Projeto PATA. Como levantamos fundos para ajudar animais por meio de cupons em lojas virtuais​

Ana Luíza Gabatteli
7 min readOct 21, 2021

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Processo de UX/UI design do aplicativo PATA. Este estudo de caso faz parte do desafio proposto durante o curso de UX/UI Design da Cubos Academy.

O desafio

Nosso squad carinhosamente apelidado de PetUX, composto por mim, Ana Luiza Gabatteli, Daiana Leocadio e Leonardo Sciarretta, ficou responsável por desenvolver uma solução para melhorar a conscientização com relação​ ao abandono e maus tratos de pets.

Fase da descoberta

No início tivemos muita dificuldade de fazer um recorte do nosso problema, pois iniciamos uma desk research bastante ampla para então, em grupo, decidirmos a direção a seguir

É realmente uma área muito sensível e com muitos problemas a serem resolvidos. Durante nossas reuniões, não conseguíamos chegar a uma decisão, então fizemos a dinâmica “Como nós podemos” (how might we) onde cada um escreveu tudo que vinha à cabeça para completar a frase e chegarmos a um ponto comum.

Dinâmica “Como nós podemos”

Quando finalizamos e agrupamos nossas respostas, vimos que a maioria das ideias estavam ligadas a conectar pessoas. E assim decidimos nosso recorte do tema:

Como conectar pessoas à causa dos animais abandonados e aos lares de acolhimento?

Matriz CSD

Partimos então para a construção da nossa matriz de certezas, suposições e dúvidas para aprofundarmos no nosso problema. Nossas suposições e dúvidas nos mostraram que precisávamos conhecer melhor as pessoas da linha de frente da proteção animal, entender bem o processo de resgate, de acolhimento, de manutenção financeira e desafios dos projetos.

Matriz CSD

Questionários

Passamos então para a fase de elaboração das perguntas dos questionários. Foi uma fase interessante e mais difícil do que imaginávamos, mas que nos trouxe informações muito valiosas que nos ajudaram a desenhar nossa solução.

Vimos que a maioria das ONGs e dos protetores independentes mantém seus projetos por meio de doações, principalmente em dinheiro. Além disso, percebemos que os protetores independentes trabalham muito mais com resgates de animais de rua, seja por maus tratos seja por abandono, do que as ONGs. Esse dado, em conjunto às informações coletadas nas entrevistas, foi muito valioso quando definimos nosso problema.

Entrevistas

Entrevistamos 8 pessoas, protetoras independentes e pessoas à frente de ONGs. Quando analisamos todas as entrevistas, percebemos muitos padrões de desafios que elas enfrentam diariamente. Abaixo, reunimos falas que ilustram suas principais dores:

  • Falta de dinheiro
  • Abrigos lotados
  • Desgaste emocional
  • Necessidade de acompanhamento psicológico
  • Necessidade de uma rede forte de apoio

Quando entram em contato dizendo: “eu não posso mais ficar com o meu animal porque eu vou me mudar” ou “porque não deu certo”, nós por via de regra não atendemos.​

A partir do pedido de resgate a gente verifica conta bancária. A gente consegue fazer, a gente consegue bancar?

A gente precisa de dinheiro. Pedimos doações, fazemos rifas, bingos beneficentes. Nossas dívidas só aumentam.

É muito difícil encontrar um lar temporário. Nós da ONG acabamos por fazer os LTs, pois não encontramos quem possa ficar com os animais.

Terapia para nós. Protetores são tudo louco, eles são todos malucos, todos sofreram amor interrompido na infância, todo mundo tem raiva de todo mundo.

Personas

Com todas as informações que coletamos, utilizamos o mapa da empatia e chegamos as nossas duas personas: 1) beneficiária e 2) doadora.

Persona beneficiária — Liz
Persona doadora — Amelie

Declaração de problema

A partir das nossas personas, definimos o problema que queríamos atacar e trazer uma solução.

Liz é uma protetora independente que precisa de ajuda com seu trabalho voluntário porque tem encontrado dificuldades em conciliar a vida pessoal com o resgate de animais e esta situação tem gerado um desgaste mental e emocional enorme, bem como acúmulo de dívidas.​

Solução

Com nosso problema delimitado, fizemos um toró de ideias para responder à pergunta: Como nós podemos ajudar a Liz a diminuir o desgaste mental e emocional, bem como acúmulo de dívidas?

