A influência escondida nas redes sociais
Como a nossa rede social pode influenciar o nosso comportamento além do que imaginamos, cientificamente falando.
Este TED foi sugerido em um trabalho da disciplina de Redes Complexas, o qual me interesso muito. Talvez de maneira muito breve tenha ensaiado uma fala sobre conexões no último post. Mas ultimamente está meio complicado escrever — às vezes não é falta de tempo mas falta de um assunto que não sejam prazos, ansiedade e mestrado. E eu não quero matar ninguém de tédio. :) Ok, talvez esse tema mate. hahaha
Uma das redes complexas que representam o mundo real e que tem sido largamente estudada são as redes sociais. Neste TED Talk, Nicholas Christakis aborda a influência por trás das redes sociais mostrando que esta influência vai além das relações diretas (em pares). Christakis percebeu a influência além das conexões diretas ao observar que mais pessoas eram influenciadas no “efeito da viuvez”. Este efeito prevê que após a morte de uma pessoa o risco do cônjuge falecer no primeiro ano dobra. Entretanto esse efeito propaga-se além dos pares e sim por todos os tipos de vínculos.
Para verificar a veemência dessa conclusão, Nicholas Christakis e James Fowler estudaram pessoas obesas e suas conexões. Descobriram que se uma pessoa tem amigos obesos ela tem 45% de chances de se tornar obesa. Se amigos de amigos forem obesos, o risco passa para 25%. E ainda que se amigos de amigos de amigos forem obesos o risco de obesidade é de 10%. São três graus de separação onde ocorre a influência entre uma pessoa e suas conexões. Tal influência pode ocorrer através de três fenômenos já estudados na sociologia: indução, homofilia (similaridade) e confusão. A indução propaga o comportamento de pessoa a pessoa. A homofilia atrai as pessoas de comportamento similares. E a confusão é a exposição em comum a uma circunstância, como ir a academia ou uma alimentação não saudável.
Nicholas Christakis estende a repetição deste fenômeno para uma série de comportamentos, como divórcio, consumo de bebidas alcoólicas e altruísmo. Este tipo de comportamento tende para o contágio emocional. O contágio emocional é a tendência para imitar automaticamente e sincronizar expressões, vocalizações, posturas e movimentos com os de outra pessoa e, conseqüentemente, a convergir emocionalmente. Existe um potencial enorme na descoberta sobre o que faz as pessoas contagiarem-se emocionalmente.
Recentemente o Facebook fez um experimento onde manipulou as publicações exibidas para os usuários em suas linhas do tempo, onde exibiram uma porcentagem de conteúdo positivo e negativo. Neste experimento eles descobriram que as pessoas tendem a aumentar ou diminuir as publicações com base no conteúdo a que foram expostos. Isso poderia ser usado para manipular as emoções das pessoas nas redes sociais, por exemplo. Ou deixá-las mais sucetíveis ao consumo de determinados produtos ou a certos comportamentos.
Christakis e Fowler também estudaram as emoções das pessoas através de “grupos de felicidade”. Perguntaram as pessoas como elas se classificariam: felizes, infelizes ou neutras. Os pesquisadores notaram que as pessoas infelizes estavam a borda da rede; ou seja, nos limites, sem se conectar a mais grupos sociais.
“Connections matter”: Nicholas Christakis finaliza a palestra com uma excelente comparação entre grafite e diamante, que são formados por átomos de carbono mas que diferem devido ao número de conexões que tem. Analogamente somos influenciados pelas conexões que temos e podemos produzir resultados diferentes a depender delas. ;)
Eu me sinto uma pessoa de extrema sorte. Amigos, muitos e bons! Obrigada por me tornarem uma pessoa melhor.
Ah, não tão científico mas aqui um texto legal do Papo de Homem: “Você é a média das cinco pessoas com quem passa mais tempo”.
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