Análise Vangelis Pavlidis || SL Benfica

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6 min readJun 21, 2024

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Vangelis Pavlidis 🇬🇷 parece estar a horas de ser oficializado como reforço do SL Benfica, juntando-se a Leandro Barreiro como reforço para 2024/2025.

O que vale o Grego, como se compara a Cabral e o que poderá trazer a uma frente de ataque desinspirada, como tem sido a dos encarnados?

Segue-se a análise 👇🧵

Pavlidis

O avançado Grego conseguiu uns impressionantes 33 golos e 6 assistências em cerca de 4000 minutos distribuidos por 46 jogos, assinando a temporada mais profícua da carreira.

Com formação Alemã, tendo actuado nas camadas jovens do Bochum, é ambidestro, móvel, criativo em espaços curtos e engenhoso a criar espaço para si próprio. Apresenta-se como um all rounder e natural finalizador.

Explorando mais a fundo as suas características e desempenho na época que findou, como se compara com o avançado mais utilizado pelos encarnados na última temporada e a esperada referência ofensiva da equipa — Arthur Cabral?

Pavlidis vs Cabral

O Grego, à semelhança de Arthur, apresenta uma compleição imponente, sendo no entanto mais permeável na defesa do esférico quando comparado com o Brasileiro.

Voluntarioso, é um atleta bastante móvel e adepto de procurar jogo em zonas mais atrasadas do terreno, acompanhando e perseguindo os defesas e médios adversários no momento da construção e sendo presença constante na própria área em bolas paradas defensivas.

Procura imprimir velocidade no seu jogo quando lhe é permitido, explorando mais as zonas laterais em condução do que Arthur. Apesar de vertiginoso, fá-lo com algum critério, apresentando inclusivamente um menor número de acelerações p/90 (-16%) do que o Brasileiro, que muitas vezes procurou explorar o ataque em velocidade, completamente desacompanhado.

Não apresenta quebra de rendimento evidente na parte final da partida, sendo raras as situações em que não cumpre os 90 minutos. Não falhou igualmente qualquer jogo por indisponibilidade física.

Heatmap Pavlids vs Arthur

Superioriza-se a Arthur no capitulo do passe, muito por culpa da maior frequência e sucesso com que procura todo o tipo de passes verticais. O facto de procurar jogo em zonas mais recuadas permite-lhe engordar os seus números ao nível de passes para terço final (+173%), inteligentes (+21%), e em profundidade (+57%), promovendo a verticalização do ataque.

Arthur, por outro lado, apresentou-se menos vertical esta temporada (ao contrário do que havia mostrado nos Viola e Basileia), procurando antes os colegas em zonas mais recuadas ou lateralizando o jogo, sobretudo atribuivel à pouca densidade de soluções em zonas mais adiantadas que habitualmente encontrou.

Por esta razão, apresenta inclusivamente um acerto de passe superior ao Grego,tendo as suas entregas sido habitualmente de pouco risco e geograficamente curtas.

Já em zonas próximas da baliza, esta temporada Pavlidis procurou o golo primeiro do que o colega. Completou 6 assistências, o dobro de Arthur, mas em mais do dobro dos minutos, conseguindo precisamente metade das assistências p/90 do Brasileiro.

Curioso igualmente reparar que também perde para o Brasileiro no que toca a assistências para remate, optando ele próprio por completar o ataque em situações em que poderá ter um colega melhor posicionado. Arthur, fruto quiçá da menor confiança no seu jogo durante a temporada, procurou mais frequentemente dar a oportunidade de finalizar aos colegas.

Continuando a descascar o capítulo da criação, faz igualmente sentido que, até face ao que já foi descrito anteriormente, Pavlidis apresente um número superior de segundas assistências (150% acima do Brasileiro), futo de situações em que inicia a jogada de ataque fora da zona de finalização.

Golo tem rimado com Pavlidis nas últimas temporadas e a actual não foi diferente. O Grego marcou de, quase, todas as maneiras e feitios, sendo um avançado bastante versátil neste capítulo.

