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Tropa de Elite — Uma Análise Pessoal

O Realismo Brutal de Um Dos Maiores Títulos do Brasil e do Mundo

George Dmitry Reul Gilligan
24 min readJun 29, 2024

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“Tropa de Elite” é um filme brasileiro dirigido por José Padilha, lançado em 2007. A trama se passa no Rio de Janeiro e acompanha o cotidiano dos policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), uma unidade de elite da Polícia Militar. O protagonista, Capitão Nascimento, interpretado por Wagner Moura, enfrenta desafios intensos na luta contra o tráfico de drogas e a corrupção, tanto nas ruas quanto dentro da própria corporação. O filme foi aclamado pela crítica e gerou intensos debates sobre violência policial, corrupção e as condições sociais nas favelas brasileiras, tornando-se um marco no cinema nacional.

No entanto, a obra vai além da violência e da corrupção, mergulhando profundamente nas vidas pessoais dos policiais, tanto do BOPE quanto da polícia convencional.

A trama segue a jornada do Capitão Nascimento, interpretado por Wagner Moura, que, além de enfrentar o crime, lida com o nascimento de seu filho e o colapso de seu casamento. Sua luta para conciliar a vida pessoal com a pressão extrema de seu trabalho revela a tensão constante e os sacrifícios pessoais que acompanham a carreira policial.

Paralelamente, acompanhamos Mathias, um policial que tenta equilibrar sua vida acadêmica como um estudante de direito penal em uma universidade publica com as exigências da força policial. Seu esforço para estudar em uma universidade pública mostra o contraste entre sua aspiração por um futuro melhor e a brutal realidade de seu trabalho diário.

Neto, outro personagem central, busca realizar seu sonho de ser um policial exemplar, enfrentando desafios que testam sua integridade e determinação. Sua trajetória ilustra a luta interna entre os ideais e a dura realidade do que se transformou o combate ao crime.

“Tropa de Elite” também se aprofunda em outro lado pessoal da vida do Capitão Nascimento, mostrando as intensas pressões diárias que ele enfrenta. Além de combater o crime, Nascimento lida com um colapso emocional que o leva a buscar ajuda profissional. Suas visitas ao médico são retratadas de forma realista, destacando a luta interna de um homem que tenta manter sua sanidade em meio ao caos de seu trabalho. Essas cenas revelam a vulnerabilidade de Nascimento e o impacto profundo que sua profissão tem sobre sua saúde mental e física, proporcionando uma visão mais humana e complexa de um policial que, apesar de sua força exterior, enfrenta grandes desafios pessoais.

Mas enfim, vamos começar a abordar tópico por tópico. Como na primeira vez que escrevi um texto sobre um filme, este pode parecer um pouco confuso e não tão bem estruturado porque há muito que quero falar e não consigo encontrar uma forma prática e organizada de conciliar todos os assuntos. Aliás, se você tiver interesse, dê uma olhada no meu primeiro artigo sobre um filme clicando aqui. Nele, falo sobre o filme “O Mundo Depois de Nós”.

A Ascensão de Neto e André Mathias e a Transformação do Capitão Nascimento

O filme começa com o que era para ser o foco principal da história: a trajetória de Neto e André Mathias, dois policiais militares determinados a fazer a diferença na corporação e na cidade que amam, o Rio de Janeiro. O enredo inicial seguia esses dois personagens em sua ascensão de simples policiais militares a oficiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais, o BOPE.

Conforme indicado em entrevistas com os criadores do filme, essa perspectiva original está correta. O roteiro inicialmente planejava abordar a história de Neto e Mathias, destacando suas experiências e desafios dentro da força policial. A intenção era trazer o foco para suas próprias histórias e mostrar como esses dois homens se esforçavam para combater a criminalidade e a corrupção em uma cidade marcada pela violência.

No entanto, à medida que o filme avançava, tornou-se claro que o personagem interpretado por Wagner Moura, o icônico Capitão Nascimento, deveria se tornar a estrela do filme. Capitão Nascimento é um dos capitães do BOPE, responsável tanto pelas operações nos morros do Rio de Janeiro quanto pela formação e graduação de novos recrutas dentro do batalhão. Sua presença poderosa e complexa rapidamente capturou a atenção do público e dos criadores, transformando-o no protagonista central da narrativa.

Nascimento lida com as operações nos morros com uma combinação de rigidez, estratégia e uma compreensão profunda dos desafios enfrentados pelas comunidades e pela polícia. Ao mesmo tempo, ele enfrenta seus próprios demônios pessoais, incluindo a pressão constante de seu trabalho e as tensões em sua vida familiar. A transição do foco narrativo para Nascimento permitiu ao filme explorar de maneira mais profunda e impactante as complexidades da vida policial, a ética da aplicação da lei e os sacrifícios pessoais envolvidos na famosa luta contra o crime.

