, não é possível ver a amazônia muito bem, mas é ali onde se corta a floresta, que se cria a soja e que se põe o pasto pra andar. Ali que Friboi, Cargill e tantas outras engordam o PIB da nação — comparado com eles, até os bancos são farelos. É ali, num lugar mais pra Globo Rural que pra Exame, que começa a última parte dessa viagem.
Começo a ter essa sensação quando acordo no ônibus. Devido ao cansaço que começa a se acumular depois de 26 dias de viagem, quatro dias seguidos em trânsito e uma noite de sono mal dormida, durmo cinco minutos depois do ônibus da Ouro e Prata partir de Santarém e acordo umas 3 horas depois, nesse trecho da BR-163 conhecido como “Cuiabá-Santarém”. A rodovia, que cruza as grandes áreas produtoras de soja do Mato Grosso e os grandes polos produtores de agropecuária do sul do Pará segue norte até Santarém, invade a cidade num retão e acaba à beira-rio, exatamente no porto onde estávamos. A sensação de que o Brasil vai embora por essa estrada nem sempre asfaltada é uma teoria confirmada rapidamente.
Estar no Amazonas, o maior estado do país, é uma coisa. Estar no Pará, o segundo maior estado do país, é outra que, por alguma razão, é bem pior.
Rurópolis, a cidade da primeira parada da viagem, é um dos lugares mais deprimentes onde estive na vida. Olha, nos últimos dois anos estive em presídios e palcos de desastres naturais e, por mais horríveis que sejam aqueles locais, não possuíam a falta de fé que eu senti sentado na rodoviária da cidade, esperando o ônibus sair e vendo a Globo na TV (primeira vez que via alguma TV em cinco dias). Rurópolis é pequena e tomada de tons de vermelho. Sério, a terra se impregna em tudo, de uma maneira tão onipresente que, mesmo sendo esse sábado um dia nublado, parece que está nublado no deserto. Uns dois taxistas ficam por ali, um cachorro vagabundo parece andar perdido, e muitas motos circulam entre grandes picapes.
Mais presentes que estas grandes caminhonetes são as motos, uma quantidade incrível delas sem placas e nenhuma (pelo menos em Rurópolis) com passageiros usando capacete. O ar da cidade não cheira a nada além de desesperança, e ficar ali naquela praça central completamente vazia e tomada de terra e folhas foi uma estranha prova de fogo. Depois de uma hora de atrasos não explicados, o ônibus volta à estrada. Agora, saímos da Cuiabá-Santarém e tomamos a leste, para o primeiro dos 320km da Transamazônica.
E você? Qual a primeira lembrança que você tem quando ouve essas duas palavras coladas? Na associação direta de palavras tão brasileiras, o quê te vem à cabeça? Trans-Amazônica, valendo.
Eu lembro da Adriana, minha professora de história na oitava série, explicando as obras da época da ditadura. De lá do fundo da sala, onde eu sentava, ela era uma senhora baixinha, cabelos curtos, óculos, uma tia sentada no único banquinho de madeira da sala. Dela não lembro de muito senão sua autoridade, seu estranho ódio contra mim (que, como bom candidato a um “de humanas”, monopolizava as repostas toda aula) e, claro, as explicações sobre a tal da Transamazônica: para erguer o astral de uma nação sem democracia, os generais decidiram ligar o país de leste a oeste com uma estrada, que nunca ficou oficialmente pronta. O nome me lembrava alguma coisa a ver com cobra, Anaconda, não sei. Aprendi, ao mesmo tempo que Transamazônica, o adjetivo faraônico, e jamais consegui separar ambos. Em minhas andanças, já tinha visto outra “obra faraônica” dos militares: a Ponte Rio-Niterói parecia realmente uma vitória do homem sobre o mar.
