Você me deixa na bad

e eu me sinto horrível por admitir que estou sofrendo por ilusão

Gabriel Lucena
3 min readSep 12, 2016

textinho sobre drama adolescente com crush e bad.

De várias coisas que a filosofia grega trouxe, acredito que o Amor Platônico foi umas das mais geniais. Agora que a gente sabe como esse amor funciona (basicamente, você se apaixona pelo o que você idealiza da pessoa), nós não imaginamos o que sentiríamos quando caíssemos nesse tipo de paixão caso não a conhecêssemos. Ou que ela existiria.

Mas hoje em dia a gente pode trocar por crush mesmo.

(ADENDO: na verdade, crush tem vários sentidos e, por isso, é mega relativo. Pode ser uma paixão platônica, uma pessoa que você só acha bem bonita ou alguém que você realmente ame. Mas não vou estudar o sentido dessa palavra pois ela é uma gíria, e seria bem desnecessário. Mas na minha cabeça, faz todo sentido falar sobre isso.)

Mas, mesmo a gente tendo essa ideia de que “não é um amor de verdade, eu só tô criando coisas na minha cabeça sobre essa pessoa”, isso não impede da gente sentir algo. Ou pior, sofrer por algo que nem ao mesmo é palpável.

O pior de ficar na bad por um amor platônico/crush é que 1) você sabe que esse amor simplesmente não existe pois você não sabe como seria se você realmente conhecesse a pessoa 2) de qualquer maneira, você vai se decepcionar ao não ter suas expectativas excedidas, pois isso é impossível e irracional.

Por esses dois pontos, esse amor platônico só dá sofrimento.

Se qualquer coisinha acontece entre você e a pessoa (uma notificação dela, um aperto de mãos), você já fica feliz, mas logo já fica triste pois isso não significa nada. Quando você consegue passar um longo período de tempo com a pessoa (isso quando você não tem o costume de fazer isso, seja por morarem longe ou por não poderem se ver por horários, ou só por não costumam gastar muito tempo juntos), o momento parece ser incrível e com vários fogos de artifício, mas quando acaba vem uma grande saudade que já se mistura com “saudade pra que? Por que gasta energia em algo que não resultará em nada?”, ai já sabe. A bad se enraiza em você e fica aquela coisa maravilhosa. E sua/seu crush provavelmente está pouco ligando pro caso, já que provavelmente nem imagino o que está acontecendo.

Então a gente fica naquele estado vamos-contemplar-a-bad: deitado na cama, mexendo no celular, escutando música triste, pensando no quanto a sua vida amorosa é injusta. Esse período pode durar de horas até um ou dois dias.

Mas o bom de amores platônicos é que a bad passa, e parece que ela nunca existiu. Ai ela volta, e ai vai. Mas nada que uma música pop farofa não resolva.

antes que reclamem que o Médium é um lugar pra textos “inteligentes”, temos que concordar que o que parece o inteligente pra mim pode não o ser por você. Além de que a internet é livre para de expressar, seja para um artigo técnico, técnicas de produtividade ou ficar falando de crush e bad. O bom de tudo isso é que sempre vai ter algo que te agrade ❤

--

--

Gabriel Lucena

Alguns veem uma caneta, eu vejo um arpão. Futuro economista e apreciador de batidas de limão.