A evolução do filme de uma história centrada em Neto e Mathias para uma narrativa dominada pelo Capitão Nascimento não diminui a importância dos dois policiais, mas sim, enriquece a trama ao adicionar camadas de complexidade e humanidade. A jornada de Nascimento e sua influência sobre os novos recrutas do BOPE fornecem um contexto mais amplo e dramático para os desafios enfrentados por Neto e Mathias, realçando a temática de dedicação e sacrifício que permeia o filme.

O Filme: Uma Verdade Incômoda?

O filme se inicia com os dois policiais militares Mathias e Neto subindo o morro, acompanhados pela narração de Capitão Nascimento. Antes mesmo de entendermos completamente o filme ou captarmos qualquer informação, já nos primeiros segundos, somos impactados por uma das frases mais poderosas que poderiam ter sido ditas em um filme que se tornou um sucesso internacional: “É verdade que a paz dessa cidade depende de um equilíbrio delicado entre a munição dos bandidos e a corrupção dos policiais… Honestidade não faz parte do jogo.”

Essa sentença inicial, proferida por Capitão Nascimento, estabelece o tom do filme e desbanca qualquer narrativa, conceito ou falso conhecimento sobre o envolvimento da polícia na perpetuação do crime. E na minha opinião já desbanca de forma subliminar qualquer possibilidade de chamar o filme de fascista.

Ao longo de todo o filme, a narração de Nascimento serve como um guia brutalmente honesto para o espectador, destacando a corrupção institucionalizada que infecta tanto a polícia quanto o sistema como um todo.

“Tropa de Elite” não apenas desmistifica a imagem heroica da polícia, mas também força o público a confrontar a dura realidade de um sistema que perpetua o crime através da corrupção. A frase de Nascimento no início do filme é um prenúncio do que está por vir — uma exploração implacável e sem censura de como a corrupção está enraizada na estrutura da sociedade e como ela alimenta o ciclo contínuo de violência.

Ao estabelecer essa verdade desde os primeiros momentos, “Tropa de Elite” prepara o terreno para uma narrativa poderosa e perturbadora que desafia as percepções tradicionais sobre a polícia e o crime. O filme se posiciona como uma crítica feroz e necessária, expondo as falhas de um sistema que deveria proteger, mas que muitas vezes contribui para a perpetuação do caos e da desordem.

À medida que “Tropa de Elite” avança, essa crítica feroz e necessária se desdobra em várias camadas, revelando não apenas a corrupção dos policiais, mas também a complexidade e a moralidade ambígua que definem suas ações. O Capitão Nascimento, interpretado de forma brilhante por Wagner Moura, torna-se o fio condutor dessa narrativa, guiando o público através das operações nos morros do Rio de Janeiro e das intricadas dinâmicas de poder dentro do sistema.

Mathias e Neto, os jovens policiais inicialmente cheios de idealismo e determinação, são confrontados com uma realidade brutal onde suas aspirações de justiça são constantemente desafiadas pela corrupção endêmica. Eles são forçados a navegar por um sistema onde fazer a coisa certa frequentemente entra em conflito com a necessidade de sobrevivência e lealdade institucional. A jornada desses dois personagens reflete a desilusão de muitos policiais que entram na força com boas intenções, apenas para descobrir que a honestidade, como Nascimento tão brutalmente declara, não faz parte do jogo.

A narração de Nascimento não apenas contextualiza a corrupção, mas também humaniza os policiais que, apesar de suas falhas, estão presos em um ciclo de violência e corrupção que parece inescapável. Ele lida com a pressão esmagadora de liderar operações perigosas enquanto tenta manter a integridade moral em um ambiente que constantemente a compromete. Suas reflexões oferecem uma visão interna do desgaste emocional e psicológico que acompanha a vida no BOPE, onde a linha entre o certo e o errado é frequentemente borrada.

A Humanidade por Trás da Farda

Sem dúvidas, “Tropa de Elite”, em uma de suas várias facetas, mostra um lado da polícia que muitos resolveram esquecer: que ainda há policiais bons e que, como nós, eles também são humanos além da farda. O filme destaca a integridade e o sacrifício de personagens como o Capitão Nascimento, Mathias e Neto, que lutam para fazer a diferença em um ambiente dominado pela violência e corrupção. Suas histórias pessoais revelam seus sonhos, medos e conflitos, humanizando-os e mostrando que, por trás da farda, existem indivíduos dedicados e comprometidos com a justiça, enfrentando diariamente as mesmas pressões e dilemas que qualquer pessoa comum. “Tropa de Elite” lembra ao público que a bondade e a humanidade persistem mesmo nos contextos mais adversos, retratando muitos policiais que, apesar de suas falhas e desafios, continuam a lutar pelo que é certo.