Mas chega a ser imoral comparar a vitória do homem contra o mar à vitória do homem sobre a floresta. Quando o ônibus desce a primeira ladeira da rodovia, pouco depois de sair de Rurópolis, entendo (e não entendo) o orgulho dos militares nessa obra: entendo que ela é uma rodovia de inacreditáveis 4223 km, capazes de ligar São Paulo a Bogotá, construídas no meio do mais absoluto nada. Ao mesmo tempo, ao menos aqui nessa área ela não passa de um capinado no meio do mato, sem placas por 50 km ou mais, com pontes estreitas feitas de madeira (e nunca reformadas, o que aumenta o pânico), tão esburacada que considero um milagre haver um ônibus circulando nela. O motorista é bastante habilidoso, provavelmente contratado das cooperativas que também fazem esse caminho em micro-ônibus, e segue em altíssima velocidade. Não vemos nenhum asfalto pela manhã toda.
Na hora do almoço chegamos à primeira cidade: Placas, assim como a subsequente Uruará, é uma vila que nasceu e sobrevive da rodovia — tanto que a BR passa em linha reta pelo centro da cidade. Caso não tenha ficado claro, a comparação é muito válida: pense na Transamazônica como um espeto e nas cidades próximas como pedaços de frango, fritando no calor amazônico e crescendo ao redor da rodovia. São cidades novas, criadas durante a construção da obra, e igualmente esquecidas por todos. Nos seus centros nervosos, possuem rádios AM, açougues e lojas de presentes modestas (e encobertas pela mais grossa poeira da estrada), normalmente acompanhada de grandes e bonitas lojas da Stihl ou da Husqvarna. Por falar em moto-serras…
A vitória do homem sobre a terra (se comparada com a vitória do homem sobre o mar) não é bonita, pois não é gloriosa: pelos lugares onde a rodovia passa, ao invés da profunda mata amazônica, a janela insiste em mostrar plantações. Pasto. Vacas. Naqueles desvairados anos 1970, órgãos governamentais, como a da SUDAM na epígrafe deste episódio, apoiaram veemente projetos desenvolvimentistas ao redor da rodovia. Era trazer a civilização para esses lados, povoar o norte do país, trazer tecnologia e riqueza para o Norte. O que, de alguma maneira, eles conseguiram.
O problema foi que, em dez anos, duas crises atingiram o país: a primeira, econômica, impediu o avanço de mais investimentos. A segunda, de consciência, veio junto com as primeiras campanhas ecológicas. De repente, era necessário preservar o Meio Ambiente — algo que nem os militares nem ninguém sabia — e economizar água, não poluir. Com esses fatores, a sociedade passou a correr em marcha reversa ao que sempre tinha feito, e agora lutava para não agredir mais a obra de Deus — o plano de expandir a Transamazônica até seu ponto final,na fronteira do Amazonas com o Peru, foi cancelado. A rodovia hoje acaba em Lábrea, às margens do Purus.
Mas aqui, no sul do Pará, o estrago já existe. Abra no Maps, coloque a opção “Satélite” e veja como a rodovia criou veios invadindo a floresta. Já fiz isso pra você, então veja logo.
Em algum momento nesse diário, vos alertei da força da natureza nessas veredas. Somos minúsculos seres desafiando as forças dela em seu ponto mais inóspito. Por volta das duas da tarde, após deixar Uruará, uma tempestade desaba sobre a rodovia. A terra batida e poeirenta vira pura e simples lama, e começo a encarar os outros passageiros, na esperança de que algum me empreste um terço pra rezar. Parece um prenúncio (nota: o motorista não se preocupa muito com a chuva, e vai todo feliz ouvindo “Infiel” da Marília Mendonça. Como as duas vezes em que ouvi essa música na viagem foram durante tempestades, começo a suspeitar do aspecto “chama-chuva” dela).
Em algum momento após o km 120 da rodovia, depois de nove horas de viagem, o motorista para o ônibus em frente a uma ladeira. Com um discurso que beira o incompreensível de tanta raiva, olhamos pela janelinha frontal e vemos o caminhão, atolado no meio da ladeira, impedindo a passagem.
