Produção Leiteira em foco na Universidade: pesquisas para agregar qualidade ao Leite

UNIJUÍ
3 min readJun 22, 2016

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Desenvolvido pela Unijuí, o Projeto “Perfil Microbiológico do Leite Bovino” busca traçar o perfil das bactérias que estão presentes na produção leiteira de Ijuí e região.

Quando o assunto é produtividade leiteira, o Rio Grande do Sul é um dos principais produtores do país. Em 2015, a produção do Estado chegou a 4,6 bilhões de litros de leite, fator que contribui para a economia de grandes e pequenos produtores de leite do Estado. E, para que a produção mantenha a posição no cenário nacional com um produto de qualidade, o cuidado precisa ser constante.

Aliado aos produtores, o Curso de Medicina Veterinária da Unijuí desenvolve, desde 2012, o Projeto de Pesquisa “Perfil Microbiológico do Leite Bovino”. A pesquisa busca identificar bactérias que estão presentes na região, traçar seu Perfil Microbiológico e testar medicamentos para saber qual deles vai agir de forma eficaz contra essas bactérias, processo chamado de Teste de Sensibilidade.

O processo consiste em determinar quais bactérias estão presentes nas amostras de leite. Segundo a professora Luciane Ribeiro Viana Martins, coordenadora do projeto, as bactérias podem ter sua presença nas amostras e algumas características alteradas diante de alguns fatores, como o clima. Com isso, uma bactéria que circula na região central do país, pode ser da mesma espécie de uma bactéria da região sul, por exemplo, porém, devido à diferença climática, as características de cada uma vão ser diferentes.

A análise e identificação desse perfil é importante para que o produtor saiba qual o melhor manejo a ser utilizado. “Os dados são justamente para a gente conseguir dizer para o produtor o que está acontecendo na região, qual a bactéria que está circulando e a partir disso dar orientações de qual o melhor manejo para ser utilizado com o animal’’.

As análises são realizadas a partir de amostras que são enviadas ao Laboratório para diagnóstico, oriundos de 13 municípios da região de Ijuí. Desde o início dos trabalhos já foram analisadas cerca de 500 amostras de leite. Até aqui, a bactéria predominante é a Staphylococcus aureus, principal causadora da Mastite Bovina.

Esses resultados foram obtidos através das análises realizadas no Laboratório Veterinário da Unijuí. A professora Luciane Ribeiro Viana Martins explica que, quando é recebida a amostra do produtor, o primeiro passo é fazer a semeadura no meio de cultura para identificar as bactérias presentes no leite.

O próximo passo é fazer a identificação bioquímica delas, depois disso é que acontece o teste de sensibilidade. As bactérias são expostas a certos medicamentos para analisar o seu comportamento diante de cada um. Assim, o produtor vai saber qual bactéria está presente na sua produção e como eliminá-la da forma correta.

Segundo a professora, isso é importante para que o produtor não tenha prejuízos com medicamentos ineficazes. ‘’Essa identificação e essas informações servem para melhorar o manejo do produtor que está tratando a sua vaca para que não tenha muito prejuízo, colocando medicamento fora, usando remédio que não funciona, prejudicando a saúde do animal, contaminando o leite que vai para a indústria, baixando o rendimento e qualidade do produto’’.

Para a comunidade os benefícios são ainda maiores, já que a contaminação por bactérias no leite pode ser prejudicial aos humanos.“Isso é muito importante, pois muitas dessas bactérias que contaminam o leite podem causar problemas de saúde (intoxicações) em quem for tomar esse leite’’.

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