Capítulo 2 — Luffy Chapéu de Palha

One Piece Fan Book
17 min readOct 13, 2015

Uma pequena embarcação navegava sem rumo. Acima dela, uma revoada de pássaros voava em busca de alimentos. Ao redor, nada além de água em todas as direções.

– Hmm… Que tempo bom! — o garoto dentro do pequeno barquinho pensou em voz alta enquanto sorria — O dia tá tão gostoso… — disse enquanto tirava os remos da água — O clima certo paranavegar… — encostou-se no barril que estava atrás de si. Apoiou uma das extremidades de um dos remos no seu ombro e a outra no chão a sua frente. Cruzou os braços e relaxou-os em cima do cabo do remo. — Não combina em nada com um naufrágio! — fechou os olhos e bocejou.

Luffy não sabia quanto tempo havia se passado desde que fechara os olhos. Poderiam ter passado alguns minutos ou algumas horas. Mas o barco começou a sacudir e ele acordou. Quando abriu os olhos, notou sem surpresa, que acabara de entrar em um redemoinho enorme.

Ninguém me avisou que eu ia cair num redemoinho desse tamanho, né? — Luffy disse calmamente ao constatar sua situação — Vacilei. — suspirou — Adoraria pedir ajuda pra alguém, mas não tem ninguém a vista… Se bem que estar no meio do redemoinho não é grande coisa… O problema é que eu não sei nadar… — Luffy estava coçando o queixo e parecia avaliar suas chances — Mas tanto faz saber ou não nadar num redemoinho desse tamanho, né? — Concluiu — Do que ia adiantar?

Cada vez mais, o barquinho se encaminhava para o olho do redemoinho. Enquanto isso, Luffy parecia que desconhecia completamente, os perigos devastadores de enfrentar um fenômeno da natureza como aquele. Apenas ficava ali, indo de um pensamento ao outro, sem de fato achar uma solução para o seu problema. Mas tudo bem, ele não tinha pressa.

Em uma ilha qualquer, um navio permanecia ancorado próximo a margem. Certamente, aquele era um navio singular e quem o visse, dificilmente se esqueceria dele.

As velas que pendiam dos seus três mastros, possuíam um enorme coração vermelho pintado no centro de cada uma delas. A figura esculpida no gurupés, era a de uma cabeça de pato, com olhos em formatos de coração e com um cordão de pérolas pendendo em seu pescoço. E para completar, o navio era todo pintado de rosa.

Seria quase possível afirmar, que aquele era o navio de alguma patricinha que estava por ali se divertindo. Não fosse, é claro, a bandeira preta que tremulava no alto do mastro central. No fundo negro, por cima de dois ossos cruzados, era possível ver o crânio de uma caveira virada de lado. No centro do crânio, mais um coração desenhado. Apesar de excêntrica, era claramente uma bandeira pirata.

No convés, uma mulher caminhava próxima à amurada* do navio.

Que poeira é essa? — A mulher questionou ao passar o dedo no parapeito da amurada.

– S… S… Sinto muito Alvida-sama!! — algum tripulante claramente nervoso respondeu — E… Eu juro que limpei cada canto do navio! — o sujeito tentou se desculpar — M… Mas eu limpo tudo de novo agora mesmo!! Por isso, me perdoe, por favor!!

– “Por favor”… o quê? — inquiriu a mulher secamente.

Por favor, me poupe de sua clava de ferro… — e neste instante ele notou que dera a resposta errada, porque a mulher começou a se movimentar — Socorro!! Eu não quero morrer!!! — tentou suplicar pela ultima vez, mas já era tarde. Pois instantes depois, ele fora arremessado a alguns metros de distância com o ataque de uma gigantesca clava de ferro.

Sangue escorria pelos enormes espinhos da arma e ao redor do corpo do sujeito que fora atacado, uma poça se formava. Mas a mulher não ligava nem um pouco, porque ele não havia dito aquilo que ela queria escutar.

– Koby! — Dessa vez, a mulher apontou sua clava para uma pequena criança de uns 14 ou 15 anos que se encontrava ali perto — Quem é a mais bela desses mares? — a mulher perguntou para o pequeno garotinho.

– Err… Eh, He, He… — o garoto de cabelos roxos e óculos, coçou a nuca, completamente sem-graça — É claro que… é a senhora, Alvida-sama! — o garoto respondeu, enquanto suava de nervoso.

