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2 min readMar 20, 2017

DONKEY KONG COUNTRY 3: DIXIE KONG’S DOUBLE TROUBLE! | ROBERTO REZENDE

Eu gosto bastante de inserir Easter Eggs nos softwares que eu desenvolvo. Sem avisar a ninguém, sempre coloco uma animação bem simples e escondida, mas possível de ser encontrada acidentalmente por quem utiliza o produto com frequência. Easter Eggs são “funcionalidades” que só funcionam uma vez e as vezes você pode pensar que não vale a pena perder tempo fazendo algum deles. Só que ele, ao ser descoberto, desencadeia um momento de quebra das atividades normais, tornando o ambiente de trabalho algo mais casual por um breve instante. Um easter egg, ao ser descoberto, vira assunto do escritório por uns dois minutos e cai no esquecimento. Mas aqueles dois minutos valeram existir.

As pessoas têm o hábito de desmerecer coisas que só funcionam uma vez, por conta da pouca eficácia técnica daquilo. Pois os bons gimmicks são sensacionais porque eles só precisam funcionar uma vez mesmo. Se você for muito bom em criar gimmicks, você pode fazer uns cinquenta e então a percepção deles é melhor absorvida. O nome disso é criatividade.

Donkey Kong Country 3 é um jogo feito por pessoas muito boas em criar gimmicks, desenvolvido pelo mesmo estúdio que em 1991 lançou Battletoads e se mostrou muito bom em fazer gimmicks e muito ruim em fazer jogos de plataforma para consoles. Os Donkey Kong Country de SNES, no fundo, são nada menos que a ideia de fases com mecânicas diferentes (e não desafios diferentes partindo de uma mesma mecânica, como o Kishotenketsu do Hayashida nos Mario recente ou os jogos do Jonathan Blow) do Battletoads feito por uma equipe mais amadurecida e que decidiu dedicar-se mais a um único jogo. O Donkey Kong Country 3 é elevar isso a um extremo que eu só vi ser elevado a um nível maior porque eu atrasei o prazo do texto e ele está saindo depois que eu joguei a demo de Nier: Automata.

O gosto que ficou após terminar o jogo pela primeira vez é a vontade de ter mais fases como aquelas. Infelizmente, gimmicks só funcionam uma vez, e eu já havia terminado tudo. Mas Donkey Kong Country 3 é um jogo tão competente em fazer gimmicks que ele pode se dar ao luxo de premiar aqueles que dominaram tudo que foi apresentado com mais gimmicks, mais fases únicas.

Rejoga-lo com uma cabeça amadurecida me fez perceber que a unicidade das fases de DKC3 é diferente de quaisquer outras coisas que eu joguei na vida. Também me fez perceber que é uma falácia dizer que gimmicks só impressionam uma vez. O vídeo abaixo é uma compilação de como DKC3 ainda impressiona.

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