Capitão Nascimento, interpretado por Wagner Moura, é o centro dessa narrativa humana. Além de combater o crime com rigor e eficiência, Nascimento enfrenta desafios pessoais significativos, como o nascimento de seu filho e o colapso de seu casamento, tentando manter sua sanidade em meio ao caos. Suas visitas ao médico são retratadas de forma realista, mostrando o impacto mental e físico que sua carreira tem sobre ele. Essas cenas destacam a vulnerabilidade de Nascimento e proporcionam uma visão mais humana e complexa de um policial que, apesar de sua força exterior, enfrenta grandes desafios pessoais.

Paralelamente, o filme acompanha a vida de Mathias, um policial que tenta equilibrar sua vida acadêmica com as exigências da força policial. Seu esforço para estudar em uma universidade pública mostra o contraste entre sua aspiração por um futuro melhor e a brutal realidade de seu trabalho diário. Mathias representa a esperança e a busca por um ideal, mesmo em um ambiente adverso. Sua trajetória ilustra a luta interna entre os ideais e a dura realidade do combate ao crime, reforçando a ideia de que ainda existem policiais comprometidos com a justiça e o bem-estar da sociedade.

Neto, outro personagem central, busca realizar seu sonho de ser um policial exemplar, enfrentando desafios que testam sua integridade e determinação. Sua trajetória mostra a luta constante para manter-se fiel aos seus valores e ideais, mesmo quando confrontado com a corrupção e a violência. Neto personifica a perseverança e o desejo de fazer a diferença, representando os muitos policiais que, apesar das adversidades, continuam a lutar pelo que é certo.

Dessa forma, “Tropa de Elite” não apenas retrata a brutalidade e a corrupção no combate ao crime, mas também oferece uma narrativa rica e complexa sobre os dilemas pessoais e a humanidade dos policiais. Ao humanizar esses personagens, o filme lembra ao público que a bondade e a humanidade persistem mesmo nos contextos mais adversos. “Tropa de Elite” destaca que, por trás das fardas e armas, existem homens e mulheres dedicados, enfrentando diariamente as mesmas pressões e dilemas que qualquer pessoa comum, reforçando a importância de reconhecer e valorizar os bons policiais que continuam a lutar pela justiça e a segurança da sociedade.

A Dualidade da Justiça?

O filme não apenas revela a humanidade por trás da farda, mas também aborda a complexa dualidade das ações policiais. Em um ambiente onde o crime é sujo e a violência é uma constante, muitos policiais se veem forçados a adotar métodos brutais para cumprir seu dever. O filme mostra que, embora essas ações sejam feitas em nome da justiça, elas nem sempre representam o que é moralmente correto.

Os personagens de “Tropa de Elite” são frequentemente confrontados com dilemas éticos, onde a linha entre o certo e o errado se torna nebulosa. O Capitão Nascimento, por exemplo, é um homem dedicado e comprometido com a erradicação do crime, mas seus métodos são frequentemente extremos. A justificativa de que é necessário combater fogo com fogo, ou sujeira com sujeira, revela uma faceta perturbadora da aplicação da lei.

Essa abordagem implacável, embora eficaz em alguns aspectos, traz à tona a questão da moralidade das ações policiais. A brutalidade e a falta de compaixão por vezes exibidas pelos policiais do BOPE são justificadas pelo ambiente de guerra em que operam. No entanto, para muitos espectadores, é difícil ou impossível aceitar essa lógica. O filme força o público a questionar se o fim justifica os meios e se a justiça pode realmente ser alcançada através da violência.

“Tropa de Elite” expõe a complexidade das operações policiais em um ambiente dominado pelo crime, mostrando que, mesmo aqueles que buscam fazer o “correto”, podem acabar traindo os próprios princípios que juraram defender. A postura implacável e as ações violentas dos policiais refletem uma realidade desconfortável: que a luta contra o crime, tal como é retratada no filme, muitas vezes degrada os próprios valores de humanidade e justiça que a farda deveria simbolizar.

A Exposição Sem Filtros da Corrupção

“Tropa de Elite” se destaca como um dos poucos filmes que aborda com extrema clareza e brutalidade a corrupção endêmica tanto no Estado quanto na polícia. Ao contrário de muitas produções que tratam esses temas de maneira superficial ou simbólica, “Tropa de Elite” mergulha fundo nas entranhas da corrupção, revelando suas ramificações e impactos devastadores sem qualquer filtro ou censura.

O filme desenha um retrato sombrio e realista de um sistema onde a corrupção é quase institucionalizada. Desde os altos escalões do governo até os níveis mais baixos da polícia, “Tropa de Elite” mostra como a corrupção se infiltra em todas as esferas, corroendo a confiança pública e a integridade das instituições. Através dos olhos do Capitão Nascimento e seus colegas do BOPE, o público é levado a ver como as práticas corruptas minam os esforços de combate ao crime, criando um ciclo vicioso que perpetua a violência e a injustiça.