Depois de muitas ideias, chegamos à seguinte solução:

​Aplicativo focado no segmento de pets, que tem como objetivo oferecer serviços a protetores independentes e ONGs de maneira prática e rápida, além de levantar fundos para ajudar socialmente à causa de proteção aos animais por meio de cupons em lojas virtuais.

Arquitetura

Com a solução definida, listamos tudo que consideramos essencial para que nosso MVP ficasse pronto:

  • Tela de cadastro de projetos
  • Tela de login
  • Perfil do projeto com informações relevantes
  • Acesso a serviços essenciais: táxi-pet, lar temporário/hotel, clínicas veterinárias e clínicas de psicologia.
  • Tela com listagens de projetos apoiados e lojas participantes.
  • Cupons personalizados para cada projeto.

Fluxograma

A partir do que julgamos essencial, desenhamos nosso fluxograma. Nesta etapa, decidimos adicionar 3 telas de onboarding para que tanto os usuários beneficiários (protetores e ONGs) quanto os usuários doares pudessem entender a proposta do projeto.

Fluxograma

Rabiscoframes

Compartilho aqui uma das muitas páginas de rabiscoframes que cada integrante do squad desenhou.

Wireframes

Partimos então para o desenho dos wireframes de média fidelidade.

Algumas temas do wireframe

Escolha do nome e estilos

Entre wireframes de média fidelidade e o desenho dos wireframe de alta fidelidade, paramos para escolher o nome e pensar no guia de estilos do nosso projeto.

Nome

Após alguns torós de ideias, chegamos ao nome PATA, que consiste em uma sigla para Proteger. Amar. Tratar. Amparar.

PATA. Proteger. Amar. Tratar. Amparar

Guia de estilos

Tipografia

Cores e componentes

Decidimos que queríamos usar a cor azul para passar a ideia de segurança e confiabilidade. Mas queríamos trazer tons terrosos para transparecer o sentimento de acolhimento e conforto aos nossos usuários. Assim, chegamos ao resultado:

Protótipo

Para ver nosso protótipo funcionando no Figma, clique aqui.

Validação

Testes de usabilidade

Optamos por utilizar a ferramenta de teste de usabilidade não monitorada Maze e elaboramos 3 tarefas:

  • Tarefa 1: Passe pelas telas iniciais sem pular e crie um perfil do projeto.​
  • Tarefa 2: Faça o login e solicite um táxi-pet para um cachorro ser levado para o Lar Temporário Cris.​
  • Tarefa 3: Passe pelas telas iniciais sem pular e clique em “Quero ajudar” para obter o cupom.​

A partir dos dados que coletamos, fizemos alterações em nosso protótipo para melhorar sua usabilidade.

A primeira mudança foi inserir um texto explicativo abaixo de cada item do menu da tela principal. Alguns usuários nos informaram que ficaram confusos ao realizar a tarefa cadastrar um projeto e nos sugeriram adicionar explicações.

A segunda e a terceira mudanças foram feitas na tela inicial dos usuários doadores. Alguns usuários nos reportaram que não conseguiram encontrar o projeto Viva o Doguinho (tarefa 3) e percebemos que muitos desistiram da tarefa sem mesmo clicar no campo de busca no topo da tela principal dos usuários doadores. Assim, decidimos retirá-la.

Além disso, criamos um link Ver mais para que as pessoas pudessem ver outros projetos apoiados e ainda inserimos um label com os nomes dos projetos abaixo das imagens para facilitar o reconhecimento do projeto.

Próximos passos

Por se tratar de um MVP, priorizamos funcionalidades e fizemos apenas as alterações possíveis de serem realizadas dentro do prazo de tempo que tínhamos. Abaixo, listo próximos passos que julgamos importantes para a melhria da nossa solução;

  • Utilizar técnicas de UX writting nas telas de onboarding para deixar mais claro como nossa solução funciona.
  • Integração com redes sociais​
  • Inserção do marketplace na plataforma​
  • Oferta de serviços para o usuário (doador), tais como: taxi-pet, dogwalker, hotéis, creches, etc.​

Gratidão.

Ana Luíza Gabatteli (LinkedIn)

Daiana Leocadio (LinkedIn)

Leonardo Sciarretta (LinkedIn)

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Ana Luíza Gabatteli

UX Designer com aquela vontade de promover diversidade e inclusão em cada ação.