– Isso mesmo! — Agora sim, ela havia escutado o que queria — E eu odeio coisas sujas!! Um navio comandado por uma mulher como eu, também precisa ser belo! Certo?! — perguntou, enquanto lançava um olhar inquisidor para o garoto. No entanto não quis nem ouvir a resposta e continuou –Você sabe que eu só o mantenho vivo porque por alguma ironia do destino, você possui mais conhecimentos sobre os mares do que os outros emprestáveis desse navio.

– S… Sim, eu sei. E sou muito grato por isso, senhora. — Respondeu o garoto enquanto tremia de medo.

Se não fosse por isso, você seria só mais um inútil! — a mulher disse enquanto caminhava para mais próxima do garoto. Quando chegou perto, lhe deu um chute nas pernas para derrubá-lo de joelhos no chão, aos seus pés — Então, trate de engraxar os meus sapatos. Já!

– S… Sim! — o garoto respondeu enquanto se recuperava do golpe e pegava um pequeno paninho que estava em seu bolso. — Agora mesmo…!

– Não quero ver nem um grão de poeira nesse convés! — A mulher gritou para todos os tripulantes que estavam assistindo-a — Entenderam?!

– S… Sim senhora!! — todos responderam em uníssono enquanto morriam de medo e pegavam seus baldes e vassouras para começar mais uma faxina no navio.

Não sem motivo, todos aqueles homens a temiam. E a temiam por dois motivos principais: sua aparência e sua força.

Apesar de ser vaidosa, estar sempre com batom nos lábios e unhas pintadas, Alvida era uma monstra. Pesava algo em torno dos 450 quilos e provavelmente, era mais larga que uns três ou quatro homens que se posicionassem lado a lado. E apesar de ser um pouco mais alta que a maioria das pessoas normais, seus braços e pernas pareciam anormalmente curtos e sua enorme barriga ocupava uns 80% do seu corpo.

Vista de longe, parecia uma enorme bola de boliche fantasiada de pirata fashion. Uma completa aberração.

Por cima de seus longos cabelos sebosos, trajava um chapéu de caubói que tinha uma pluma rosa presa nele. Vestia um sobretudo azul marinho, típico dos capitães navais, por cima de uma camisa xadrez rosa. Tinha uma faixa lilás em volta de sua monumental cintura, usava uma calça branca que mal chegava ao meio de sua canela e calçava um sapato preto de bico fino.

Era uma ogra, e já era possível sentir medo dela, sem nem ao menos ver que ela mantinha uma pistola presa à sua cintura e carregava sempre à mão, sua terrível clava.

No entanto, Alvida além de ter a aparência assustadora, era a capitã daquele navio porque tinha méritos. Ela era uma pirata terrível. Possuía força e velocidade que eram incompatíveis com seu físico. Conseguia por exemplo, manusear com facilidade, sua clava de ferro que tinha mais de um metro de altura e pesava pelo menos 80 quilos. Habilidade essa, que a fez ficar conhecida como Alvida, A Clava de Ferro.

– Já chega! — Alvida esbravejou enquanto chutava o garoto para longe de si — Você é um lerdo mesmo!

– Err… Eh, He,He… S… Sinto muito… — o garoto de cabelos roxos respondeu enquanto se levantava. Seus óculos estavam quebrados e sua boca e seu nariz estavam sangrando. Ele suava frio de tanto medo.

Agora pare de resmungar e vá logo limpar os banheiros!! — a pirata ordenou enquanto ameaçava o garoto com sua clava.

S… Sim! Imediatamente Alvida-sama! — então o garoto se afastou do convés — Imediatamente… –Pensou em voz alta quando ninguém mais poderia ouvi-lo. Em seguida, começou a chorar em silêncio.

Muitos piratas costumam manter em algumas ilhas, pequenas bases de operações, onde possam manter um estoque de bebidas e mantimentos, guardar alguns de seus tesouros e utilizar a base na ilha como descanso alternativo ao navio. Com o bando de Alvida não era diferente. E ali, naquela mesma ilha, próxima ao local onde o navio dela estava ancorado, a pirata mantinha uma pequena adega junto a margem de uma floresta. E nela, um pequeno garoto de cabelos roxos cortados em formato de cunha, acabava de entrar rolando um barril adega adentro.

