Descomplicando o GTD nos estudos

A organização nos estudos com o passo a passo do método Getting Things Done

Aline Iacovantuono Almeida
8 min readMay 22, 2018

De início, Getting Things Done é um método de organização e produtividade em que basicamente usa de um sistema prático para armazenar e sistematizar as nossas ideias e projetos da vida. Forma tal que não guardamos nossas ideias na mente, deixando-a livre para trabalhar!

E, em um grupo de whatsapp em que conversamos sobre o assunto de GTD, produtividade e etc, vimos a dificuldade que é de se organizar nos estudos.

E eu queria compartilhar um pouquinho da forma em que uso esse método nos meus estudos também.

Contextualizando…

Estou aplicando o GTD na minha vida desde 2014, quando eu estava no terceiro ano do ensino médio. E de lá para cá, continuei como boa parte das minhas responsabilidades a prática do estudo, seja ela na escola, seja por conta própria ou mesmo agora na faculdade cursando Engenharia de Produção.

Tudo nesse texto aqui são testes meus que funcionam no meu dia a dia e foi tudo aprendido com o livro do David Allen, blog da Vida Organizada e outros links que vou deixar pro final.

É muito claro que o GTD tem um papel significativo para me transformar em uma pessoa mais produtiva e organizada, podendo assim gastar tempo com coisas que eu goste mais. Ouvir perguntas como: “Alininha, como você dá conta de tudo?” é bem comum no meu dia a dia. Não que eu tire as melhores notas e seja, ao mesmo tempo a melhor filha do mundo, mas que sim, consigo dizer que equilibro as atividades do dia a dia.

Lidar com trabalho, projetos pessoais e profissionais, relacionamentos, saúde mental e ainda mandar bem no curso é necessário ter uma boa disciplina e organização.

Passo 01: Qual o resultado esperado, mesmo?

De primeiro passo, é interessante refletir sobre o objetivo do seu projeto. E projeto, aqui no GTD dizemos que é:

“ Projeto é todo resultado desejado que demanda múltiplos passos para ser concluído em até um ano.” (David Allen)

Então, pode-se dizer que cada matéria de seu curso seja um projeto, por exemplo. E assim, vamos a pergunta chave: por que você está estudando?

  • “Ah, pra passar na prova e conseguir média 6, tá ótimo!”
  • “Eu estudo para passar no ENEM e ir com 780 realmente entendendo as matérias. “
  • “Quero estudar para aprender para a vida toda.”

E a partir disso, dá para ir criando e vendo qual objetivo e visão real você tem sobre o assunto. E então vamos para uma parte importante que é a criação do cenário! Para fazê-lo, basta se imaginar com o projeto concluído da maneira que você queria, e assim, você olhando para trás e vendo que foi um sucesso! Como você se sentiria?

Exemplo: “Para matéria de Finanças 2, minha visão é que terei concluído sem muitas dificuldades, com nota acima de 6, sem precisar de substitutiva. Consegui fazer tudo sem apavorar e entreguei todos os trabalhos e exercícios no tempo correto com a qualidade que eu desejava. E não deixei a matéria acumular, fazendo que fosse um sucesso na hora da prova. E claro, com tudo organizadinho, consegui dar conta de tudo e ainda sair com amigos todo fim de semana.”

Criar cenários é ótimo para já criar aquela motivação e entender qual prioridade daremos para cada um desses projetos. Ter esta clareza te ajuda a manter o foco!

Passo 02: Hora de armar o barraco!

Para cada projeto desses, eu crio uma nota sobre ele no meu Evernote, para suporte. (Chamamos isso no GTD por Suporte de Projetos, que é basicamente um arquivo de referência.) Deixei aqui estes dois modelos de exemplo.

(matéria com mais exercícios)
(matéria mais teórica)

Então, faço uma matriz que uso sempre para acompanhar o processo de estudo por cada assunto tratado na aula, pensando sempre em garantir a pontuação e aprendizagem definidas no início desse post!

Dica:

  • Não coloque nesse checklist coisas que você não pretende fazer ou não precisa! Não precisa complicar o que é é complicado. Se a matéria é mais fácil, não é necessário fazer o resumo e exercícios do livro, por exemplo. Poupe-se da ideia de ter sempre que fazer mais do que já é feito.

Nessa nota deixo também o email do professor, a bibliografia e deixo os horários das monitorias como referência. Se o livro de estudo estiver no acervo da Biblioteca, também deixo anotado a localização dele.

Não tenho costume de fazer outra matriz dessas para colocar minhas notas de provas e trabalhos porque o sistema da faculdade possui isso! Mas vale a dica também.

Passo 2: Planejamento da agenda!

O próximo passo é anotar na agenda todos os compromissos que tenho. Então, uso uma agenda específica para os horários da faculdade e nela uso para colocar tudo que tem que ser feito em um dia específico e em um horário específico: nem antes, nem depois.

