Confira as cinco grandes lições do abade Faria (O conde de Monte Cristo)

Luciano Rocha
5 min readSep 16, 2019

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Considerado uma das maiores obras literárias da França, O conde de Monte Cristo é uma envolvente história cujos ensinamentos vão muito além da vingança de Edmond Dantes pela sua injusta prisão.

Embora o foco da história seja a rivalidade entre Dantes e Mondego, ela passa por um personagem muito singular: o abade Faria. O religioso ex-soldado e companheiro de Dantes em sua prisão faz o papel de mentor do jovem, e é justamente dessa mentoria que surgem as lições mais valiosas que a obra de Alexandre Dumas deixa como legado para seus leitores.

Se você não leu o livro (o que é compreensível dado o tamanho da obra), pelo menos confira a adaptação da obra. Lançada em 2002, o filme tem o falecido ator britânico Richard Harris no papel do abade, e a atuação dele torna ainda mais vivas as lições do abade, cuja sabedoria e estoicismo nos fazem realemten sentir a morte do personagem.

Em homenagem a esta obra-prima, o texto de hoje traz as cinco lições mais valiosas deixadas pelo abade Faria para Dantes— e que você, eu e todos podem aproveitar em nossas vidas.

Aja com naturalidade

No filme, após passar onze anos preso — cinco deles cavando um túnel para tentar escapar — o abade erra o caminho e acaba na sala de Dantes. Ao invés de se assustar ou se constranger com a situação, ele simplesmente conversa com Dantes como se fossem amigos de longa data.

O possível desconforto de tentar fugir ou de entrar na cela de um estranho passou longe do comportamento de Faria. Ao invés disso, ele se adaptou à nova situação e soube tirar as vantagens dela.

A lição tirada daqui é que sempre devemos agir com naturalidade diante de situações adversas. Afinal, os erros são mais presente em nossa vida do que os acertos. Portanto, devemos…

Saber encarar o fracasso da forma correta

Ao falhar em sua tentativa de fuga, o abade encontra um Edmond Dantes desolado e inconformado com a sua injusta prisão. A reação dele? Conversar tranquilamente com o novo companheiro.

O abade não se entregou ao desespero ou desistiu de cavar. Ao contrário, ele se animou, pediu a ajuda de Dantes sob o seguinte argumento: com duas pessoas trabalhando, levaremos menos tempo para terminar. O abade encarou a oportunidade dada por um aparente fracasso e recomeçou seu trabalho.

Thomas Edison é autor da seguinte frase: “eu não falhei, apenas encontrei 10 mil maneiras que não funcionam”. A falha quase sempre é um sinal de que estamos próximos do acerto, portanto nunca desista no primeiro fracasso. Apenas refaça sua estratégia e tente novamente.

Os bens mais inestimáveis não podem ser roubados

Ao pedir a ajuda de Edmond para cavar o túnel de fuga, Faria lhe ofereceu “algo de valor inestimável”. Mesmo com o mapa do tesouro do cardeal Spada em mãos, o abade ofereceu-lhe o conhecimento e a educação em artes, economia, ciências e outras áreas. No entanto, a primeira coisa que Dantes lhe perguntou se podia aprender era a “ler e escrever”.

Em uma prisão quase impenetrável, sem liberdade nem dinheiro, os conhecimentos de Faria serviram para Dantes prosperar após sua fuga, tornando-se o rico e refinado conde de Monte Cristo. Suas habilidades políticas o ajudaram a fazer aliados e orquestrar sua vingança com maestria, e assim por diante.

Dinheiro, liberdade, bens. Estamos acostumados a enxergar a riqueza máxima em bens de luxo. Entretanto, todos eles podem ser retirados de você. Um governo corrupto pode confiscar seu dinheiro; uma ditadura totalitária pode retirar a liberdade de todos os cidadãos. Mas o conhecimento, as vivências que tivemos durante a vida, jamais podem ser apagados.

A lição de Faria mostra a importância de dedicar tempo ao aprendizado. Não acumule bens ou objetos que possam ser facilmente roubados. Um homem rico sem conhecimento pode ser derrubado. Um homem pobre e amante do saber se tornará rei — ou, no caso, um conde.

Cultive a gratidão

A prisão — especialmente se for injusta, como era o caso dos prisioneiros do castelo de If — pode despertar ódio e tornar os homens amargurados. O adabe Faria seguiu o caminho da gratidão e da gentileza.

Um exemplo disso é que ele sempre dizia “obrigado” quando os guardas da prisão colocavam comida em seu prato. De fato, os guardas descobriram sua morte ao entrar na cela depois que ele não agradeceu pela comida.

Não importa a sua situação atual, sempre seja grato pelo que acontece de bom em sua vida. Agradeça a pessoa que segurou a porta do elevador para você entrar, ou ao motorista que parou na faixa de pedestres. Comece por pequenos atos e você aprenderá a ser grato em todas as situações.

Pense no longo prazo

Ao ouvir do abade que o túnel poderia levar 8 anos para ficar pronto, Edmond começou a rir de um jeito debochado, o que levou Faria a dar uma resposta afiada:

Tem algum outro compromisso? Alguma coisa importante em outro lugar?

O homem valorizava a liberdade e sabia que o túnel poderia lhe dar isso. não se importava com o tempo necessário para construir o túnel nem com os obstáculos no caminho, mas sim com o resultado da construção e uso do mesmo.

A maioria dos grandes investimentos demoram para gerar resultados. Portanto, mantenha sempre o foco no longo prazo e não deixe que oscilações durante a caminhada lhe distraiam do caminho final.

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Luciano Rocha

Escritor freelancer, escrevo aqui todas as segunda-feiras. Para ler textos antigos, clique aqui: https://walden3site.wordpress.com