– Como é que é Koby? Achou um barril encalhado na praia? — um dos três seguranças da adega perguntou ao ver o garoto entrando.

– S… Sim, e acho que está cheio, o que devo fazer com isso…? — o garoto perguntou, torcendo para não arrumar problemas.

– Que sorte! — um segundo segurança de longos cabelos loiros interveio, enquanto colocava o barril em pé — Vamos beber isso aí!

– Mas, meu irmão, e se a capitã descobrir? — retrucou o primeiro segurança que tinha um cavanhaque, claramente com medo da poderosa clava de ferro.

– Ela não vai descobrir nada! — dessa vez foi o terceiro segurança que usava um lenço amarrado na cabeça quem interveio — Os únicos que vão saber disso, é a gente que tá aqui guardando a adega… Nós e o pirralho do Koby…– então virou-se com um olhar ameaçador para o garoto — Já sabe, né Koby…?

– S… Sim, claro! E… Eu não vi nada! Eh, He, He, He… — o garoto respondeu imediatamente, enquanto se encolhia em um canto da adega — N… Não precisa me bater por causa disso…

Então de repente, Crack! O barril se quebrou de dentro para fora, fazendo com que aqueles que antes discutiam o destino do barril, dessem um pulo pra trás, devido à tamanho susto. E dali de dentro, um garoto com um chapéu de palha surgiu. Com metade do corpo ainda dentro do barril, esticou os braços para o alto, como quem se espreguiçava, e soltou um tremendo bocejo.

Aaaaah!!! Que soneca boa! — Luffy exclamou em alto e bom som, depois de terminar de bocejar –É, parece que eu sobrevivi a mais essa! Achei que fosse morrer tonto de tanto girar!! Há, há, há, há, há!!! — aliviado, caiu na gargalhada, só então, percebeu que estava rodeado por quatro pessoas completamente perplexas com a sua aparição. — Hm? Quem são vocês? — Luffy perguntou perplexo.

Quem somos nós?! — os seguranças responderam indignados — Quem é você? Isso sim! Onde já se viu alguém sair de dentro de um barril?!

Mas nesse instante, uma voz ecoou por toda a ilha. E uma clava de quase 100 quilos veio voando em direção à adega com uma força descomunal.

– Quem se atreve a enrolar durante o serviço ai?!! — a voz falou e momentos depois, a arma atingiu e destruiu o pequeno cômodo onde Luffy e os outros estavam. O impacto foi tal, que fez com que todos fossem arremessados a muitos metros de distancia, em direção a floresta. Os dois garotos, por serem mais leves, que os pesados brutamontes seguranças, voaram ainda mais longe.

Respondam!! Quem é a mais bela desses mares? — a pirata inquiriu ao chegar próximo do local aonde os seguranças da adega fora arremessados.

Alvida-sama!! S… Sem dúvida algum, é a senhora Alvida-sama!! — o segurança loiro respondeu enquanto ainda se recuperava do impacto e temia por sua vida.

Isso mesmo! — Alvida retrucou um pouco mais satisfeita, mas ainda assim, completamente irritada. — E quem é o atrevido que está me desrespeitando?

– Hã? De jeito nenhum! O que a senhora está falando? — perplexo, o segurança loiro respondeu.

– Não se façam de bestas!! Escutei muito bem lá de dentro do navio! — seu enorme rosto já começava a ficar vermelho de tão irritada — Quem foi o insolente que ousou dormir durante o serviço?!

– Ah! — então o segurança com o lenço na cabeça se lembrou — N… Não é isso capitã! Nós temos um intruso!

– Isso mesmo!! Foi o Koby que trouxe um sujeito estranho dentro de um barril… — o segurança com cavanhaque completou, tentando se livrar do castigo.

– O quê? — Alvida parecia ter ficado preocupada — Será que é algum caçador de recompensas atrás da minha cabeça?!! Maldito Koby! Só falta aquele moleque ter me traído!!

– Mas o único caçador de recompensas que se tem notícias por estas bandas… — o pirata loiro começou a pensar em voz alta.

Não seja idiota!! — o sujeito de cavanhaque interrompeu o primeiro — Você sabe muito bem que “aquele lá” foi capturado pela marinha!!

– Quem garante que ele não tenha escapado? — Dessa vez foi Alvida quem falou, enquanto esboçava um pequeno sorriso por se imaginar desafiando um caçador de recompensas. –Principalmente se ele for mesmo o temido Roronoa Zoro!!