Ninguém pediu pra que eu saísse, mas eu já estava com a lama na altura do tornozelo. Senti a Transamazônica pela primeira vez, a sua lama pós-chuva escorregadia. O caminhão, uma carreta gigantesca da Scania, escoava a riqueza do país, levando uma carga de madeira para a fábrica da Tramontina em Belém (madeira legal? ilegal? de onde? jamais saberemos). O motorista, um mineiro de uns 60 anos de nome Januário, tinha a cara daqueles motoristas de caminhão que passavam no Siga Bem Caminhoneiro nos domingos de manhã. Ele achou que o bichão aguentava a subida, mas acabou imóvel e sem tração no meio do caminho. Januário tremia de medo: não queria tentar acelerar a máquina, com medo de que ela derrapasse e caísse numa ribanceira realmente grande e assustadora ao lado de onde o ônibus parou. Enquanto isso, carros derrapavam nos cantos da rodovia, bebendo lama por todo lado, e passando com dificuldade.
Seu Januário, disse que esperaria a lama secar — o que poderia levar horas. Sujo, atrasado e muito puto da cara, mancomuno com o Deivid e um outro rapaz que trabalhava em Canaã dos Carajás (ou seria Eldorado dos Carjás?) como podemos solucionar aquilo. Deivid e eu subimos na caçamba da primeira picape que passa em sentido contrário, e saímos em busca de um trator na vila mais próxima.
Quando passamos pelo motorista, não recebemos apoio, mas uma advertência: “Se o caminhão sair, eu vou embora”. Rimos e nos seguramos no santantônio enquanto a caminhonete derrapava.
A cerca de 500m dali encontramos um um trator comido pelo tempo na beira da rodovia. Por 150 reais, o dono aceitou fazer a tração do seu Januário. Enquanto ele ia buscar a corrente, olhei ao redor: uma vila relativamente urbana e pequena, com quadra de futebol, borracharia, secos-e-molhados. De algum lugar tocava uma música instrumental evangélica e um senhor negro, com um olho vazado e a aparência assustadora, a murmurava. Dois garotos de uns 12 anos passaram gritando em cima de uma moto. Eles, sem capacete, ela, sem placa. Parece que esqueceram o Pará no tempo.
Enfim a corda aparece e subimos eu e o Deivid cada um por um lado do trator. O Deivid é um paraense super gente-fina, indo de Santarém até Parauapebas, 24h de viagem (sem contar atrasos). De lá, iria direto para Goiânia ver a família. Ele parece ter a minha idade, mas aqui as coisas tem o dom quase inconfesso de envelhecer mais rápido — e ele assim se parece mais com um tio meu, tatuagem com o nome de alguém no braço, o diastema bem aberto. Estamos nos divertindo muito.
Ou estávamos, até a hora em que voltamos ao local e, de alguma maneira, nosso ônibus não estava mais lá.
Xingamos como loucos. Na ladeira, o caminhão derrapou o suficiente para que o motorista do ônibus passasse com todos seus passageiros menos dois. Descemos do trator, corremos no meio da lama, eu de coturno e Deivid de chinelo, entre a pressa e a tentativa de não escorregar na trilha de lama e tornar as coisas de alguma maneira piores. Seu Januário nos alivia e explica que, por motivos de força, o ônibus tinha subido toda a ladeira e estava nos esperando lá em cima. Ele realmente estava (o motorista não seria louco) e somos recebidos, Deivid e eu, por olhares curiosos dos outros passageiros. Foi o último abraço na Musa da Aventura.
Ainda faltavam algumas cidades no caminho: a primeira se destacava pelo plantio de um ótimo cacau e pelo próprio nome: Medicilândia, uma homenagem ao general Emílio Garrastazu Médici. Logo ao sair do ônibus, somos apresentados ao animal-símbolo da região, e você o conhece pelas penas pretas, cabeça pelada e pelo hábito de comer carniça. Sim, o Coragyps atratus brasiliensis, o urubu-de-cabeça-preta.
