Alex Pedro
2 min readAug 14, 2015

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Caramba, como a vida é danada, né? A morte é o jeito rabugento que a vida tem de nos fazer entender por A mais B o que pensamos ou sentimos com relação às pessoas. Eu conheci seu irmão fazendo uma pré-entrevista para um documentário chamado “Do Joystick para o trabalho”. Esse documentário foi a primeira grande coisa, bem feita mesmo, que eu fiz na minha vida, desde que decidi ser um escritor, aos 12 anos de idade. Entre as várias pessoas com as quais conversei, ao falar com teu irmão, eu decidi que ele seria a figura protagonista do documentário, pois não teria como ser diferente. Não tive sucesso. Ele era do interior, não tinha como vir, nós não tinhamos orçamento para ir até ele e perdemos, definitivamente, a melhor entrevista de todo o documentário. Aquela sobre gente jovem que aprendia as coisas lendo tutoriais na internet, e fazendo entre amigos, virando noites, aprendendo com os próprios erros. Sempre lamentei isto. Gosto do resultado final do documentário, mas não é o filme que eu sonhei. Nenhuma outra pessoa falou com tanto encantamento(e olha que todos ali amavam o que faziam), quanto Lucas Jock. Bem. Acho importante que eu escrevesse isso, porque é comum pessoas que convivam por anos lamentarem uma perda, mas eu conversei com ele acho que umas cinco vezes. Dessas cinco, pelo menos uma durou 3 horas. Nessas três horas eu percebi uma pessoa que não parecia ceder ao medo quando surgiam desafios e, acima de tudo, falava sobre a vida, sobre a própria história, como uma criança falando sobre qualquer coisa que considere especial. Lamento só ter descoberto o que houve agora, meses depois, mas isso não diminui o choque que sinto, porque naquelas três horas eu havia descoberto uma pessoa que eu podia admirar e esperar grandes feitos. E ele os fará, a parte ruim é que daqui nós não teremos como saber.

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