A democracia resiste sem medo de ser feliz
Por Agatha Azevedo, da Mídia NINJA
A violência e a polarização vistas nas ruas durante as últimas manifestações do dia 13 de março trouxeram como resposta uma onda de cultura e criatividade. Para encarar o empasse que pode gerar a perda da democracia no país, reflexo de tentativas diretas de golpe à presidência da república, com forte adesão por parte dos veículos de imprensa tradicionais, manifestantes foram ocupar ontem, em Belo Horizonte, a Praça Floriano Peixoto.
Com bom humor e diversidade, crianças e adultos se vestiram de vermelho para saudar a democracia e os direitos conquistados a duras penas no país, firmando o compromisso de defendê-los dos ataques sofridos, na tarde de domingo, 20 de março. Bolinhas de sabão desenhavam o céu, e na grama, toalhas coloridas forravam grandes piqueniques que integravam várias gerações de pessoas de todos os cantos da cidade. E até a coxinha circulou numa tigela, como alusão à forma de pensamento retrógrada vista nos atos que sucederam o 13 de março.
O tom do ato era de reforçar o caráter de legitimidade do voto de 56 milhões de brasileiros nas últimas eleições presidenciais, que não pode ser abalado pelo desejo de outros por cerceamento de uma visão política. E as ações de ocupação do espaço público com alegria e disposição irão continuar na capital mineira, que se torna a cada um cerne da resistência da bancada democrática do país.