O que uma Estrategista foi fazer no Startup Weekend? #SWSP

O que eu fui fazer em um evento de Startups e o que trouxe na mala.

Nathalia Andrijic
5 min readApr 24, 2018

Um laboratório de 2 dias e meio do que é criar uma Startup, do problema ao pitch. Um final de semana pra experimentar, testar hipóteses, criar soluções em meio a muitas ideias, colaboração, tensão e, por que não, diversão.

Esse é o Startup Weekend.

Esse modelo de evento acontece em vários lugares do mundo, várias vezes ao ano, e lá estava eu de 20 a 22/04, em São Paulo, uma Estrategista no meio de Designers, Programadores(as), Empreendedores(as) tentando aprender e ao mesmo tempo contribuir.

Cheguei achando que ia ficar meio perdida, mas logo a comunidade de startups me abraçou.

Por um lado, percebi como Estratégia tem mais a ver com esse universo do que pensamos. Por outro, entendi como todo mundo tem muito a aprender com a comunidade empreendedora.

ESTRATÉGIA: O QUE A GENTE TEM A VER COM STARTUPS?

Critérios de avaliação das ideias: Uma imagem diz mais que mil palavras

O processo de trabalho pra criar uma Startup é bem parecido com o que a gente faz em Estratégia, a imagem acima já diz muito sobre isso. Vou fazer um resumão dos 3 dias pra vocês verem do que eu tô falando.

Dia 1: Aquecer, Se soltar, Se juntar
O primeiro dia foi o dia de nos conhecermos e entendemos o que seria aquele final de semana doido. Aquecimento, dinâmicas criativas, simulações de pitch, apresentação de ideias e formação de grupos. Todas as instruções foram dadas e começamos a nos unir com quem trabalharíamos. Uma grande sacada já estava aí: quanto mais multidisciplinar, melhor.

Dia 2: Validar, Validar, Validar
Cada grupo escolheu um tema pra desenvolver, fez um brainstorm pra definir o problema, hipóteses e público. A partir daí: rua. De nada valeria um problema lindamente escrito no papel se a gente não tivesse validado com o nosso público. E tá aí outra riqueza do projeto, entender de verdade os problemas das pessoas, aquilo que realmente as afeta, não o que a gente chuta que seja importante.

Dia 3: Prototipar, Vender, Apresentar
No último dia, montamos um protótipo pra Validar a ideia. “Isso faz sentido na vida do nosso público?”, “As pessoas usariam isso, e mais, pagariam por isso?”. Com as respostas na mão, tínhamos menos de 1 dia pra botar de pé uma apresentação que vendesse o que criamos pra um time que avaliaria o potencial de negócios da nossa ideia. Vou dizer, viu, 3 min pra fazer um pitch vendedor é bem punk, mas é o melhor exercício pra focar no que realmente importa.

COMUNIDADE EMPREENDEDORA: O QUE PODEMOS APRENDER COM ESSE ESPÍRITO?

O processo de trabalho tem muito em comum com Estratégia, mas a gente pode aprender muito com as diferenças, também.

Sem o erro, tem algo de errado
O erro não é crucificado, muito pelo contrário. Erro é aprendizado. Se estivéssemos com muita certeza, e não tivéssemos espaço pra errar, não faríamos várias descobertas importantes ao longo do caminho. Em uma startup, errar é ter a chance de mudar de caminho, ou pivotar, como diz o jargão, e estar mais perto do acerto. Sempre que errávamos, admitíamos e ajustávamos a rota, era uma celebração.

Nós e o Alejandro, um dos super mentores que nos ajudou.

Tá tudo bem “roubar” ideias
Todo o time de mentoria, composto por quem tem uma Startup, estava com a maior disposição e acessibilidade pra abrir os seus próprios erros e acertos, sem medo de que ninguém roubasse nenhuma das suas ideias. Quando alguém acerta, a comunidade toda ganha, e aí o melhor é passar o aprendizado pra frente do que ficar guardando a sete chaves.

Mais vale um time na rua do que na frente do computador
O processo mais valorizado é o de Validação, aquele momento em que levantamos da cadeira e vamos conversar com o nosso público pra entender de verdade seus problemas e se o que estamos pensando como hipóteses tá fazendo sentido. E nossa, como tudo muda quando a gente sai pra ouvir! A verdade tá na rua, sempre, vale lembrar disso.

O QUE ESSA ESTRATEGISTA LEVA DO STARTUP WEEKEND?

Pra quem trabalha com Estratégia, esse processo todo faz muito sentido, desde uma boa definição de problema até a apresentação. E é legal demais ver essas habilidades aplicadas, dando vida a algo tangível, real, com bem menos ppt e muito mais protótipo, com menos medo do erro e mais experimentação.

Meu grupo não ganhou o pitch, mas ganhou bem mais do que isso. Conversamos com mais de 60 pessoas num final de semana, montamos um protótipo usando diretamente o Watson (a inteligência artificial da IBM) e apresentamos um projeto que nos deu orgulho.

Obrigada, Maíra Storch, Marceu Kim, Murilo Groschitz, Elisa Andery, Maria Oliveira e Zeca Novaes, timaço que esteve comigo nesse final de semana.

Obrigada à organização do Startup Weekend e todo o time de mentoria que abriu seus processos, erros e acertos.

Nesse final de semana, a comunidade empreendedora ganhou uma Estrategista apaixonada e eu ganhei todo um universo pra explorar a partir de agora.

Pra quem teve curiosidade, aqui uns prints do nosso projeto…

Créditos: Algumas das fotos foram feitas pela Luiza Terpins, da incrível organização do evento.

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Nathalia Andrijic

Estrategista Sênior no Waze/Google e Coordenadora de Estratégia na Miami Ad School