Consegue funcionar não só como homem-referência mas igualmente como criador. Finaliza com ambos os pés com similiar qualidade, e movimenta-se com engenho no interior da área. Criterioso no momento do remate, demonstra grande serenidade e compostura no mesmo.

Ao contrário de Arthur, Pavlidis foi muito bem servidos pelos colegas e muitos dos golos que marcou muito provavelmente não seriam uma realidade de águia ao peito na última temporada. O Grego aparece muito bem ao primeiro poste ou entre os defesas, tendo conseguido vários ‘tap-in’ (alguns de grau de dificuldade moderado), tendo o AZ aproveitado bastante bem esta característica por parte dos seus laterais e extremos, algo que não foi frequente nos encarnados.

Usufruiu portanto de um volume considerável de oportunidades, falhando muito poucas de golo evidente.

Algo vísivel até pelos 33 golos que marcou, precisamente o triplo de Arthur, mas quando normalizados os números por 90 minutos, ambos apresentam exactamente os mesmos xG (golos esperados) — 0.58.

Denotando portanto uma overperformance de Pavlidis neste capítulo (saudável e não exagerada como a que Tengstedt trouxe da Noruega) e uma underperformance de Cabral.

Os remates do Grego encontram igualmente com mais frequência a baliza, conseguindo enquadrar precisamente metade dos remates que completa.

Hábil em espaços curtos e competente no drible, é muito inteligente a criar espaço para si próprio a 1–2 toques. O mesmo se poderia dizer de Cabral no passado, mas não foi a realidade na temporada que findou.

No capítulo defensivo, e como já mencionado, Pavlidis é voluntarioso e apresenta um apreciável work rate. Competitivo, completou (+33%) e ganhou (+19%) mais duelos no meio-campo ofensivo, mas demonstrou importância pouco impressionante e similar a Cabral no seu próprio meio-campo, algo em que Gonçalo Ramos se destacava.

Importa mencionar no entanto que os Holandeses não promovem o pressing intenso, actuando de forma mais cautelosa em momento defensivo.

O seu jogo aéreo, apesar de estatisticamente bom, está longe de ser uma das suas maiores caracteristicas a nível técnico, algo que deverá ser reconhecido pelo próprio dado que em várias situações de eventual finalização de dificuldade elevada com recurso à cabeça, opta por esperar a bola em vez de a atacar, procurando o domínio e consequente finalização. Tem, ainda assim, um bom tempo de salto e uma % de duelos ganhos satisfatória e superior (+28%) à de Cabral, especialmente em momento defensivo e particularmente bolas paradas defensivas onde ajudou de forma preciosa por várias vezes a sua equipa.

Adicionando Casper Tengstedt a esta avaliação (Marcos Leonardo não completou o número de minutos necessário para consideração) é possível perceber os capítulos em que Tengstedt se conseguiu destacar (e aqueles em que não), mesmo que de forma pouco evidente, e o posicionamento mais completo de Pavlidis entre o Brasileiro e o Dinamarquês.

Pavlidis vs Arthur vs Tengstedt

Por curiosidade, abaixo os avançados nas top-5 Ligas Europeias com o estilo de jogo (ignorando team style e league style), a nível estatistico, mais semelhante a Pavlidis durante a temporada passada, seguindo o modelo de similitude @BeGriffis

Player Style Similarity — Pavlidis

Pavlidis chega à Luz com a pressão acrescida de ter visto as 3 últimas contratações para a frente de ataque (e os muitos milhões investidos) não pegarem de estaca.

O Grego tem certamente capacidade para conseguir um bom rendimento, mas não é um one man show capaz de fazer desaparecer todos os problemas ofensivos demonstrados pelos encarnados na última temporada.

Conseguirá Roger Schmidt potenciar as suas características?

Originally Published on X.com 21/06/2024 @InvaderStats

https://x.com/InvaderStats/status/1804169663141568734

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