Professora de Direito da UFU organiza ação para arrecadar doações

Amanda Marques
3 min readDec 5, 2019

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A gincana acontece no final de novembro e visa beneficiar 80 famílias

Por Amanda Marques

Organizada pela professora da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Uberlândia (FADIR-UFU), Mônica Ribeiro, a gincana ocorre por meio da Associação Vida e Esperança (AVE) a cada seis meses. Os alunos da Universidade UFU e a população de Uberlândia são convidados a participar e incentivados a doar roupas e alimentos. Neste semestre, a gincana está prevista para acontecer no sábado, dia 30 de novembro. Os alimentos, as roupas e os brinquedos coletados serão destinados a aproximadamente 80 famílias de baixa renda da cidade, entregues pela associação, que é coordenada pela professora.

Na gincana deste mês, os participantes visitarão os bairros Brasil, Presidente Roosevelt, Itapema do Sul, Jardim Karaíba e Custódio Pereira, onde haverá pontos de coleta. A associação existe desde 1999, porém a ação só foi colocada em prática a partir de 2018. “A AVE é uma entidade familiar, eu e meus filhos cuidamos dela. A gincana surgiu ano passado e é a quarta vez que a realizamos”, explica Mônica Ribeiro. Para incentivar seus alunos a participarem, a professora incorporou a gincana ao plano de ensino como atividade avaliativa. “Me arrependo de não ter pensado nisso antes. A maioria deles [dos alunos] nunca fez um trabalho assim”, relata.

No segundo semestre do ano, além de alimentos e roupas, brinquedos também são arrecadados para o Natal. Foto: Amanda Marques

Um dos alunos que já participaram da atividade é Paulo Victor Silva, estudante de Relações Internacionais (UFU), que coletou mantimentos, roupas e brinquedos para o Natal de 2018. “Foi muito gratificante. Desde então tenho cada vez mais vontade de participar de ações como essa, que visam ajudar famílias que necessitam de algum apoio, além de ajudar a diminuir um pouco da desigualdade social que existe em nosso país”, conta o estudante.

Para serem selecionadas como beneficiárias das cestas básicas mensais, as famílias são analisadas pela associação. “As pessoas nos procuram e visitamos. Olhamos o nível financeiro, problemas de saúde e número de filhos. Às vezes, até possuem casa própria, mas só uma pessoa trabalha e têm cinco filhos. Em outros casos, a miséria é absoluta”, explica Mônica Ribeiro.

A Associação é administrada por Mônica e sua família, mas qualquer pessoa pode se voluntariar para ajudar. Foto :Amanda Marques.

Uma das famílias beneficiadas pela AVE é a família de Bruna Silva. Mãe de três crianças e desempregada, Bruna recebe o auxílio governamental Bolsa Família e com as cestas básicas que recebe mensalmente da entidade. “Distribuí vários currículos e até consegui um emprego em um mercadinho, mas precisei sair por não ter quem cuidasse dos meus filhos, pois meu marido está preso há três anos”, lamenta. “O Bolsa Família é usado para pagar o aluguel, as contas de energia e água, mas, mesmo com as cestas básicas que recebo da associação, alguns meses são difíceis”.

Quem também recebe auxílio da Associação Vida e Esperança é Adriele Rodrigues, que também é mãe de três crianças e está desempregada desde o início do ano. “Conheço a AVE há 12 anos, mas resolvi pedir ajuda há aproximadamente seis meses, depois que perdi o emprego”. Ela comenta que a situação é ainda mais difícil porque seu marido também está desempregado. “Distribuímos muitos e muitos currículos, mas até agora, nada”, frisa.

As doações arrecadadas durante a gincana serão distribuídas para as 80 famílias cadastradas para receber os benefícios. Foto: Amanda Marques.

O estudante Paulo Victor Silva conta que pretende participar de mais gincanas, mas acredita que ações do tipo terão resultado efetivo se forem realizadas não só por associações isoladas. “A comunidade como um todo deve se unir em prol de gincanas e demais atividades como essa, para que mais famílias de baixa renda tenham acesso à itens fundamentais para o seu dia a dia”, defende o universitário.

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