Question Mark, a nova empresa do portfólio do Kria

A The Question Mark Co. é a mais nova empresa do portfólio do Kria. Após uma rodada que reuniu 184 investidores e totalizou R$ 1,7 milhão, a empresa se prepara para avançar no desenvolvimento de produtos e na conquista de mercado.

Nessa entrevista para o Kria, Pedro Campos, CEO da startup, conta as motivações por trás da criação de um negócio que representa tanta inovação no setor de alimentos e quais foram os principais aprendizados que a jornada trouxe até aqui.

De onde surgiu a ideia de montar a empresa? Quais foram as principais motivações?

A ideia da empresa surgiu em meio a um ano sabático. Foi um período em que me dediquei a aventuras e ao estudo, prioritariamente. Com o apoio da minha família, fiz uma série de viagem náuticas, entre elas a travessia do Pacífico. Essa viagem me instigou a encontrar o segmento de saudabilidade e alinhamento com o planeta, pois a carga de lixo encontrada nos oceanos é absurda e muito triste de constatar. Na continuidade em uma viagem a Croácia entendi, junto com amigos, a importância do modelo da Nano-Fábricas e, mais do que isso, a viabilidade desse sistema. Na parte de educação percorri dois caminhos, imersão em startups unicórnios e imersão nas principais feiras e mercados de plant-based do mundo.

Estava procurando desafios inovadores, que contemplassem o meu aprendizado individual de duas décadas de carreira em alimentação e bebidas e permitissem o uso de tecnologias disruptivas.

Meu desejo era resolver alguns dos grandes problemas da indústria da alimentos, como a saudabilidade, a integração com os desafios ambientais e aumento da velocidade de lançamento de produtos.

De que forma usas experiência pessoais contribuíram para a decisão de empreender nesse negócio?

O Brasil tem uma serie de desafios no P&D, venda e distribuição de produtos da linha refrigerada. Eu tinha tido bastante experiência com este perfil de produto ao longo dos últimos anos da carreira. Essa experiência prévia permitiu, de forma consciente, equilibrar ajustes no modelo de negócio que reduzissem as complexidades da operação. Dois bons exemplos disso são a criação de uma Nano-Fábrica e de modelos inovadores de distribuição.

Antes de fundar a Question Mark, você teve experiência em empresas que dominavam seus mercados, como The Coca Cola Company e Natural One. Quais foram os aprendizados que você teve nesses negócios e que acabou incorporando na Question Mark? O que resolveu fazer de diferente?

Empresas líderes de mercado, apresentam vantagens e desvantagens muito grandes! As principais vantagens são acesso a recursos e força comercial. Já as principais desvantagens são a lentidão e perda constante de foco. No caso da The Question Mark Co tentei trazer um pouco de cada um desses aprendizados.

Uma empresa em nascimento pode atuar de forma mais rápida em termos de definições de marca, produto e experimentação de mercado. Assim conseguimos fazer ajustes de produto de uma forma muito rápida!

Rodamos três versões em um ano e chegamos a um NPS de mais de 80 pontos. Outro fator importante foi a decisão de investimento na nano-fábrica. Esta decisão nos permite ter um fluxo de crescimento sem limitações. Agora estamos 100% preparados para atender clientes nacionais de grande porte, seja para marca própria seja como a nossa própria marca.

Você tem ao seu lado nesse projeto um time de grandes experts em suas áreas, como a Juliana Mello, o José Rezek e o Cauré Portugal. Qual a sua estratégia para reunir tanta gente tida como referência em torno do projeto?

Costumo dizer que como time nos atraímos uns ao outros. A The Question Mark Co é um projeto que une pessoas com a crença de que podemos desenvolver modelos de negócio de forma mais consciente. Neste sentido é uma reunião de pessoas com perfil técnicos complementares, porém propósitos semelhantes ou iguais! Os interesses nos temas de sustentabilidade e saúde são presentes no cotidiano de todos que sempre apoiaram o projeto, e, de forma muito despretenciosa, este grupo começou a interagir e considerar distintas formas até chegar na formação do time.

Antes da rodada do Kria, a Question Mark já tinha um time de peso de investidores, com fundos como o Next.Co e anjos com grande experiência no mercado de alimentos e bebidas. O que o relacionamento com esse time de investidores te trouxe de aprendizados?

Empreender requer um time de execução forte e também um time de investidores forte. Quando o time de investidores é forte muitos dos problemas de execução são resolvidos de forma mais rápida.

Para uma startup conseguir superar as barreiras naturais de um entrante no mercado, é importante contar com um time de investidores que saiba onde encontrar atalhos e, muitas vezes, onde evitar tropeços.

Sempre lembro da posição do time do Distrito sobre um tema de foco no qual eu demorei muito para reagir. Quando eu realmente consegui captar e ajustar o caminho, as ações começaram a fluir de uma forma muito mais natural. Ou seja o investidor já estava apontando a direção correta e com certeza isso acelerou o processo de correção de rumo da empresa.

Qual sua expectativa para a comunidade que se formou em torno do negócio após a rodada de equity crowdfunding?

Esse novo time de investidores é um verdadeiro presente para quem empreende dentro de bens de consumo, pois o produto é passível de teste e existem muitas outras formas de interação com a marca! No caso da The Question Mark Co temos previstas três ações iniciais que serão construídas a quatro mãos com os novos investidores. A primeira delas é focada no varejo físico, a segunda voltada ao digital e a terceira olha diretamente para a parte de P&D de produtos personalizados. Além disso, felizmente, muitas outras coisas estão acontecendo. Temos um grupo de TI muito forte trabalhando na correção e melhoria da parte digital, temos um grupo de captação apoiando no braço de Internacionalização, temos um grupo de P&D para fazer os ajustes finais dos lançamentos, e, claro, não podemos deixar de lado… temos um grupo que está nos ajudando a organizar um grande encontro com todo o time de investidores! Estou ansioso para essa reunião!