– Err… Você está bem? Machucou? — O garoto de cabelos roxos perguntou para Luffy, depois de encontrá-lo ainda dentro do barril, no meio da floresta — Fomos jogados bem longe, hein?

– Há, há, há, há!!! — Luffy parecia estar se divertindo com aquela situação — Eu tô bem sim! Foi só um susto. Eu me chamo Luffy… Mas que lugar é este?

– A Alvida-sama, a Pirata da Clava de Ferro, usa esta ilha para ancorar o navio dela… E eu sou o faz-tudo dela. Meu nome é Koby.

– Hmm… Ah, tá. Não que isso faça alguma diferença para mim… — Luffy disse com a maior tranqüilidade enquanto saia de dentro do barril — A propósito, você não teria um barco para me emprestar? Eu perdi o meu num redemoinho.

– R… Redemoinho!!! — Koby disse enquanto levantava as sobrancelhas de espanto — Você sobreviveu a um redemoinho?!

– Pois é. Você não sabe o baita susto que eu levei. — Luffy respondeu enquanto soltava um suspiro por ter se lembrado da situação.

Susto? Você podia ter morrido… — Koby retrucou espantado — Bom, eu tenho um barco, mas…

– O que é isso? — Luffy perguntou enquanto olhava desanimado para um projeto de barco, feito com inúmeras tábuas remendadas — Um caixão?

– Não parece, mas é um barco… — um envergonhado Koby respondeu — Eu mesmo o montei… Demorei dois anos inteiros…

– Dois anos? — Luffy respondeu — Tudo isso? E você não vai usar ele?

– Não… Não vou. Comecei a construir esse barco pensando em fugir daqui… Mas eu nunca vou ter coragem pra isso… O meu destino é ser um faz-tudo pro resto da vida. — um conformado Koby relatou — Apesar de que… Tem algo que eu gostaria muito de fazer…

– Ué? Então pega isso e foge! — Luffy disse pensando na solução mais óbvia.

I… Impossível! Não, não! Só de pensar na Alvida-sama me capturando, minhas pernas tremem!! Eu morro de medo!! — Enquanto falava, Koby balançava a cabeça, como se tentasse se livrar daquele pensamento — Sim… Meu destino foi selado naquele dia em que eu sai pra pescar e tive o azar de entrar por engano, em um navio pirata!! — Koby relatou — Desde então, eles me obrigam a trabalhar como navegador e faz-tudo… Isso, se eu quiser sobreviver…

– Caramba, como você é burro e azarado, hein? — Luffy disse honestamente — Ainda por cima, parece que você não tem um pingo de fibra… Acho que não gosto do seu jeito, não. Há, há, há!

– Não precisava jogar na cara também… — Koby respondeu completamente deprimido — Mas tem razão… Se eu pelo menos tivesse coragem de entrar em um barril e sair boiando pelo mar afora… Mas e você, Luffy-san? Por que se aventurou no mar?

– Hi, hi! Eu pretendo… — Luffy começou a falar, mas não sem antes abrir um grande sorriso — Ser o Rei dos Piratas!!!

– Hã… R… Rei? Reis dos Piratas? Mas esse é o título reservado para aquele que conseguir conquistar tudo nesse mundo!!! — Koby estava completamente atônito, simplesmente não acreditava no que aquele garoto um pouco mais velho que ele estava falando — E isso significa que você precisaria encontrar o grande tesouro… O símbolo único de riqueza, fama e poder… O “One Piece”!!! Isso é arriscado! Você pode morrer!! — Koby continuou — Todos os piratas do mundo estão atrás desse tesouro!

Enquanto o faz-tudo se mostrava completamente nervoso com aquela declaração, Luffy estava sentado tranquilamente na borda do pequeno barquinho de fuga.

Assim como eu. — o pirata respondeu calmamente.

Não, não! Isso é impossível!! — cada vez Koby ficava mais incrédulo — Não, não, não! Isso é absolutamente impossível!! Tentar ser o Rei dos Piratas, justo na grande era dos piratas?! Isso é absolutamente impossí… Argh!!! — Então Koby caiu no chão. Segurava a cabeça com as duas mãos, e já era possível ver um pequeno “galo”em sua testa — Ei, P… Porque você me bateu?