Uma das facetas mais impactantes do filme é a representação da corrupção policial. “Tropa de Elite” não poupa detalhes ao mostrar policiais que aceitam subornos, fazem acordos com traficantes e utilizam seus cargos para ganho pessoal. Essa exposição crua desafia o público a confrontar a dura realidade de que muitos daqueles encarregados de proteger a sociedade se tornam parte do problema. No entanto, o filme também se compromete a dar voz aos policiais não corruptos, oferecendo-lhes um motivo de orgulho ao mesmo tempo que retira dos corruptos qualquer possibilidade de exaltação.

Ao dar destaque a esses policiais honrados, o filme oferece uma fonte de orgulho para os agentes da lei que resistem à corrupção. Ele mostra que, mesmo em um sistema corrupto, existem indivíduos que se dedicam a fazer o que é certo, muitas vezes a um grande custo pessoal. A trajetória de Nascimento, por exemplo, é uma prova de que a luta pela justiça pode ser árdua, mas é possível manter a integridade mesmo nas circunstâncias mais adversas.

Por outro lado, “Tropa de Elite” tira qualquer possibilidade de exaltação dos policiais corruptos. Ao expor suas ações e motivações de maneira tão clara e direta, o filme desmantela qualquer fachada de honra que esses indivíduos possam tentar manter. Eles são apresentados como traidores de sua própria farda e da confiança pública, sem espaço para justificativas ou redenção.

O Filme que se Tornou Ícone Entre Policiais, Defensores da Lei e “Defensores da Lei”

“Tropa de Elite” rapidamente se tornou uma febre no Brasil após seu lançamento em 2007. O filme capturou a atenção do público com sua representação crua e realista da guerra contra o tráfico de drogas e a corrupção no Rio de Janeiro. Sua abordagem sem filtros e a profundidade com que explora os desafios enfrentados pelas forças policiais ressoaram profundamente, especialmente entre policiais, militares e o público que apoia a polícia.

A figura do Capitão Nascimento, interpretada por Wagner Moura, tornou-se um ícone de integridade e determinação no combate ao crime. Sua postura inflexível contra a corrupção e sua dedicação à justiça fizeram dele um herói não apenas na tela, mas também na vida real. Muitos policiais e militares viram em Nascimento um reflexo de suas próprias lutas e aspirações, adotando o filme como uma bandeira de orgulho profissional e pessoal.

O impacto de “Tropa de Elite” foi além das telas de cinema. Policiais e membros das forças de segurança começaram a citar o filme e seus personagens em discursos e treinamentos, usando-o como exemplo de coragem e compromisso com a lei. Frases e cenas icônicas tornaram-se parte do vocabulário cotidiano, servindo como motivação e inspiração para aqueles que estão na linha de frente do combate ao crime.

Para o público em geral que apoia a polícia, “Tropa de Elite” ofereceu uma visão empática e respeitosa dos desafios enfrentados pelos agentes da lei. A brutalidade e a corrupção expostas no filme foram vistas como realidades a serem combatidas, reforçando a necessidade de apoiar policiais honestos e comprometidos. O filme ajudou a humanizar os agentes da lei, destacando que, apesar das adversidades, muitos deles continuam a lutar pela justiça e pela segurança da população.

Além disso, “Tropa de Elite” gerou um amplo debate nacional sobre segurança pública, corrupção e as condições de trabalho dos policiais. Sua popularidade ajudou a colocar esses temas na agenda pública, incentivando discussões e reflexões sobre as políticas de segurança e a necessidade de reformas sistêmicas.

Falsos Defensores da Lei

A figura do Capitão Nascimento, com sua postura inflexível e métodos duros, foi mal interpretada e usada como símbolo por aqueles que justificavam a brutalidade e a violência indiscriminada em nome da luta contra o tráfico.

Grupos extremistas e indivíduos com tendências autoritárias começaram a adotar a imagem de Nascimento, utilizando suas frases e atitudes como justificativa para ações violentas e repressivas. Esses grupos viram no Capitão Nascimento um herói que validava suas próprias práticas de violência e intolerância, distorcendo a mensagem original do filme. Eles usaram a figura do personagem para promover agendas de ódio e autoritarismo, transformando o combate ao tráfico em uma desculpa para a brutalidade e a opressão.

Essa apropriação deturpada do filme e do personagem trouxe consequências negativas, reforçando comportamentos agressivos e intolerantes em setores da sociedade. Ao celebrar a violência como solução para o crime, esses indivíduos ignoraram as complexidades e dilemas morais apresentados em “Tropa de Elite”, simplificando a narrativa para justificar seus próprios atos de crueldade.

