A Revista IHU On-Line, de modo mais específico, e o Instituto Humanitas Unisinos — IHU apresentam um Guia de Leitura que recupera a produção realizada em 2014. Além de propor um fio condutor às questões debatidas — as Sociedades Tecnocientíficas -, estreamos no Medium, esta plataforma digital gratuita de produção e compartilhamento de conteúdos.

Sociedades Tecnocientíficas

Acesse as edições As tecnociências e a modelagem da vida e Vida, do mistério ao mecanismo. Ecos de um evento.

A dimensão racional da Técnica
e a modelagem da vida

O olhar quase sereno de Umberto Galimberti esconde um sujeito que não tem nada de comedido quando se trata de defender suas posições teóricas e sua análise sobre as sociedades tecnocientíficas. Durante sua conferência no XIV Simpósio Internacional do Instituto Humanitas Unisinos — IHU, o italiano tratou de defender seu conceito de técnica de forma entusiástica, objetiva e contundente.

“Não temos que entender a palavra técnica como máquinas, isso é tecnologia. Temos que entender a palavra técnica como um tipo de racionalidade, que consiste em alcançar os máximos objetivos com o emprego mínimo dos meios”, explica Galimberti.

Efeito colateral tecnocrático
A meritocracia em xeque

Impulsionada por uma dinâmica que suscita maior eficiência em todos os processos, a sociedade contemporânea hegemonizou mitologias modernas que se mantêm em pleno século XXI. Ao analisar historicamente o capitalismo e desconstruir o mito da meritocracia, Thomas Piketty desafia a narrativa de que o liberalismo poderia resultar em uma sociedade mais igualitária. É diante deste horizonte, onde, via de regra, o fascínio com o aumento da renda é confundido com justiça social, que a IHU On-Line apresentou um amplo debate sobre a desigualdade. Acesse bit.ly/IHUOn449.

“Em geral, os ideólogos do capitalismo dizem que ‘quem acumulou riqueza é porque mereceu’. Não, nada disso. Boa parte de quem acumulou renda o fez porque herdou. Isso permite que eles poupem mais e, desse modo, acumulem mais riqueza financeira ou material”, sustenta Luiz Gonzaga Belluzo em entrevista à edição.

Dívida Pública

Se o capitalismo parasitário se amplia, beneficiando não o capital produtivo, mas o especulativo, a tendência é que os gastos estatais com as dívidas sejam cada vez maiores. A dívida pública é, atualmente, um dos principais alimentos do capitalismo, favorecendo a concentração de renda no setor financeiro e aumentando ainda mais o seu poder, como constata Maria Lucia Fattorelli na edição 440 da IHU On-Line. Aliás, tal dívida surge com os militares e ainda sobrevive mais de 30 anos após o regime. Acesse bit.ly/IHUOn440.

“O Sistema da Dívida opera de modo similar nos diversos continentes, fundamentado no enorme poder do setor financeiro, em âmbito mundial, o que lhe possibilita exercer seu controle sobre as estruturas legais, políticas, econômicas e de comunicação de países, gerando diversos mecanismos que viabilizam esse esquema”, argumenta Maria Lucia Fattorelli, em entrevista à IHU On-Line.

Golpe Civil-Militar de 1964

Acesse as edições 1964. Um golpe civil-militar. Impactos, (des)caminhos, processos e Brasil, a construção interrompida.
Audição comentada - O golpe civil-militar de 64 e a MPB com Frank Jorge (na foto à esquerda)
A conferência Da democratização de 1945 ao golpe civil-militar de 1964 com o professor Jorge Ferreira (à esquerda). Fotos: Caio Coelho/Instituto Humanitas Unisinos-IHU.

Golpe de 64 e o direito à memória.
A atuação da Comissão da Verdade

“Como ensinou Benjamin , a realidade do passado não é composta apenas dos fatos ocorridos, mas também dos sonhos, projetos e vidas que não prosperaram. A vida pulsa no instante em que o apelo por justiça e reconhecimento é ouvido no presente e transformado em gesto de interrupção do ciclo automático do progresso, que sempre é indiferente às florezinhas pisoteadas pelo caminho, sempre colocando em primeiro lugar a técnica e o dinheiro, e deixando em segundo plano as vidas, os desejos, as emoções, as pessoas em suas manifestações e identidades plurais”, pondera o professor José Carlos Moreira em entrevista à IHU On-Line.