– Porque me deu vontade! — Luffy respondeu com cara de emburrado — Você tava me enchendo o saco com esse papo de não dá, não dá.

Mas tudo bem… Eu já estou acostumado… — Koby falou conformado, enquanto se levantava.

– Se você quer saber, a morte não me assusta! — Luffy falou enquanto levava uma de suas mãos ao seu chapéu de palha — Eu já decidi o que quero ser. — Tirou o chapéu e pousou os olhos nele antes de continuar — E não me importo de morrer lutando para conseguir chegar lá.

– Não tem medo de morrer?! — Koby pensou espantado — Que determinação!!

– É que eu acho que consigo chegar lá, sabe? — Luffy encostou o chapéu junto ao peito — Será que é tão difícil assim? — Refletiu Luffy.

Nunca tinha pensado dessa forma… — Koby começou a lacrimejar — Será que eu consigo também…? Com essa determinação… Será que eu consigo entrar… P… Para a marinha?

– Hã? O quê? — Luffy questionou, enquanto colocava o chapéu de volta na cabeça — Marinha?

– Eu sei que seríamos inimigos… Mas entrar para a marinha, exercer um cargo importante e capturar criminosos… — Koby desabafava enquanto lágrimas corriam pelo seu rosto — É o meu maior sonho desde pequeno!!! Será que eu consigo Luffy-san?!

Eu sei lá. — Luffy respondeu, até um pouco surpreso com a recente reação do garoto baixinho e de óculos.

– Não, eu tenho que conseguir!!! — Koby continuou traçando seus futuros objetivos em voz alta –Em vez de desperdiçar a minha vida aqui como um faz-tudo, eu prefiro arriscar o meu pescoço e fugir pra entrar na marinha!! E, um dia, vou prender a Alvida-sama… Não! A pirata Alvida!!!

– Vai prender quem, Koby? — Finalmente, a pirata da clava de ferro havia achado o traidor e o intruso. E ao surgir na clareira onde os dois estavam, Alvida já chegou desferindo golpes a ermo.

Meu barco…! — Koby exclamou ao ver o fruto de dois anos de seu trabalho, ser esmagado por uma das pancadas da pirata.

Pensou mesmo que ia escapar de mim?! — Alvida desafiou Koby, ao perceber o que acabara de destruir — E esse ai? É o caçador de recompensas que você contratou para acabar comigo? — Falou apontando sua clava para Luffy — Se bem que ele não me parece o Roronoa Zoro. — Disse com desdém — Mas agora eu vou perguntar pela última vez, e talvez eu ainda te mantenha vivo… Quem é a mais bela destes mares? Hein Koby?!

– Eh, He, He, He, He… Mas é claro que… — Koby começou a falar, voltando a suar de medo.

Quem é essa ogra velha? — Luffy apontava para a pirata e interrompeu Koby antes que ele pudesse concluir.

Ao ouvirem isso Koby, Alvida e todos os outros tripulantes que há essa hora já haviam se reunido ali, ficaram em estado de choque. Era simplesmente inconcebível alguém falar isso para Alvida, A Pirata da Clava de Ferro.

Luffy-san!! Retire já o que disse! — Koby começou a falar desesperadamente — Neste mares, não há mulher mais… Mais… — foi então que começou a gaguejar enquanto se lembrava, subitamente, de tudo que o garoto com chapéu de palha havia falado. — Mais… Mais… — Ele queria ser o Rei dos Piratas, e não tinha nenhum pouco de medo de morrer enquanto lutasse pelos seus sonhos. Koby o admirava — Mais ogra e puta do que ela!!! — Finalmente o garoto reuniu coragem e desabafou gritando o mais alto que podia.

Seu moleque de merda!! — berrou Alvida, que já estava quase explodindo de tanto ódio, enquanto caminhava ameaçadoramente, em direção aos dois garotos.

– Ah! Há! Há! Há! Há! Há! Há! — Luffy gargalhou copiosamente vendo toda aquela cena.

– Não me arrependo! Não me arrependo!! — Koby pensava em voz alta, enquanto via Alvida se aproximar com sua clava erguida — Eu consegui dizer! — Então começou a chorar, num misto de felicidade e medo por sua morte eminente — Eu lutei pelos meus sonhos! Eu lutei!!