No entanto, essa apropriação equivocada encontrou seu revés no segundo filme da série, “Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro”. Nesta continuação, José Padilha expande a narrativa para mostrar que a verdadeira luta não é apenas contra o tráfico, mas contra um sistema profundamente corrupto e comprometido desde suas raízes. O filme desmascara a hipocrisia daqueles que usam a violência para justificar o combate ao crime, revelando que a verdadeira ameaça vem de dentro do próprio sistema que deveria proteger a sociedade.

Os grupos que adotaram a imagem do Capitão Nascimento para promover suas agendas violentas e fascistas foram surpreendidos pela sequência, que os expôs e criticou diretamente. “Tropa de Elite 2” mostrou que a corrupção e a violência institucional são os verdadeiros inimigos, engolindo e destruindo aqueles que antes se consideravam intocáveis. A continuação trouxe uma reviravolta que pegou todos esses indivíduos de surpresa, desafiando suas convicções e desmascarando suas falácias.

Mas isso, é claro, é assunto para o próximo artigo sobre o segundo filme, onde a verdadeira face da corrupção e da luta por justiça é revelada de maneira ainda mais contundente e complexa.

Políticos

Vendo no filme uma poderosa ferramenta de retórica, políticos utilizaram a imagem de Capitão Nascimento e a narrativa do combate ao tráfico como forma de exaltar suas próprias agendas e ganhar apoio popular. Eles adotaram a figura do personagem e os temas do filme em seus discursos, buscando legitimar suas ações e políticas com base na popularidade e na força evocativa da obra.

No entanto, essa apropriação revelou-se uma armadilha. Enquanto esses políticos corruptos se beneficiavam da associação com “Tropa de Elite”, a continuação do filme trouxe uma virada inesperada que os pegou de surpresa. Ao tentar usar o filme para promover suas agendas, esses indivíduos acabaram se deparando com uma crítica incisiva e contundente que desmascarou suas verdadeiras intenções e práticas.

A sequência de “Tropa de Elite” trouxe uma nova perspectiva que desafiou diretamente os discursos oportunistas e as ações desses políticos. Aqueles que exaltaram o primeiro filme em seus discursos viram sua retórica desmoronar diante da narrativa mais profunda e reveladora da continuação. O filme mostrou que a verdadeira justiça e integridade não podem ser manipuladas ou apropriadas por aqueles que, na verdade, traem os princípios que pretendem defender.

Assim, enquanto “Tropa de Elite” inicialmente ofereceu uma plataforma para discursos políticos oportunistas, a reviravolta subsequente mostrou que a verdade sempre vem à tona, desmascarando aqueles que buscam se esconder atrás de uma fachada de retidão. Mas essa reviravolta e suas consequências são temas a serem explorados em um próximo artigo, onde a complexidade da luta pela justiça é desvendada ainda mais profundamente.

A Personificação do Mal no Tráfico de Drogas em “Tropa de Elite”

Um ponto glorioso a se lembrar em “Tropa de Elite” é a personificação do mal do tráfico de drogas. O filme aborda de forma implacável a natureza brutal e destrutiva do tráfico, que muitas vezes é comparada à severidade da polícia ou do Estado como um mal menor. A sociedade frequentemente brinca com a noção do bem e do mal, colocando o tráfico em uma balança moral que, de certa forma, tenta atenuar suas atrocidades quando comparadas às ações duras da polícia.

Ao longo do filme, essa narrativa é desafiada de maneira contínua. Inicialmente, pode-se observar uma tentativa de equilibrar a violência do tráfico com a violência policial, criando uma falsa equivalência que sugere que ambos os lados são igualmente culpados. No entanto, “Tropa de Elite” se esforça para desmantelar essa ideia, expondo a verdadeira face do tráfico de drogas em sua forma mais crua e aterrorizante.

O filme não se esquiva de mostrar as atrocidades cometidas pelos traficantes, mas ao final, ele leva essa exposição a um novo patamar. O pensamento de que o tráfico pode ser visto como um mal menor desmorona completamente diante de cenas de estupro, assassinatos e a queima de pessoas vivas. Essas imagens chocantes servem para lembrar ao público que o tráfico de drogas é uma força de destruição e desumanização, que não pode ser mitigada ou justificada pela violência do Estado ou da polícia.

“Tropa de Elite” não só desmistifica a romantização do tráfico, mas também força uma reflexão profunda sobre a complexidade do combate ao crime. Ao expor a verdadeira natureza do tráfico, o filme faz um apelo contundente à sociedade para reconhecer que tanto o tráfico quanto a corrupção dentro da polícia são males que devem ser confrontados diretamente. Ambos perpetuam um ciclo de violência e sofrimento que atinge todos os aspectos da vida na cidade.