Descubro mais tarde, por meio de um biólogo, que é feio falar mal dos urubus para os locais, por mais que a presença deles seja macabra: ficam zanzando pelas ruas, bebendo do esgoto que corre livre, ou chafurdando nas latas de lixo. Em todas as ruas é possível encontrar um, seja na sarjeta, seja no alto dos postes. Eles estão lá, e eu ainda não sei se achei bonito ou não.
E já começa a anoitecer quando saímos da última cidade antes do destino final. Entre Brasil Novo e Altamira são só 40 km, que o motorista percorre no limite da prudência. Aqui a estrada já é toda asfaltada, o pasto já nem nos deixa lembrar mais da Amazõnia. As últimas vaquinhas vão se tornando apenas sombras. No momento em que as crianças e adultos do ônibus se aquietam, além do zumbido do motor, sobra apenas a música melosa que o motorista nos faz ouvir. Vocês conhecem:
Eu não sei pra onde vou
Pode até não dar em nada
Minha vida segue o sol
No horizonte dessa estrada
Eu nem sei mesmo quem sou
Nessa falta de carinho
Por não ter um grande amor
Aprendi a ser sozinho
E onde o vento me levar
Vou abrir meu coração
Pode ser que num caminho
Num atalho ou num sorriso
Aconteça uma paixão
É um cliché: é tão forte a minha identificação com a letra, e as memórias de infância no carro dos meus pais ouvindo essa música, e a saudade de casa, que eu quase acabo chorando quando finalmente os postes de Altamira surgem no horizonte.
Minha viagem dos sonhos era a Etiópia. Pensa só: belezas naturais, um destino hipster e com passagens relativamente baratas em voos diretos entre São Paulo e Addis-Abeba. Era pra ser, mas acabou não sendo: com a grana curta, fiquei no Brasil e então rumei ao norte.
No final das contas, provavelmente gastei o mesmo tanto. As passagens nessa região são exorbitantes, e um avião para Manaus custa mais que para Buenos Aires. Olho meu saldo bancário e, sem emprego fixo, quero chorar. Na lista de itens avariados estão um relógio, uma lente fotográfica e o celular. Perdi o protetor solar e minha única bermuda jeans nova. No final do 31º dia de viagem, no ônibus a poucos quilômetros de Belém, não conseguia esconder a ansiedade de entrar no avião da Latam e me mandar pra São Paulo. Não aguentava mais: queria respirar ar poluído e mais uma vez ficar preso no trânsito da Marginal.
Valeu a pena?
No diário de viagem que levei comigo (e que ficou cheio até a metade), anotei que disse obrigado em português, inglês, espanhol, italiano e nheengatu. Conheci brasileiros, colombianos, venezuelanos, uruguaios, canadenses, americanos, britânicos e cinco italianos. Estive em cidades perdidas na mata e cidades que mais parecem que um dia foram cenário do filme “Central do Brasil” (Novo Repartimento, com suas crianças engraxates esperando os ônibus passarem com potenciais clientes, é um pináculo disso). Só na viagem de volta, entre Altamira e Belém (800km em 16h), passamos pela frente da controversa hidrelétrica de Belo Monte e por dentro (literalmente) da hidrelétrica de Tucuruí. Pouco pude me expressar: ao contrário das crenças pessoais mais atávicas na minha vida, achei aquelas barragens lindas, e tive fé que o ser humano pode qualquer coisa.
No fim de tudo, vi a mata mais preservada — e a mata mais destruída. Vi a riqueza do Brasil inexplorada, e vi cacau com selo de exportação. Me enfiei quase 4700km Amazônia adentro — E não saí do meu país.
E levei vocês na minha mala. Fico feliz de contar todas essas histórias agora — era a garantia que eu tinha, nos momentos mais complicados e estranhos dessa longa estrada, de que eu não estava sozinho.
Ah tá que ia rolar isso tudo na Etiópia.
Só pra fechar, mais um pouquinho de “Um sonhador”. Eu sei que você gosta:
Não vou deixar
De ser um sonhador
Pois sei, vou encontrar
No fundo dos meus sonhos (sonhos, sonhos)
O meu grande amor