A Cidadania e os Direitos Humanos como temas no universo escolar
O projeto Cidadania para todos, desenvolvido pelo Departamento de Ciências Jurídicas e Sociais Universidade, adota práticas alternativas para propor reflexões com alunos e professores, buscando maior protagonismo e compreensão da sociedade a partir da perspectiva cidadã.
Violência, Direitos Humanos, cidadania. Temas que todos os dias estão no noticiário nacional, nas ruas, nas casas. E, mesmo que a gente não se dê conta, ou mesmo esqueça na correria cotidiana, são temas importantes. Por isso, a UNIJUÍ leva, para sala de aula, essa conversa, por meio do projeto de Extensão Cidadania para Todos. Os cursos de Direito e Psicologia dialogam com alunos e professores, propondo práticas e reflexões que demonstram a importância do protagonismo e da participação de todos no processo de construção dos direitos e de pacificação da sociedade.
Nas escolas, os acadêmicos realizam oficinas temáticas visando a educação para a cidadania e para os direitos humanos. O grande objetivo do projeto é levar a esses alunos um conjunto de reflexões, de cidadania e protagonismo dos sujeitos.
A professora Ester Eliana Hauser, coordenadora do projeto, salienta que são tratados temas relevantes do cotidiano desses estudantes. “O que a gente pretende não é simplesmente levar informações. Mas criar condições para que o público possa pensar as questões dos Direitos Humanos e o exercício da cidadania como protagonistas de suas histórias pessoais e coletivas”.
São trabalhados, então, temas como: violência escolar, familiar e de gênero, a inserção de jovens no mercado de trabalho, direitos e garantias previdenciárias, direitos da criança e do adolescente, direitos humanos em geral, com o uso de metodologias participativas, que tem a arte, a música, o cinema e os círculos como estratégias de trabalho.
Wagner, estudante do 6ª ano da Escola Emil Glitz, de Ijuí, fala do seu aprendizado com o projeto. “Eu aprendi que temos que respeitar as diferenças dos outros. Aprendemos sobre violência, que não podemos bater nos outros. Temos que respeitar os outros’’, observa.
E o aprendizado não se dá só para os estudantes, tem professor percebendo diversas mudanças a partir da atuação do projeto: “em relação ao início do ano, era a turma problema, uma turma grande, com alunos repetentes e com dificuldades de aprendizagem. Hoje essa turma não é mais a turma problema, então alguma coisa está acontecendo com eles’’ comenta a professora Márcia Roselí Ceretta Flores.
Com a preocupação de levar o debate a toda a comunidade escolar, os professores também participam das atividades e realizam oficinas. O objetivo aqui é justamente capacitá-los para as discussões dos temas propostos dentro de sala de aula.
Além dessa faixa etária, o projeto também acolhe alunos da Educação de Jovens e Adultos da Escola Chico Mendes, de Ijuí. Nesse desafio, os acadêmicos do curso de Direto, tem contato com um público onde a idade, em alguns casos, ultrapassa os 50 anos.
Para manter a comunidade estimulada pelo projeto também é organizado o Dia da Cidadania. Realizado uma vez por ano na Escola, esse dia é reservado para a comunidade participar. Outros projetos de extensão da universidade são convidados a participar, como por exemplo, da área da saúde, colocando-se em discussão os direitos fundamentais dos cidadãos.
Para a bolsista Carine Casagrande, o projeto também beneficia os acadêmicos que atuam como bolsistas e voluntários ‘’Esse é um trabalho em que a gente não só leva o conhecimento. A gente aprende muito com eles também’’, comenta. É possível transformar pessoas e o universo onde elas estão inseridas de forma didática e colaborativa. Nesse caso, tanto de um lado, quanto o de outro.
Com a coordenadoria da professora Ester Eliana Hausen, o projeto conta com o apoio e participação dos professores, Joaquim Gatto, Jóice Nielsson, Lurdes Grossmann, Maiquel Dezordi, Mateus Fornasier, Nelci Meneguzzi, Solange dos Santos Silva, Sonia Fengler e Marcelo Loeblein.