Aqui mesmo, coloco o nome do professor, sala, horario, e na descrição, coloco mais detalhes dependendo da aula.

Detalhe que deixo as provas em vermelho, para sempre ver com rapidez e verificar as prioridades. Sempre mais atenção nas prioridades!

no Google Agenda (somente com a agenda da faculdade)

Passo 03: Usando no dia a dia, pulo do gato!

Agora com o sistema pronto para rodar, precisamos encarar cada projeto em duas partes: resultado e ações. E, para o planejamento do dia a dia é necessário separando cada projeto das suas respectivas ações. Você não faz o resultado, você faz as ações necessárias para alcançar o resultado.

Então, em cada aula dada ou assunto aplicado em sala eu escrevo uma ação necessária na minha caixa de entrada do Todoist. E deixo lá até chegar a hora de fazer o processamento. (Essa hora é qualquer 15min entre atividades que me sobra um tempo.)

E entramos na parte de esclarecer aquele monte de anotações da caixa de entrada. E o pulo do gato é:

  • Separamos realmente as ações de seus respectivos projetos. Não criamos listas de “Mecânica dos sólidos: revisar isso, exercicio tal, aquilo X, …”. Mas sim, colocamos as próximas ações nos seus devidos contextos!

Exemplos: Por que lembrar e encher minha cabeça sobre o exercício do moodle quando estou revisando metodologia científica mas sem internet? Por que lembrar de pegar o livro na biblioteca quando estou revisando alguma matéria e não quando estou na biblioteca? Por que perder o dia produtivo inteiro porque esqueceu o computador em casa e não levou nada para fazer na faculdade?

Espero que tenha sido clara, porque nesse método Getting Things Done, o pulo do gato é esse: pensar nos contextos. Então, o que fazer quando estou específicamente na faculdade? O que posso adiantar sem internet? O que posso fazer quando só tenho uns minutos no intervalo?

Assim, tenho a minha lista de próximas ações no meu Todoist e fica mais ou menos nessa forma:

Um detalhe é que a grande maioria das minhas atividades acadêmicas, são feitas mesmo no computador. E não colocamos datas caso não for necessário, para ter aquela ideia de ser mais livre, entende?

Ponto legal é que no Todoist consigo colocar ações recorrentes, de modo que algumas matérias possuem atividades semanais como relatórios, atividades em plataformas, etc. Então eu coloco o prazo recorrente nessas específicas. Mas não no prazo do professor, mas sim no dia da semana que eu sei que eu vou estar no computador e posso fazer a atividade. E, caso eu atrase, não vai ocorrer nenhuma falta nas minhas notas.

Deixo sistematizado também lembretes para levar alguns materiais específicos na aula. (Durante a noite eu já deixo o material separado, mas já aconteceu de me esquecer durante a manhã/almoço, então coloco o lembrete para garantir.)

Organizando as faltas

Uma dica que tenho sobre o uso desse sistema é se organizar nas faltas também. Sabemos que as vezes não acordamos no horário certo, as vezes passamos mal, as vezes temos um evento no horário das aulas e então é importante se organizar nesses detalhes também.

Nesse modelo que uso, eu deixo anotado todas as aulas que posso faltar. Algumas sinto que posso faltar toda a totalidade de opçoes, outras, sinto que não posso faltar nenhuma para não perder a matéria nem influenciar nas notas.

E a bagunça na caixa de entrada?

Então, na lógica é que essa bagunça ficaria por muito tempo, mas na realidade não é bem assim. Todos os dias eu tento processar a caixa de entrada umas 3 ou 4 vezes por dia para não acumular.

OBS:

  • Possuo também dicas de organização de material físico, se quiserem, só me mandar mensagem ou por comentário aqui. =)

Dicas:

  • No horário que for reservado para estudos é importante ficar estudando. Não é bom parar para atender as chamadas do whatsapp nem ficar conversando com amigos na sala.
  • Ja ter determinado as atividades com prazo determinado na faculdade e para manter o ritmo de estudo é manter a cobrança das pequenas. Nosso cérebro funciona bem com recompensas e que tal jogar uma partida de Clash Royale quando terminar um capitulo? Quem sabe comer um chocolate, ouvir uma musica, responder umas mensagens no whatsapp, dar um volta em casa. E no fim de semana, um prêmio ainda maior: sair com amigos, assistir aquela série que ama, passar o dia dando uma de chef de cozinha, etc.
  • Hábitos como fichar os livros e artigos lidos facilita muito a organização. Bem como anotar nomes dos autores, links, editora de cada um deles.
  • Não precisa usar o GTD como algo burocrático. Tudo o que for a mais do que você precisa, vai descartando e vê o que se encaixa legal para você e seu método de estudo.

Links legais para quem ficou um pouco confuso/ quer conhecer mais sobre GTD:

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Aline Iacovantuono Almeida

Escrevo na tentativa de acumular menos e compartilhar mais. Quem sabe isso fica natural. instagram.com/alineiacovantuono