Assim, “Tropa de Elite” não apenas narra a luta implacável contra o crime, mas também desafia as percepções e moralidades simplistas que muitas vezes dominam o discurso público. Ele oferece uma visão crua e realista de uma batalha onde não há vencedores claros, apenas vítimas de um sistema corrupto e violento.

Algumas Curiosidades Sobre “Tropa de Elite”

A produção de “Tropa de Elite” envolveu um intenso e detalhado processo de preparação para garantir a autenticidade e o realismo das cenas, especialmente aquelas que retratam o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE). Uma das principais curiosidades sobre o filme é o rigoroso treinamento pelo qual passaram os atores que interpretaram os policiais do BOPE.

Os atores foram submetidos a um treinamento especial conduzido pelos próprios membros do BOPE. Este treinamento não foi apenas físico, mas também psicológico, com o objetivo de imergir completamente os atores na realidade brutal e intensa vivida pelos policiais de elite. Eles aprenderam técnicas de combate, táticas de operação e a disciplina rígida que caracteriza o BOPE.

Além disso, a produção contou com o acompanhamento constante de psicólogos e treinadores especializados. Estes profissionais tinham um papel crucial em instigar nos atores sentimentos de ódio, medo e angústia, replicando as emoções extremas que os policiais do BOPE enfrentam diariamente. Essa abordagem foi essencial para que os atores pudessem entregar performances autênticas e visceralmente impactantes, que capturassem a verdadeira essência do trabalho no BOPE.

Wagner Moura, que interpretou o icônico Capitão Nascimento, destacou em várias entrevistas como esse treinamento foi fundamental para sua performance. Ele e seus colegas de elenco passaram semanas sob condições intensas, o que não só melhorou suas habilidades físicas, mas também ajudou a construir o estado mental necessário para retratar os personagens com precisão e profundidade.

Outra curiosidade interessante é que algumas cenas foram filmadas em locações reais, incluindo favelas do Rio de Janeiro, para adicionar mais realismo ao filme. A equipe teve que lidar com a logística e os riscos de filmar em áreas de alta criminalidade, o que acrescentou uma camada extra de autenticidade às cenas de ação.

A dedicação à autenticidade não parou nos treinamentos e nas locações. A produção também se preocupou em retratar com precisão o equipamento e os uniformes utilizados pelo BOPE, garantindo que cada detalhe estivesse correto. Isso envolveu a colaboração com consultores policiais que forneceram insights e orientações sobre as operações reais do BOPE.

“Tropa de Elite” não apenas capturou a realidade da vida no BOPE, mas também se tornou um marco no cinema brasileiro, em grande parte devido ao compromisso de seus atores e da equipe de produção com a autenticidade. O rigoroso treinamento e a preparação intensiva refletiram-se na tela, resultando em performances poderosas e uma representação crua e honesta da luta contra o crime no Rio de Janeiro.

Morre Wagner Moura, Nasce Capitão Nascimento

A dedicação de Wagner Moura ao papel de Capitão Nascimento em “Tropa de Elite” é um dos aspectos mais comentados e admirados da produção do filme. Para capturar a essência do personagem, Moura passou por uma transformação física e mental rigorosa que contribuiu significativamente para a intensidade e autenticidade de sua performance.

Wagner Moura perdeu 17 quilos para o papel, um esforço que exigiu uma dieta rigorosa e um regime de exercícios intensivo. A perda de peso não foi apenas uma questão estética, mas uma necessidade para representar de forma realista um oficial do BOPE, uma unidade de elite da polícia que exige alto nível de condicionamento físico de seus membros. Moura seguiu uma rotina de treinos que incluía atividades físicas pesadas, como corridas, treinamento de força e exercícios de resistência, todos supervisionados por profissionais para garantir que ele alcançasse a forma física necessária.

Além da transformação física, Moura passou por um treinamento rigoroso com membros reais do BOPE. Este treinamento incluiu:

  1. Táticas de Combate: Moura aprendeu técnicas de combate corpo a corpo e manuseio de armas, essenciais para as cenas de ação do filme. Ele treinou com policiais e consultores do BOPE que ensinaram táticas reais utilizadas nas operações.
  2. Simulações de Operações: Para entender a dinâmica de uma operação do BOPE, Moura participou de simulações de invasões a morros e favelas, onde praticou estratégias de entrada, movimentação tática e comunicação com a equipe.
  3. Disciplina e Hierarquia: Moura foi imerso na cultura do BOPE, absorvendo a disciplina militar e a rígida hierarquia que define a unidade. Ele participou de treinamentos diários que enfatizavam a obediência às ordens, a cooperação em equipe e a importância da liderança — elementos cruciais para o papel de Capitão Nascimento.