Banalidade do Mal

“A experiência de Auschwitz representa um limiar ético absolutamente inaudito; uma espécie de falência ou perempção da ética nas sociedades ocidentais contemporâneas”, afirma Oswaldo Giacoia, filósofo, em entrevista à edição 438 da IHU On-Line. O número foi publicado no contexto do Ciclo de Estudos 50 anos do Golpe Civil-Militar e da programação da 11ª Páscoa IHU, que em 2014 debateu o tema do mal na contemporaneidade, à luz da obra de Hannah Arendt — especialmente As Origens do Totalitarismo e Eichmann em Jerusalém. Um relato sobre a banalidade do mal. Acesse bit.ly/IHUOn438.

O mal radical e a banalidade do mal

Mudança Climática

Por ocasião da divulgação do Relatório sobre Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade às Mudanças Climáticas, do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas — IPCC, a IHU On-Line edição 443 debateu o modelo desenvolvimentista incrementado em países desenvolvidos e emergentes. As reflexões buscam desafiar e propor alternativas a
racionalidades marcadas por um tecnicismo crescente. Acesse bit.ly/IHUOn443.

Alimentação, um direito à vida

Tema do XV Simpósio Internacional IHU, a edição
442 da IHU On-Line
tratou do Alimento e nutrição no contexto dos Objetivos do Milênio. Frente a um cenário de preponderância do agronegócio, o evento e a revista debateram as perspectivas na garantia às pessoas ao direito ao alimento e à nutrição nas dimensões sociais, econômicas, ambientais, culturais e políticas da conjuntura brasileira. Acesse bit.ly/IHUOn442.

Tânia Bacelar de Araújo em conferência no
XV Simpósio Internacional IHU

Desperdício e perda de alimentos

Inspirada na edição do XV Simpósio do IHU — Alimento e nutrição no contexto dos Objetivos do Milênio, a
edição 452 da IHU On-Line desdobra o tema e debate o desperdício. A perda e o desperdício de alimentos
implicam em enormes impactos sociais, econômicos e ambientais, como atestam os pesquisadores que participam do debate travado nas páginas desta edição. Acesse bit.ly/IHUOn452.

Cenário Nacional da alimentação e nutrição na perspectiva dos ODMs

“O mundo não é um sistema de vasos comunicantes. Pelo contrário, o excesso de alimentos é mais propenso a gerar desperdício do que o escoamento para as zonas mais críticas, dificultando o combate à fome”, explica Walter Belik, um dos idealizadores do Fome Zero e ex-integrante do Conselho de Segurança Alimentar (Consea), em entrevista à IHU On-Line.

Walter Belik na conferência Cenário Nacional da alimentação e nutrição na perspectiva dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio — ODMs (à esquerda) e José Esquinas Alcázar Alimento na conferência Nutrição no contexto dos Objetivos de Desenvolvimetno do Milênio (à direita).
Tânia Bacelar na conferência Desenvolvimento à luz da sociobiodiversidade para superação da miséria e dos males da fome (à esquerda) e Signorá Konrad na conferência Dos Ultraprocessados aos Alimentos: resgatando a boa Nutrição?.

Entrevista do Dia

A Mineração em unidades de conservação. Como não comprometer oportunidades futuras?

O Projeto de Lei — PL 3682 proposto em 2012, de autoria do deputado Vinicius Gurgel (PR-AP), que dispõe sobre mineração em unidades de conservação, visa alterar o Sistema Nacional de Unidades de Conservação — SNUC para permitir a exploração mineral em 10% das unidades de proteção integral. “Esta legislação proposta contraria totalmente o princípio que justifica a criação destas unidades, além de sobrepor interesses particulares em detrimento dos interesses coletivos de ter um meio ambiente equilibrado”, adverte Joice Ferreira em entrevista à IHU On-Line, concedida por e-mail.

COP-20 é condição necessária para realização do acordo climático de 2015 em Paris

Os 190 países que estão participando da 20ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas -COP-20 deste ano, que está sendo realizada em Lima, no Peru, nesta e na próxima semana, têm como tarefa central apresentar e negociar as propostas domésticas com as quais cada um poderá se comprometer para enfrentar e reduzir os efeitos das mudanças climáticas. É com base nessas propostas que, no próximo ano, os países vão preparar o acordo que substituirá o Protocolo de Kyoto. Confira a entrevista com Iara Pietricovsky de Oliveira à IHU On-Line.

A complexa teia hídrica que brota do Cerrado está ameaçada

O problema que gera as crises de abastecimento de água que afetam o estado de São Paulo “jamais será solucionado em sua totalidade”, alerta Altair Sales Barbosa, na entrevista concedida à IHU On-Line. Segundo ele, a dificuldade de solucionar tais crises está relacionada a outros dois fenômenos: “o primeiro é a estiagem prolongada provocada por fatores que independem da ação humana, como el Niño, por exemplo. O segundo é a vazão dos rios alimentadores das represas, que não ostentam mais a quantidade de água de tempos atrás”, argumenta Altair Sales Barbosa.

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