– Mandou bem Koby! — Luffy disse ainda rindo — Agora se afasta! — E então empurrou o garoto para longe do alcance de Alvida, que já se preparava para o seu golpe mortal.

Da na mesma seu moleque de merda! — Alvida esbravejou ao erguer a clava acima de sua cabeça — Nenhum dos dois vai sair vivo daqui hoje!!! — gritou mais uma vez, enquanto desferia com a potência das duas mãos, aquele que talvez tenha sido o golpe mais forte que jamais dera.

Luffy não se desviou do golpe e clava acertou em cheio a sua cabeça, bem em cima de seu chapéu de palha.

Todos esperavam que ele estivesse morto.

Ah! Há! Há! Há! Isso não me afeta! — Mas então, Luffy riu mais uma vez — Porque eu sou de borracha!

– N… Não pode ser!!! — Disse Alvida, se sentido com medo pela primeira vez na vida — Mas eu te atingi com a minha clava de ferro!

– Gomu-Gomu-no… — Luffy começou ao falar enquanto se colocava em postura de luta, pronto para acabar com aquela confusão toda — Pistol!

– O quê?! — Foi tudo que a pirata conseguiu falar, antes de ser atingida com o potente soco de Luffy, no meio de sua cara.

Com o golpe, Luffy fez seu braço se esticar por alguns metros, arremessando Alvida contra as árvores da borda da clareira aonde eles se encontravam.

Ao cair no chão, A Pirata da Clava de Ferro, foi rodeada pelos seus subordinados, que constataram que ela estava sem sentidos. E permaneceria assim por muitas horas…

– O braço… O braço dele esticou… — Algum dos piratas falou, em estado de choque.

– Alvida-sama! — Um outro pirata gritou, tentando reanimá-la — A capitã foi derrotada! Não é possível! Esse moleque é um monstro!

Ei! — Luffy interrompeu os piratas. Pela primeira vez no dia, sua expressão era séria — Vocês devem um barco pro Koby! — disse enquanto apontava um dedo, ameaçadoramente para eles — Ele disse que quer entrar para a marinha. Por isso, deixem ele ir em paz. Entenderam?

– S… Sim senhor! — Os piratas responderam, paralisados de medo.

Vendo que tinha sido entendido e que não teria mais problemas, Luffy voltou a rir. E Koby, a chorar. Dessa vez de felicidade.

Algum tempo depois, os dois garotos já estavam conversando amistosamente em um pequeno barquinho a vela, a alguns quilômetros de distância do navio da Pirata da Clava de Ferro.

Então, você comeu a gomu-gomu-no-mi… Isso é incrível! Mas, Luffy-san… Você sabe que ir atrás do One Piece… — Koby comentou com um pouco de tensão em sua voz — Significa ter que viajar pela Grand Line? A Grande Rota, não sabe?

– Aham! — Luffy disse simplesmente.

- Sabe também que aquela rota é tão perigosa que tem o apelido de “cemitério dos piratas”? –Koby continuou.

– Eu sei. Por isso que eu vou precisar de bons companheiros… — o pirata respondeu tranquilamente — Como esse cara, que você disse que está preso lá na base da marinha pra onde você está indo.

– Ah… Você tá falando do Roronoa Zoro? — Koby se lembrou.

– É! Se ele for legal, eu tava pensando em convidá-lo para vir comigo! — Luffy respondeu sorrindo.

Hããã?! De novo você com essas loucuras!!! — Koby falou exasperado — É impossível! Não, não, não! Dizem que ele mais parece uma fera demoníaca!!

– Fera demoníaca é? — Luffy comentou com interesse — Quem disse? Você não o conhece.

– Roronoa Zoro é um sujeito terrível, mais conhecido com o “Caça-Piratas”! — Koby continuou tentando dissuadir Luffy — Dizem que ele é como um cão sedento por sangue… Que atravessa os mares farejando cabeças a prêmio! As pessoas o chamam de fera demoníaca em forma humana! Por isso, desista dessa idéia maluca de torná-lo seu companheiro… Chamar um cara desses pra ir com você é loucura!

– Hmmm… — Luffy ponderou — Não, eu ainda não decidi isso. Eu disse que se ele for legal…

– Se ele fosse legal, não estaria preso né?!! — Koby insistiu novamente.

E assim, o pequeno barquinho avança em direção a uma das bases da marinha. Dentro dele, um aspirante a pirata e outro a marinheiro.

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