Alison Oechsler
6 min readOct 3, 2018

Ahh os felinos, companheiros de muitos e presentes em diversas casas, os gatos são animais fascinantes e misteriosos. Com um andar sinuoso e expressões únicas, eles conquistaram a confiança de nós ao longo dos anos.

Mesmo com uma grande dificuldade de demonstrar sentimentos, por expressões faciais ou pela linguagem corporal, eles demonstram carinho e afeto através de pequenos “gestos”. A verdade é, que mesmo com essas tímidas e sutis demonstrações de amor em relação aos seus donos eles são absolutamente apaixonados pelo dono e ficam muito felizes ao vê-lo chegar em casa, por exemplo, contrariando algumas bocas que falam que os gatos são frios e sem sentimentos, ignorando tudo e todos.

MAS NEM TUDO É ALEGRIA E CARINHO

Apesar de ter essa relação muito boa de amor, carinho, entrosamento e ter tanta coisa em comum, a ligação entre gatos e ser humano pode trazer alguns problemas, em especial, doenças que o dono pode acabar pegando de seu felino pelo contato com o bichinho de estimação ou até mesmo pelas fezes.

As principais doenças transmitidas pelos felinos são:

· Alergia Respiratória

· Toxoplasmose

· Micose de Pele

· Infecção por Bartonella henselae

· Síndrome da Larva Migrans Visceral

· Ancilostomíase

· Esporotricose

Alergia Respiratória

Diversas pessoas podem ter espirros, asma (em algumas pessoas), inchaços das pálpebras dos olhos e problemas respiratórios como sintomas alérgicos quando entra em contato com um gato. Isso ocorre pelo fato dos bichanos produzirem uma proteína chamada glicoproteína que desencadeia esses sintomas. Essas pessoas não podem ter gatos como animal de estimação e devem evitar ao máximo o contato com o felino.

Toxoplasmose

É transmitida pelo contato com as fezes do gato e a doença pode causar malformação no bebe caso a mãe seja contaminada durante a gestação. Para evitar isso, o gato deve fazer suas necessidades em uma areia própria para ele e o local deve ser limpo regularmente.

Micose de Pele

É causado pelo contato pele a pele com o gato, causa coceira e vermelhidão na pele. Pode ser combatido com antifúngicos.

Infecção por Bartonella henselae

Pode ocorrer quando o gato arranha a pele do ser humano e pode acabar transmitindo uma bactéria chamada Bartonella henselae, que pode ocasionar infecção na pele em pessoas com o sistema imune já comprometido, por causa do uso de imunossupressores, durante o tratamento de AIDS, câncer e também em casos de pessoas que já receberam um transplante. Dificilmente isso ocorrerá em pessoas que estão com um bom estado de saúde e pode ser evitado mantendo distância e brincadeiras que o gato não gosta.

Síndrome a Larva Migrans Visceral

É transmitido ao ingerir ovos de verminose, isso pode afetar o intestino, fígado, coração ou pulmões da pessoa. Para evitar, as fezes do gato devem ser jogadas no lixo, da forma devida e lavar as mãos após o processo. Dar remédios de vermes ao felino também é uma forma de se proteger

Ancilostomíase

Os agentes causadores da ancilostomíase são o Ancylostoma duodenale ou Necator americanus, que são vermes do tipo nematelmintos. É transmitida pela penetração do parasita através da pele, a ancilostomíase pode causar hemorragia hepática, tosse, febre, anemia, perda de apetite e fadiga e pode ser evitada ao não andar descalço em casa e no local onde o gato tem acesso e pode realizar suas necessidades, neste caso o mais seguro também é dar remédios de vermes para o animal e um local apropriado para fazer suas necessidades.

POR ÚLTIMO, MAS NÃO MENOS IMPORTANTE …

A doença que muitos não conhecem e escolhi aprofundar nesse artigo, a Esporotricose:

O que é?

É uma micose causada pelo fungo Sporothrix schenckii e pode atacar humanos e animais. Geralmente afeta a pele com visíveis feridas, mas também pode afetar ossos, pulmões e articulações.

O fungo está presente em maior parte do mundo e por habitar a natureza, o S. Schenckii está presente em vegetais, madeira e no solo, sua disseminação ocorre lentamente e os sintomas aparecem como feridas, normalmente, em braços, mãos e na face.

A sua maior epidemia aconteceu no Rio de Janeiro, entre 1998 e 2004, no período foram diagnosticados 1503 gatos, 64 cachorros e 759 humanos com esporotricose.

As principais formas clínicas das doenças são: Esporotricose cutânea, Esporotricose linfocutânea, Esporotricose extracutânea e Esporotricose disseminada.

Como ocorre o tratamento?

Deve ser realizado depois de uma avaliação clínica realizada por um médico, a duração pode variar de 3 a 6 meses dependendo do caso até o indivíduo ser ficar furado. Geralmente, o itraconazol é o antifúngico escolhido para o tratamento da esporotricose linfocutânea e cutânea, também podem ser recomendados: o Iodeto de Potássio, a Terbinafina e o Complexo Lipídico de Anfotericina B, para as formas graves, disseminadas. O SUS, oferece gratuitamente Itraconazol e o Complexo Lipídico de Anfotericina B (costuma ser a primeira opção de tratamento por via intravenosa) para o tratamento da Esporotricose humana.

Como prevenir?

Para diminuir os riscos de contração da doença, é recomendado usar roupas longas e luvas ao manusear materiais no solo ou outros que podem estar contaminados pelo fungo. Caso seu felino esteja com a doença, é aconselhável que o animal seja isolado para realizar o tratamento. Uma atenção deve ocorrer também caso o animal morra, ele não deve ser enterrado e sim cremado para não correr risco do fungo se espalhar pelo solo, contaminando outros animais.

Por fim,

Mesmo que você leve seu felino ao veterinário regularmente e mantem suas vacinas em dia, deve ter uma atenção necessária para essa, assim como para as outras doenças, pois ainda não existe uma vacina para a Esporotricose. Prevenir é o melhor a se fazer, enquanto aproveita o carinho e amor de seu animalzinho de estimação.

Referência Bibliográfica:

http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/esporotricose-humana