Análise psicológica do filme “Coringa”

AMABILLY SILVEIRA
3 min readMar 9, 2023

Escrito por: AMABILLY SILVEIRA

Fonte: AMABILLY PAOLA SILVEIRA SOUZA (Behance)

O filme “Coringa”, dirigido por Todd Phillips e estrelado por Joaquin Phoenix, apresenta uma visão perturbadora da transformação de um homem marginalizado e traumatizado em um dos vilões mais icônicos dos quadrinhos.

A parte psicológica do personagem é central para o enredo do filme, pois explora a maneira como a vida de Arthur Fleck é moldada por sua experiência de exclusão social, abuso e negligência. O filme sugere que as condições de vida precárias que Arthur enfrenta são um fator importante em seu desenvolvimento psicológico e na formação de sua identidade.

Desde o início do filme, é evidente que Arthur tem problemas de saúde mental, incluindo risos incontroláveis que ele não consegue conter. Essa condição é conhecida como pseudobulbar afetivo, que pode ser causada por um distúrbio neurológico ou psicológico. A risada de Arthur é um exemplo de como os aspectos psicológicos do personagem são explorados de maneira complexa e multifacetada ao longo do filme.

Arthur também sofre de uma condição chamada transtorno delirante, que é caracterizada por crenças falsas e fixas que são resistentes à evidência. No caso de Arthur, ele acredita que tem uma conexão especial com Thomas Wayne, pai do jovem Bruce Wayne (o futuro Batman), e que sua vida é de alguma forma entrelaçada com a família Wayne. Essa crença é um exemplo de como a experiência passada de Arthur o leva a ter uma visão distorcida do mundo ao seu redor.

O filme também explora a maneira como Arthur é afetado pela falta de conexões sociais significativas em sua vida. Ele trabalha como palhaço, mas não tem amigos ou relacionamentos íntimos significativos. A única pessoa em sua vida que parece genuinamente se importar com ele é sua mãe, que sofre de uma doença mental debilitante. A relação entre mãe e filho é complexa e problemática, e é sugerido que a mãe de Arthur contribuiu para seus problemas de saúde mental ao negligenciá-lo e expô-lo a situações traumáticas quando ele era criança.

Conforme o filme avança, a experiência traumática de Arthur e sua luta para encontrar significado e propósito em sua vida o levam a abraçar sua identidade como Coringa. Ele encontra uma sensação de poder e controle ao se transformar em um personagem que é temido e respeitado. A transformação de Arthur em Coringa é um exemplo de como a identidade e a auto imagem podem ser influenciadas por traumas passados e pelo ambiente social e cultural em que uma pessoa vive.

Em resumo, a parte psicológica do filme “Coringa” é fundamental para entender a transformação da personagem principal em um vilão icônico. O filme explora as complexidades da saúde mental de Arthur Fleck, bem como as maneiras pelas quais a exclusão social, o abuso e a negligência contribuem para sua identidade e comportamento. A representação de Joaquin Phoenix da personagem é intensa e angustiante, mostrando a profundidade do sofrimento psicológico que Arthur enfrenta antes de se tornar o Coringa.

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