Carreira

A Comunicação a serviço da conscientização do autismo

Adriana Czelusniak
4 min readMay 29, 2016

Antes de optar pela área da Comunicação estava dividida e queria cursar Psicologia. Sempre fui muito atraída pela ideia de poder ajudar as pessoas a superarem o que quer que precisasse ser superado. Mas eis que a Comunicação Social pareceu uma ferramenta que iria possibilitar maior engajamento e atuação em questões sociais, e lá fui eu. Antes a motivação era chegar ao Conar e extinguir campanhas machistas e sexistas. Foram dois anos de Publicidade até perceber que Jornalismo era o que poderia esclarecer, mais do que convencer a consumir.

Anos depois, quando encarei o período de busca pelo diagnóstico do meu filho (mais longo do que qualquer pessoa gostaria e longo demais quando se trata de uma criança em fase de supermegadesenvolvimento cognitivo) me perguntei se não teria sido melhor a opção pela Psicologia. Eu teria aprendido técnicas para lidar com meu filho, o autismo não seria tão desconhecido, eu poderia me especializar e atender esses casos… No entanto, houve o ponto em que vi que minha formação em Jornalismo poderia, sim, ter sido a perfeita escolha para seguir com meu propósito.

Falta informações sobre como diagnosticar, qual a intervenção mais adequada a cada caso, que lugares as famílais devem buscar, os próprios psicólogos e médicos e terapeutas ocupacionais se formam sem saber lidar com o autismo? É aí que posso fazer a diferença. E assim tenho atuado fazendo o que busquei treinamento para fazer, e o que minha intuição sempre disse que era fundamental fazer. Gostaria de mostrar alguns dos projetos nesse sentido:

Autismo desafia saúde e educação

A primeira reportagem sobre autismo que publiquei na Gazeta do Povo mostra a encantadora Laura, lista os sinais do autismo, os desafios envolvidos e narra minha própria experiencia pós-diagnóstico.

Com o autismo dentro de casa

Nesta reportagem leitores conhecem a história da Luciane e Eliseu, pais dos gêmeos Rafael e Gabriel. Também menciono estudo divulgado no Journal of Autism and Developmental Disorders e abordo a questão do abandono de crianças com autismo, relatando o caso da Luciene, que tem um irmão adotivo com autismo e que criou um Centro Especializado em Curitiba, o Centro Conviver.

Autismo no trabalho

A realidade de pessoas com autismo que buscam o mercado de trabalho. São mostradas duas histórias com depoimentos de quem é contratado e de quem contrata, mostrando que ainda precisamos avançar muito na inclusão no trabalho. Atualização: Hoje as pessoas com autismo já podem ser contratadas pela lei de cotas em empresas com mais de cem funcionários.

Novidades nos estudos do autismo

Falta “diagnóstico precoce, acesso ao tratamento multidisciplinar de qualidade (mesmo na rede particular), falta de estrutura. Precisamos de centros integrados que prestem atendimento em um só lugar com todas as terapias necessárias, e que os profissionais falem a mesma língua. Falta ainda capacitação de todos os profissionais, desde a escola a profissionais da saúde, como os médicos”, afirma a entrevistada Mariane Wehmuth, neuropediatra.

Crianças com autismo têm inclusão de faz de conta

Como as escolas têm recebido os alunos com autismo e o que precisa ser feito para que a inclusão ocorra de fato.

Quer ler um pouco mais?

Sobre produções audiovisuais: https://medium.com/@adrianacz/audiovisual-1fcbf96d76e8#.5azdxp2qe

Sobre como nasce uma ativista: https://medium.com/@adrianacz/in%C3%ADcio-538ecbcf2577#.upj7wfhib

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Adriana Czelusniak

Jornalista, documentarista e ativista dos direitos das pessoas com deficiência, especializada em Educação, Autismo e em Gestão da Comunicação.