A preparação mental foi igualmente intensa. Moura trabalhou com psicólogos e treinadores especializados que o ajudaram a entrar no estado psicológico do personagem. Capitão Nascimento é um homem complexo, enfrentando a pressão constante de operações perigosas enquanto lida com a corrupção dentro da polícia e as tensões em sua vida pessoal. Para representar esses aspectos com autenticidade, Moura precisou mergulhar profundamente na psique do personagem, explorando seus medos, frustrações e motivações.

A dedicação de Wagner Moura ao papel de Capitão Nascimento não se limitou ao treinamento físico e mental. Ele também se envolveu intensamente na construção do personagem, estudando detalhadamente o comportamento e a mentalidade dos oficiais do BOPE. Moura buscou compreender o contexto social e político do Rio de Janeiro, as condições nas favelas e a dinâmica do tráfico de drogas, tudo para enriquecer sua interpretação e torná-la o mais realista possível.

Essa preparação meticulosa teve um impacto profundo na performance de Moura. Sua interpretação de Capitão Nascimento é visceral, intensa e incrivelmente autêntica. Ele conseguiu transmitir a dureza e a determinação do personagem, assim como sua vulnerabilidade e conflito interno. Moura capturou a complexidade de um homem que, apesar de sua implacável abordagem ao combate ao crime, é profundamente afetado pelas pressões e pelas realidades de seu trabalho.

A atuação de Wagner Moura em “Tropa de Elite” recebeu aclamação tanto do público quanto da crítica, solidificando sua reputação como um dos principais atores de sua geração. Sua dedicação ao papel é frequentemente citada como um exemplo de compromisso artístico e profissionalismo no cinema.

A transformação de Moura e sua interpretação poderosa contribuíram significativamente para o sucesso e o impacto duradouro de “Tropa de Elite”. Seu trabalho no filme não apenas elevou a qualidade da produção, mas também ajudou a criar um personagem icônico que continua a ressoar com o público muito depois do lançamento do filme.

O treinamento rigoroso e a preparação meticulosa não apenas transformaram Wagner Moura fisicamente, mas também o imergiram tão profundamente no papel que, de acordo com os treinadores do filme, quando ele estava no set, ele não era mais Wagner Moura — ele era um verdadeiro Capitão do BOPE. Sua dedicação ao papel foi tão intensa e autêntica que os próprios membros do BOPE e os treinadores o reconheceram como um igual, um líder natural no campo.

A preparação de Wagner Moura para o papel de Capitão Nascimento em “Tropa de Elite” foi marcada por uma transformação tão intensa que exigiu dos treinadores uma abordagem rigorosa e implacável. Moura, conhecido por sua mentalidade pacífica e postura gentil, tinha uma personalidade completamente diferente da de seu personagem. Para torná-lo crível como o implacável Capitão do BOPE, os treinadores precisaram aplicar uma pressão enorme, transformando-o em algo completamente diferente do que ele era como pessoa.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=uupfy9l3wWE

Os treinadores, incluindo Paulo Storani, um ex-oficial do BOPE, submeteram Moura a uma série de treinamentos físicos e psicológicos extremos. Eles instigaram nele uma mentalidade de guerra e uma postura autoritária, necessárias para retratar a liderança e a dureza de Nascimento. O processo foi tão intenso que em uma sessão particularmente árdua, a pressão culminou em um momento dramático: Wagner Moura, em um surto de frustração e imersão no personagem, quebrou o nariz de Paulo Storani com um soco. Este incidente não apenas destacou o nível de dedicação de Moura, mas também a eficácia do treinamento em transformá-lo completamente.

Essa transformação radical foi essencial para que Moura pudesse interpretar com autenticidade o papel de um capitão do BOPE, cuja vida é definida pela disciplina, pela dureza e pelo constante confronto com a violência. Moura conseguiu incorporar a complexidade de Nascimento, um homem endurecido pelas batalhas diárias contra o crime, mas também atormentado por suas próprias lutas internas.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=SvQ62sztiBw

A Preparação do Elenco de “Tropa de Elite”

A preparação do elenco de “Tropa de Elite” não só exigiu uma dedicação extrema dos atores, mas também resultou em um nível de preparo tão elevado que, segundo oficiais do BOPE e treinadores, muitos membros do elenco estavam mais capacitados para se tornarem oficiais do BOPE ou policiais militares táticos do que a grande maioria dos policiais convencionais.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=DDqNmd_DSNY

Os atores que interpretaram membros do BOPE no filme passaram por um treinamento intensivo que espelhou de perto o regime rigoroso pelo qual passam os verdadeiros recrutas do BOPE. Este treinamento foi conduzido por membros do BOPE e incluiu aspectos físicos, táticos e psicológicos.

Aspectos Físicos

  1. Condicionamento Físico: Os atores seguiram um regime de exercícios rigorosos que incluía corrida, treinamento de força e resistência. Esse treinamento físico visava não apenas melhorar a aparência dos atores, mas também garantir que eles tivessem a resistência e a agilidade necessárias para realizar as cenas de ação de maneira convincente.
  2. Treinamento de Combate: Os atores foram treinados em técnicas de combate corpo a corpo, manuseio de armas e estratégias de autodefesa. Isso envolveu aprender a usar uma variedade de armas e táticas de combate reais utilizadas pelo BOPE em operações de campo.

Aspectos Táticos

  1. Operações Táticas: Os atores participaram de simulações de operações reais do BOPE, incluindo invasões a favelas e resgates de reféns. Eles aprenderam a se mover em formação, a se comunicar silenciosamente durante operações e a lidar com situações de alta pressão de forma coordenada e eficiente.
  2. Estratégia e Planejamento: Além das operações físicas, os atores foram instruídos sobre o planejamento e a execução de missões táticas. Isso incluiu a leitura de mapas, o uso de tecnologia para coleta de informações e a elaboração de estratégias para operações complexas.

Aspectos Psicológicos

  1. Resiliência Mental: Os treinadores focaram também no fortalecimento mental dos atores, submetendo-os a situações de estresse controlado para simular as condições extremas enfrentadas pelos verdadeiros oficiais do BOPE. Isso ajudou os atores a desenvolverem a resiliência necessária para desempenhar seus papéis de maneira autêntica.
  2. Tomada de Decisões sob Pressão: Os atores foram treinados para tomar decisões rápidas e eficazes em situações de alta pressão, refletindo a realidade das operações policiais onde a vida ou a morte podem depender de um segundo de hesitação.

A Opinião dos Treinadores e Oficiais

Após meses de preparação intensiva, os treinadores e oficiais do BOPE que supervisionaram o processo ficaram impressionados com o progresso dos atores. Em várias entrevistas, eles afirmaram que o elenco estava excepcionalmente bem preparado, muitas vezes superando os níveis de aptidão e conhecimento tático de policiais convencionais.

  1. Adaptação e Aprendizado: Os oficiais do BOPE destacaram a capacidade dos atores de se adaptarem rapidamente às técnicas e táticas que lhes foram ensinadas. Eles elogiaram a determinação e o profissionalismo demonstrado pelos atores durante o treinamento.
  2. Performance Realista: De acordo com os treinadores, a autenticidade das performances dos atores foi um testemunho do sucesso do treinamento. Eles conseguiram incorporar não apenas as habilidades físicas e táticas, mas também a mentalidade e o comportamento de verdadeiros oficiais do BOPE.

A intensa preparação do elenco não apenas elevou o realismo do filme “Tropa de Elite”, mas também teve um impacto duradouro nas carreiras dos atores. Wagner Moura e seus colegas ganharam reconhecimento por suas performances poderosas e autênticas, atribuídas em grande parte ao rigoroso treinamento pelo qual passaram.

O compromisso com a autenticidade em “Tropa de Elite” levou a uma preparação sem precedentes para os atores, que se tornaram quase tão qualificados quanto verdadeiros oficiais do BOPE. Essa dedicação resultou em performances que capturaram a essência da vida de um policial de elite, contribuindo para o sucesso e a aclamação do filme. O treinamento intensivo não só preparou os atores para seus papéis, mas também estabeleceu um novo padrão para a preparação de elenco em filmes de ação e drama policial.

A Icônica Cena da Granada em “Tropa de Elite”: O Conceito de Estrategia?

“Tropa de Elite” é repleta de cenas memoráveis que capturam a intensidade e a complexidade da luta contra o crime no Rio de Janeiro. Entre elas, uma das mais icônicas é a cena da granada na sala de aula.

Nesta cena, Capitão Nascimento, interpretado por Wagner Moura, está conduzindo um treinamento com novos recrutas do BOPE. Mathias, um dos recrutas, está dormindo durante a aula, o que provoca a reação imediata de Nascimento. Para mantê-lo acordado e ensinar uma valiosa lição, Nascimento entrega uma granada a Mathias e, sem hesitar, puxa o pino, deixando claro que a única coisa impedindo a granada de explodir é o fato de Mathias segurá-la firmemente, mantendo o dispositivo inerte.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=6u05bwduDCs

Nascimento, então, retorna à sua aula como se nada extraordinário estivesse acontecendo, continuando a lição diante de um Mathias visivelmente tenso e segurando a granada com todas as suas forças em meio a uma sala lotada.

Enfim, termino por aqui este texto. Se você nunca assistiu “Tropa de Elite”, recomendo que dê uma chance ao filme. Você pode encontrá-lo facilmente em canais de streaming, independentemente de onde esteja. E antes que eu me esqueça, fique atento para a analise do segundo filme, que devo lançar nos próximos dias.

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George Dmitry Reul Gilligan

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